Ativistas da oposição síria dizem que centenas de corpos foram encontrados em Darayya, uma cidade nos arredores da capital, Damasco. Eles acusan as forças do governo de "massacre" e afirmam que as vítimas foram "sumariamente executadas". Segundo relatos não confirmados, cerca de 200 cadáveres foram encontrados em casas e abrigos no subsolo, todos aparentemente mortos por soldados sírios.
A televisão estatal do país não comentou as acusações, mas disse que a cidade estava sendo "purificada" do que chamou de "terroristas remanescentes". Também neste domingo, o vice-presidente sírio Farouq Al-Shara recebeu uma delegação iraniana em Damasco, acabando com as especulações de que ele teria se juntado à oposição.
Ataques 'de casa em casa'
Após dias de bombardeios, as forças do presidem Bashar Al-Assad começaram um ataque em Darayya no sábado.
Ativistas dizem que vítimas foram mortas em suas casas.
A correspondente da BBC em Beirute, Barbara Plett, diz que o ataque foi parte de uma campanha para retomar o controle da região ao sul de Damasco, onde os rebeldes vêm se reagrupando. Ativistas colocaram na internet um vídeo, cuja veracidade não pode ser confirmada, mostrando fileiras de corpos lado a lado na mesquita Abu Auleiman Al-Darani, em Darayya.
Eles dizem que muitas das vítimas tinham ferimentos causados por tiros na cabeça e no peito e foram mortas durante ataques feitos pelos soldados de casa em casa. Os militantes da oposição disseram ainda que as vítimas foram atingidas de perto e que algumas morreram alvejadas por atiradores de elite. O Observatório Sírio de Direitos Humanos, um grupo de oposição baseado na Grã-Bretanha, disse que 183 pessoas morreram em todo o país no sábado.
No entanto, os relatos dos ativistas não puderam ser verificados independentemente, por causa das restrições à mídia estrangeira na Síria.
Fracasso
Após especulações de mudança de lado, vice-presidente reapareceu em função oficial.
Manifestantes da oposição afirmam que a frequência do tipo de assassinato em massa que aconteceu em Darayya, com centenas de corpos sendo descobertos depois de campanhas do Exército, aumentou nos últimos meses. A ONG internacional Human Rights Watch diz que o padrão não é novo, mas que está acontecendo em áreas maiores e com mais vítimas.
Um relatório de observadores da ONU disse que ambos os lados realizaram massacres, mas o Exército sírio foi responsável por um número muito maior de mortes. No sábado, o chefe da missão da ONU na Síria deixou o país, depois que a missão chegou ao fim. O general senegalês Babacar Gaye se juntou a um comboio da organização para o Líbano.
Na semana passada, a ONU decidiu não estender a missão, que era originalmente parte de um plano de paz de seis pontos para a Síria. No entanto, o cessar-fogo exigido pelo plano nunca aconteceu e o aumento da violência forçou os monitores internacionais a ficarem confinados em seus hotéis desde junho.
Fonte: BBC
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