Na foto de 2004, João Paulo II dá a benção ao padre Marcial Maciel.
Um dos próximos testes para Bento XVI na crescente crise de abusos sexuais cometidos por clérigos é decidir o destino de uma ordem religiosa cujo fundador, o padre Marcial Maciel, teve ao menos um filho e abusou de jovens seminaristas. Os resultados de uma investigação à Legião de Cristo realizada por ordem do papa no ano passado serão divulgados em breve, no momento em que a igreja enfrenta uma grande pressão para confrontar os abusos.
O caso é mais complexo para Benedito XVI e seus aliados que o simples ato de descobrir o que Maciel fazia. Mesmo que os representantes da legião insistam que ficaram sabendo dos atos de Maciel apenas agora, muitos críticos suspeitam de que vários sabiam que seu fundador abusava de meninos e tinha famílias com mulheres, mas não fizeram nada a respeito. Maciel, que morreu em 2008 aos 87 anos, havia preparado muitos dos líderes da legião para assumir seu posto. O atual diretor geral, o padre Alvaro Corcuera, fez companhia à Maciel em seu leito de morte.
"Se o papa tem verdadeiramente a intenção de lidar com a crise, pelo menos teria que retirar toda a cúpula da legião", disse Jason Berry, coautor do livro Vozes do Silêncio, sobre as tentativas das vítimas de convencerem o Vaticano de empreender ações contra Maciel. "Esta é uma operação radical, está retirando muita podridão. Me pergunto se o papa e os homens que o rodeiam entendem de verdade o que é esta organização", completou.
O arcebispo de Denver, Charles Chaput, um dos investigadores que designou o Vaticano para avaliar a Legião, rechaçou fazer declarações a respeito do caso. A Legião de Cristo foi fundada no México em 1941 e sua base se construiu em torno de Macial. A fotografia do padre adornava cada edifício dos legionários, sua biografia e escritos eram estudados por seus integrantes e até seu aniversário era um dia festivo para eles.
Até pouco tempo, os integrantes da legião tinham o voto de não fazerem críticas a seus superiores, inclusive a Maciel. A ordem religiosa diz contar com mais de 800 sacerdotes e 2.500 seminaristas em 22 países, junto com 70.000 integrantes de seu ramo secular, a Regnum Christi. A rede internacional dos Legionários de Cristo inclui organizações não lucrativas, seminários religiosos, escolas primárias e secundárias, assim como universidades no México, Itália e outras partes do mundo.
Fonte: EstadãoNOTA: Mais um escândalo somado à longa lista de escândalos da qual Bento XVI não consegue desvencilhar a ICAR. E assim, vão ruindo, em meio não só à enxurrada de denúncias de pedofilia, mas denúncias de conivência com tal prática abominável, os pilares ético-morais pragmáticos desta instituição milenar. E este "pente fino" já não era sem tempo!
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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