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terça-feira, 14 de julho de 2009

Descaso absoluto (VÍDEOS)

"PROGRAMAS", DROGAS E MORTE: O DIA-A-DIA DA EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL EM PERNAMBUCO

Isly Viana, repórter da TV Tribuna, escreve para falar sobre um assunto dos mais cruéis: o crack. Fala de impotência diante do poder devastador da droga e da ineficiência de programas sociais públicos para resgatar uma geração destruída. Em maio, Isly exibiu, na TV Tribuna, uma série sobre prostituição infantil e crack. "Fiquei muito feliz com o resultado, pois conseguimos flagrantes e denúncias fortes. A matéria chamou a atenção de autoridades para o problema."

Pronto. Parou por aí.

"Hoje (dia 2 de julho), indo pro trabalho antes das 5h da manhã, vi várias das meninas que mostramos nas matérias lá, procurando programas ou compradores de crack". O local é o giradouro de Olinda, na PE-15. Meninas se vendem para comprar o crack.

Este cartaz enfeitado, que não revela de forma alguma a gravidade dos crimes cujas instituições por trás do mesmo julgam combater, apresenta o número fácil do "Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes", da Secretaria Especial dos Direitos Humanos. O serviço é nacional e, feita a denúncia, órgãos estaduais serão notificados pela Secretaria que, em tese, deveria acompanhar os trabalhos destes órgãos. Este número deveria ser muito mais divulgado, assim como números de outros serviços de nossos governos que parecem ser sistematicamente omitidos da população em geral, não se sabe o porquê. Faça a sua parte se vir e souber de algo neste aspecto. Denuncie a exploração sexual infantil!

"Uma das meninas que mostramos na série, de 14 anos, que inclusive vi hoje (dia 2 de julho) cedo no mesmo local, foi assassinada à tarde depois de mais um dos 10 ou 15 programas que ela costumava fazer por dia, ao custo de 5 ou 10 reais".

A repórter conta da revolta diante da falta de ação dos poderes constituídos. "Apesar da frieza que nos atinge por fazermos matérias policiais todos os dias, não tive como não me emocionar, entristecer e me revoltar. Senti um pouco do desespero daquela mãe que desmaiou ao ver o corpo magro, seco pelo crack, judiado pela miséria da castigada menina."

A jornalista informa que não vai deixar essa história morrer. "É isso! Não quero deixar essa história morrer! Vou divulgar a série no You Tube e orkut, e tentar fazer um protesto, mesmo como uma formiguinha, em memória dela, de quem vou tentar não esquecer!".


Fonte: Pe Body Count

NOTA: O retrato da absoluta miséria com que vivem inúmeras famílias pobres, cujas filhas se prostituem e adentram o mundo da criminalidade com o uso de drogas, todos os dias. Sinceramente, não entendo tanto descaso. Essas pessoas não são invisíveis, aliás, palavra esta utilizada pela repórter para mostrar metaforicamente uma realidade que insulta a sociedade pernambucana, e porque não dizer, brasileira. A omissão é tão ou mais cruel do que a própria realidade em si dessas meninas. Todos nós, prezado leitor, um dia prestaremos contas diante do Criador, creia-se nele ou não. A verdade indelével de Deus não está associada à crença humana, longe disso. E, perante sua face, explicaremos o que fizemos de nossas vidas aqui... o que fizemos e o que deixamos de fazer!

Li algo no mínimo pitoresco em um dos comentários deixados quanto ao artigo exposto acima, no Pe Body Count. A pessoa dizia que a sigla SDS (Secretaria de Defesa Social) seria melhor lida assim: "Só Deus Salva"!

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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