DEBATE EVOLUCIONISTA - PARTE 1
Um internauta (que deve acompanhar o blog), Elyson Scafati, escreveu uma série de mensagens, primeiramente acerca das declarações do Adauto Lourenço - nos vídeos que postei, em que Adauto discorre sobre a Arca de Noé -, depois, comentando (um tanto doído) a postagem das declarações do eminente paleontólogo evolucionista Stephen Jay Gould quanto ao comprometimento de Darwin com o materialismo filosófico. Estou reproduzindo em um post quase que a totalidade das declarações daqueles comentários pois julguei que os mesmos sintetizam, em muitos aspectos, o teor e a forma como muitos evolucionistas -leigos ou não - discorrem no cada vez mais controverso debate ´Evolucionismo x Criacionismo e Design Inteligente´. As argumentações do Elyson serão reproduzidas em negrito e vermelho. As respostas estarão apenas em negrito, logo abaixo de cada uma daquelas.
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Ainda não é possível fazer um ser evoluir em laboratório, como não foi possívem colocar um medidor de temperatura no Sol para dizer sua real temperatura e nem esticar uma fita métrica ou enviar uma sonda até Próxima Centauri para dizer que está a 4,2 anos luz daqui. Infelizmente muito se perdeu da história evolutiva da Terra e talvez jamais encontremos tudo esse registro. Porem chutar para deus não é a resposta. É argumento non sectur".
R - É argumento non sequitur. Este argumento identifica uma falácia formal lógica que é exatamente o que VOCÊ comete na proposição acima. Querendo desqualificar a resposta no Deus bíblico como um argumento non sequitur, você comete um! Explico. Sua argumentação pode ser refeita da seguinte maneira: "Assim como não é possível colocarmos um termômetro no centro do sol, ou esticarmos uma fita métrica daqui até Próxima Centauri, também não foi possível verificar empírica e exaustivamente a cerne do conceito evolucionista, isto é, a evolução fóssil...mas é tudo ciência". Errado! Há meios, que não os que você mencionou, para se verificar com algum grau de certeza tanto a temperatura do Sol quanto a distância deste até Próxima Centauri. Contudo, qual o mecanismo empírico para se observar o que se diz acerca do macroevolucionismo, e consequentemente, sua "indicação" fóssil??? Para ser honesto, Elyson, um sonoro "NENHUM". São cogitações, verdadeiros malabarismos de uma lógica extremamente duvidosa que serve como pedra fundamental de um conceito que usurpou o lugar de "dogma científico". Atrelar tais cogitações aos exemplos cosmológicos que você mencionou simplesmente não se segue!
"Tanto galinhas como crocidilos possuem o mesmo princípio para a formação de dentes o que demonstra forte relação entre aver e répteis. Basta induzir o gene de formação de dentes em embriões de galinas e... bingo!!! Lá estão eles. O mesmo vale para a cauda é só ativar um gene da galinha e o qual existe nos répteis e novamente bingo!!!! Temos um número maior de vértebras caudais formado. Que tal lidarmos com penas? Se desligamos um gene relacionado ao desenvolvimento da pena advinha o que acontece... Isso!!! escamas iguais as de répteis. Se não chama isso de teste então é o que?".
R - Quer saber algo que acho muito mais incrível que o exemplo que você deu? O fato de todos os seres vivos possuirem um DNA... de todos serem construidos à base de Carbono... dos mamíferos, peixes, répteis e até alguns insetos possuirem dois olhos e quatro membros! Agora, apesar de serem anatomicamente tão díspares (sim, haja vista que a anatomia comparada ainda é a mola-mestra da conclusão evolucionista!), por que não cogitar um Criador comum? Um mesmo Projetista... com um conceito universal? Por que essa hipótese precisa ser descartada a priori se o fundamento não é genético - com a devida manipulação genética é possível colocar penas em um elefante, meu caro! - mas ainda a anatomia comparada? Observe a "similaridade" genética que existe entre nós, humanos, e os ratos... e as galinhas... e as moscas drosófilas!!! O que diz a sua anatomia comparada acerca de tais exemplos? O que diria Darwin se soubesse o que sabemos?
Após comentar uma declaração minha de que a TE tornou-se uma teoria "explica tudo", Elyson escreveu o que ele afirmou ser "uma resposta de um amiguinho seu":
"A diferença entre o poder de previsão da TE e de outras ciências é de escala, não de tipo ou qualidade. Todas as teorias são simplificações, elas propositalmente desprezam tantas variáveis externas quanto possíveis. Mas essas variáveis afetam a previsão, com certeza. Por exemplo, você pode prever a órbita de um planeta, mas seus cálculos estarão sempre um pouco fora do real, porque é impossível considerar todos os efeitos de todos os pequenos corpos celestes do sistema solar. Já a evolução é mais sensível às condições iniciais e a fatores externos, então previsões específicas sobre como as mutações irão ocorrer e quais características vão sobreviver são impraticáveis. No entanto é possível fazer previsões gerais sobre o futuro, por exemplo, podemos prever que vírus e bactérias que provocam doenças um dia se tornarão resistentes a qualquer medicamento novo que exista hoje. E tem mais, o poder de previsão da ciência vem de dizer coisas que não seríamos capazes de dizer sem ela. Não precisa ser necessariamente sobre o futuro. Por exemplo, podemos prever eclipses que ocorreram milhares de anos atrás. Evolução permite incontáveis previsões desse tipo".
R - Creio que há, quase que inexoravelmente, uma confusão (proposital ou não) de questões de conceitos ligados à Seleção Natural e à Macroevolução. Criacionistas e defensores do DI não se opõem à Microevolução, o que pode ser observado, inclusive, com a intervenção humana, em sutis variações genéticas. Contudo, o fato de se "prever" que bactérias tornar-se-ão resistentes a antibióticos no futuro, não retira o fato de que as bactérias continuam bactérias! Isto é confundir aspectos da Seleção Natural - um conceito que já existia em certa profusão já na época de Darwin, e que ele usou como um reforço intelectual para a formulação de sua hipótese de origens comuns, em A Origem das Espécies - com o macroevolucionismo; o que revela do seu "amiguinho", prezado Elyson, um desconhecimento acerca do assunto maior do que o meu, uma vez que me considero leigo no assunto. Além disto, conjecturas NÃO são previsões. Comparar as conjecturas e os acertos a partir da observação de mudanças naturais sutis em grupos com características similares, com aquilo que se chama filogenia, o que é muitas vezes apressadamente endossado com ínfimos (quantitativos) exemplos, com o grau de certeza que se tem em relação às previsões astronômicas é, no mínimo, infantilidade. A Cosmologia é uma ciência exata, e tem de ser para existir com a configuração difrente de uma pseudo-ciência, como a Astrologia. A Cosmologia (Astronomia) não pode se dar ao luxo de emitir em relação à órbita lunar, por exemplo, um "talvez" em relação à exata posição da Lua daqui a um, dois, dez ou cem anos. Isto, porque a natureza dos campos científicos expostos são distintos. Mesmo que todas as "previsões" macroevolucionistas fossem confirmadas, ainda seria necessário um quantitativo mínimo, algo que asseverasse a validade empírica daquilo que se está afirmando. Posso afirmar que existem naturalmente papoula azuis e, com a devida manipulação genética, fabricar papoulas azuis. Isto não quer dizer que a minha afirmação é necessariamente verdadeira. Agora, imagine: suponha que dissera que existem papoulas azuis, mas que não as tivesse manipulado - outro o fizesse - e eu apenas as encontrasse. Uma vez que as tivesse encontrado, prontamente admitiria que o que dissera era fato, o que, na verdade, não era. Enquanto não equipararmos as formas como as chamadas "previsões" são feitas por disciplinas científicas, como a Cosmologia, com as conjecturas da filosofia naturalista conhecida por Evolucionismo - com um quantitativo (isto é absolutamente fundamental) que deixe pouca ou nenhuma margem para dúvidas - esta última continuará a ser o que sempre foi: um aglomerado de conjecturas de uma filosofia naturalista descendente de conceitos positivistas do século XVIII e uma baita confusão feita entre proposições que podem até se mesclar na teoria clássica, entre o Macroevolucionismo e a Seleção Natural, mas que, sabe-se, são fundamentalmente distintos.
Em breve, a continuação deste pequeno debate.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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