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terça-feira, 11 de junho de 2013

Lógica e Argumentação: Conceitos Introdutórios (II)

LÓGICA E ARGUMENTAÇÃO: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS (II)

Tendo oferecido ao leitor uma amostra da análise de argumentos (clique AQUI para ver a primeira parte deste estudo), apresentaremos agora um método geral de análise e avaliação de argumentos. O método subjaz ao que ficou dito no Capítulo 1, e o leitor que tentou realizar aqueles exercícios deve agora estar pronto para, deixando de lado o enfoque fragmentado, deparar-se com uma lição teórica. O método a ser descrito aplica-se a qualquer raciocínio, ou argumento, na forma como ocorre na linguagem natural — no nosso caso, o português. Começaremos descrevendo como reconhecer contextos nos quais ocorre raciocínio (i.e., vamos dizer quais são as "pistas lingüísticas"). Depois, descreveremos como descobrir e apresentar a estrutura de um pedaço de raciocínio (saber se estamos ou não diante de uma "cadeia" de razões, etc.). Ao final, explicaremos, na medida do possível, como decidir se o raciocínio é ou não correto.

Por enquanto, não faremos mais do que esboçar o método. Faremos isso de forma a permitir que suas linhas gerais sejam traçadas com clareza, podendo assim ser apreendidas facilmente. Introduzir um número excessivo de qualificações neste momento poderia tornar obscura a simplicidade básica do método: se ele estiver correto, o lugar adequado para desenvolvê-lo e refiná-lo é onde surgem os problemas — na sua aplicação aos exemplos específicos — e é isso o que pretendemos fazer. Nos capítulos subseqüentes, o esqueleto básico será expandido e preenchido à medida que surgir a necessidade. Pretendemos fazer isso à medida que mostrarmos como aplicar o método em vários exemplos instrutivos.
Quase todos os argumentos estudados neste livro foram realmente usados por alguém que pretendia convencer outrem a respeito de um determinado assunto. São todos verdadeiros argumentos — não se trata dos argumentos "inventados" com os quais operam geralmente os pesquisadores de lógica. Foram retirados de várias fontes, desde textos clássicos a jornais. E vêm de várias áreas, apesar de, em sua maioria, terem relação com questões das ciências sociais, de algumas ciências naturais e da filosofia.

Algumas pistas

Claro que utilizamos a linguagem para muitos outros fins que não o raciocínio. Usamo-la para relatar eventos, contar piadas, realizar convites, narrar histórias, fazer promessas, dar ordens, fazer perguntas, comunicar instruções, evocar emoções, descrever coisas, entreter, e mil coisas mais. (Cabe notar já neste ponto inicial do livro que limitamos nossa atenção a uma área bastante específica da atividade humana, apesar de essa ser uma área de importância muito geral.) Cada uma das atividades mencionadas acima emprega a sua linguagem própria — uma linguagem que nos ajuda a entender o que está acontecendo. Por exemplo, a expressão "Você já ouviu aquela do...?" costuma ser usada para assinalar que se segue uma piada (e não um relato verídico, etc.). "Você gostaria de me acompanhar no...?" é uma forma bastante usada de fazer um convite. A expressão "Não faça isso, senão...!" costuma ser usada para comunicar uma ameaça, e assim por diante. 

Obviamente, essas mesmas expressões podem ser usadas para fins bastante diferentes, e conhecer o contexto no qual são proferidas é um fator geralmente essencial para que se possa compreendê-las. Seria algo muito complicado determinar como, em termos genéricos, se pode reconhecer uma piada ou uma ameaça ou o que quer que seja (cf. Quando dizer e fazer, de J.L. Austin). E ninguém deveria ficar surpreso com o fato de a linguagem do raciocínio ser também complexa. Mas há várias coisas úteis que se pode dizer. Para concentrar nossa atenção no raciocínio, será preciso descrever como identificar os contextos nos quais há raciocínio. Lembre-se, raciocinar ou argumentar a favor de algo consiste em oferecer fundamentos ou razões a favor de conclusões, e as razões são apresentadas a fim de sustentar, justificar, estabelecer, provar ou demonstrar a conclusão. (O autor tenta convencer seu público por meio do raciocínio.) Nas linguagens naturais nem sempre é fácil dizer quando se apresenta um argumento (lembre-se de alguns dos exemplos do Capítulo 1), mas todos os argumentos têm uma conclusão e, em português, a conclusão vem freqüentemente assinalada pela presença de uma das seguintes palavras ou expressões, a que chamamos "indicadores de conclusão":


Indicadores de conclusão
logo...
concluo que...
portanto...
segue-se que...
dessa forma...
...o que implica que...
assim...
...o que nos permite inferir que...
conseqüentemente...
...deduz-se disso que...
o que prova que...
...estabelece o fato de que...
justifica a crença de que...  
...demonstra que...

Não estamos dizendo que, independentemente do contexto em que apareçam essas palavras ou expressões, segue-se uma conclusão, mas que costumam indicar a presença de uma conclusão. Essas palavras e expressões são pistas lingüísticas sobre o que pretende fazer num determinado texto. Algumas vezes, é claro, contam com um uso bastante diferente do esperado. Exemplos: "Ele jantou e logo saiu para passear", "Você não vai ficar bravo dessa forma, vai?", "Um carro assim eu nunca vi". Os indicadores de conclusão listados acima, e outros semelhantes a eles, são apenas marcadores. Não se pode olhá-los de forma mecânica em busca de conclusões: geralmente, é preciso discernimento para decidir se um dado indicador assinala realmente a presença de uma conclusão. Obviamente, as conclusões são apresentadas algumas vezes sem indicadores de conclusão. Nesse caso, o contexto mostrará que se trata de uma conclusão.

Todos os argumentos também incluem a apresentação de fundamentos ou razões a favor da sua conclusão. Uma razão é geralmente apresentada como verdadeira e como uma razão a favor de uma conclusão. (Para fins de simplicidade, começamos com exemplos nos quais as razões são apresentadas como verdadeiras e restringimos o uso do termo "razão" para tais casos. No entanto, no Capítulo 8, pretendemos ampliar o sentido do termo para incluir razões que não são apresentadas como verdadeiras, mas que "se admitem para fins de argumentação".) Entre as palavras e expressões usadas em português para assinalar a presença de razões — e que chamaremos de "indicadores de razões" —, incluem-se as seguintes:

Indicadores de razões
porque...
a razão é que...
pois...
já que...
uma vez que...
em primeiro lugar,..., em segundo lugar.... (etc.)
segue-se do fato de que...
pode ser inferido do fato de que...

Repita-se: não estamos dizendo que, independentemente do contexto em que essas palavras e expressões forem usadas, haverá uma razão, mas que costumam indicar a presença de uma razão. E servem como marcadores capazes de nos permitir, com a ajuda de um pouco de discernimento, localizar as razões. Mais uma vez, há a possibilidade de que as razões sejam apresentadas sem os indicadores de razões, mas o contexto indicará a presença de uma razão.
É conveniente ter uma expressão para referirmo-nos tanto aos indicadores de razões quanto aos de conclusão. Em vista disso, chamaremos ambos de "indicadores de inferência" ou "indicadores de argumento".

Alguns fatores complicadores

(i) Os contextos pelos quais nos interessamos são aqueles em que um autor ou falante expõe alguma asserção, a conclusão, como algo fundamentado ou justificado por outras asserções, as razões. Então, para decidir se uma dada asserção é uma conclusão ou uma razão, será preciso recorrer exclusivamente às intenções aparentes do autor — a forma como esse autor expressou-as. Não interessa saber se as asserções são verdadeiras ou falsas, e nem importa saber se as razões conseguem justificar a conclusão: tudo o que nos interessa nesta fase — em que tentamos identificar o argumento — é saber se o texto apresenta algumas asserções como razões a favor de conclusões.


(ii) Algumas vezes, ocorrem raciocínios sem o uso de indicadores de inferência para assinalar a presença de razões e conclusões. Nesses casos, por vezes, é difícil decidir se há raciocínio. Pretendemos explicar em breve (pp. 22 e ss.), como tomar uma decisão do tipo. Em termos genéricos, quando se tenta decidir sobre se um trecho de texto contém ou não raciocínio, é aconselhável a adoção do Princípio da Caridade. Esse princípio determina o seguinte: ao considerar como raciocínio um texto que não é um raciocínio óbvio, se obtivermos apenas argumentos ruins, então presuma-se que não é um raciocínio. (A lógica por detrás dessa abordagem é a de que estamos interessados em descobrir a verdade sobre as coisas e não em vencer embates contra essa ou aquela pessoa.) A omissão de indicadores de inferência pode servir, algumas vezes, como instrumento retórico para fins de ênfase, instrumento esse usado reiteradamente por políticos e por oradores públicos (ver a carta de Weinberger no Capítulo 4).

(iii) Há um importante fator complicador que resulta dos diferentes usos que se pode dar aos indicadores de inferência. Pode-se explicar isso com clareza recorrendo à ambigüidade da palavra "porque", que algumas vezes assinala a presença da razão a favor de uma conclusão, mas que, algumas vezes, assinala a presença de uma afirmação causal ou, falando em termos menos técnicos, de algum tipo de explicação. Veja esses exemplos:
(1) João quebrou a janela porque tropeçou.
(2) João quebrou a janela porque esqueceu sua chave.
(3) João deve ter quebrado a janela porque era a única pessoa dentro da casa.
Pressupondo o contexto natural em cada caso, resta saber como compreender o que está sendo dito. É claro que nem no caso (1) nem no caso (2) o uso do "porque" assinala uma razão a favor de uma conclusão. Em (1), toda a afirmação é causal: o que fez João quebrar a janela foi o fato de ter tropeçado. O enunciado todo poderia ser a conclusão de algum outro raciocínio, mas em si mesmo não expressa, de forma nenhuma, um argumento. Em (2), a frase explica a razão pela qual João quebrou a janela — explica por que o fez. Mais uma vez, todo o enunciado poderia ser a conclusão de um raciocínio mais amplo, mas, por si só, não expressa um argumento. Em (3), por outro lado, a forma natural de a interpretar exige que consideremos o "porque" um indicador de razão. (O "deve" é outra pista, conforme explicado mais à frente.)


(iv) As chamadas palavras e expressões "modais", como "deve", "tem de", "não pode", "impossível", "necessariamente", e assim por diante, são algumas vezes usadas para assinalar raciocínio. Exemplo:
O motor não pega. O carburador deve estar entupido.
Partindo do pressuposto de que se trata do contexto mais óbvio, a palavra "deve" é usada pelo falante para indicar o fato de estar apresentando uma conclusão. Ele poderia ter dito: "Já que o motor não pega, concluo que o carburador está entupido". E isto teria comunicado mais ou menos a mesma mensagem (apenas de maneira um tanto formal!). Um outro exemplo:
Há muito sofrimento no mundo. Não pode existir Deus.
(v) A conclusão, algumas vezes, não consta do argumento. Exemplo:
Todos os boxeadores sofrem danos cerebrais, e Smith passou vários anos lutando boxe. (Preciso dizer mais alguma coisa?)
O contexto costuma deixar clara a conclusão almejada. De forma semelhante, as razões acabam por vezes não aparecendo em um argumento apesar de se pressupor que essas razões fazem parte do argumento. Discutimos vários casos desse tipo no Capítulo 1 e pretendemos voltar a esse assunto mais adiante.

Pode-se concluir a partir dos parágrafos (i) e (v) que a linha divisória entre o que é e o que não é argumento não é nítida. Muitas vezes, não há dúvida de que um determinado excerto contém um argumento. De forma semelhante, muitas vezes não há dúvida de que um determinado excerto não contém um argumento. Mas, de forma semelhante, muitas vezes não se pode dizer com certeza se um excerto contém ou não um argumento.



Argumentos Dedutivos e Indutivos
É comum falar em argumentos dedutivos, opondo-os aos indutivos. Este artigo procura mostrar que há um conjunto de aspectos subtis que devem ser tidos em linha de conta, caso contrário será tudo muito confuso.
Antes de mais: a expressão "argumento indutivo" ou "indução" dá origem a confusões porque se pode ter dois tipos muito diferentes de argumentos: as generalizações e as previsões. Uma generalização é um argumento como
Todos os corvos observados até hoje são pretos.
Logo, todos os corvos são pretos.
Numa generalização parte-se de algumas verdades acerca de alguns membros de um dado domínio e generaliza-se essas verdades para todos os membros desse domínio, ou pelo menos para mais.
Uma previsão é um argumento como
Todos os corvos observados até hoje são pretos.
Logo, o próximo corvo que observarmos será preto.
Uma pessoa imaginativa e com vontade de reduzir coisas — uma síndrome comum em filosofia — pode querer afirmar que podemos reduzir as previsões às generalizações via dedução: a conclusão da previsão acima segue-se dedutivamente da conclusão da generalização anterior. Não acho que isto capta de modo algum a natureza lógica ou conceptual da previsão, mas isso não é relevante neste artigo. O que conta é que, mesmo que a previsão seja redutível à generalização mais dedução, continua a ser um modo comum de falar e uma parte importante do nosso pensamento.
Numa veia ainda reducionista, algumas pessoas poderão querer dizer que todos os outros tipos de argumentos não dedutivos se reduzem à generalização e à previsão. Assim, não valeria a pena falar de argumentos de autoridade, por exemplo, que são argumentos como o seguinte:
Einstein afirmou que não se pode viajar mais depressa do que a luz.
Logo, não se pode viajar mais depressa do que a luz.
Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos seja redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compreender que este tipo de argumentos tem exigências próprias e portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou tipos. Dados estes esclarecimentos, importa agora esclarecer o seguinte: O que é um argumento dedutivo? E como se distingue tal coisa de um argumento indutivo? Vou começar por dizer o modo como não se deve entender estas noções. A primeira coisa a não fazer é pensar que um argumento dedutivo se caracteriza por ser impossível a sua conclusão ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras. Pensar isto provoca confusão porque significaria que não há argumentos dedutivos inválidos. Porquê? Porque só nos argumentos dedutivos válidos é impossível a conclusão ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras; nos argumentos dedutivos inválidos, nas falácias (como a afirmação da antecedente, por exemplo) é perfeitamente possível as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.



Em termos rigorosos, não há problem algum com esta opção; significa apenas que estamos a dar ao termo "dedução" força factiva, como damos ao termo "demonstração". Do mesmo modo que não há demonstrações inválidas, também não há, de acordo com esta opção, deduções inválidas. Se é uma dedução, é válida; se é uma demostração, é válida. Uma "demonstração" inválida nada demonstra; uma "dedução" inválida nada deduz.
O primeiro problema desta opção é exigir a reforma do modo como geralmente se fala e escreve sobre argumentos dedutivos — pois é comum falar de argumentos dedutivos inválidos, como as falácias formais (por oposição às informais). Este problema não é decisivo, caso não se levantasse outro problema: o segundo.

O segundo problema é o seguinte: Dado que todos os argumentos são dedutivos ou não dedutivos (ou indutivos, se quisermos reduzir todo o campo da não dedução à indução), e dado que não faz muito sentido usar o termo "dedução" factivamente e o termo "indução" não factivamente, o resultado bizarro é que deixa de haver argumentos inválidos. O termo "argumento" torna-se factivo tal como os termos "dedução" e "indução". E isto já é demasiado rebuscado; as pessoas não usam mesmo o termo deste modo, nunca; passamos a vida a falar de argumentos inválidos. E faz todo o sentido que o façamos, pois se adoptarmos o entendimento factivo do termo um "argumento" inválido não é de todo em todo um argumento: é apenas um conjunto de proposições.

É sem dúvida possível aceitar o resultado bizarro, e passar a usar o termo "argumento" factivamente. Mas se tivermos a possibilidade de o evitar, de forma fundamentada e reflectida, estaremos a facilitar as coisas — sobretudo ao nível do ensino. E temos possibilidade de evitar este resultado bizarro, e manter o uso de "argumento" de tal modo que faça sentido falar de argumentos inválidos, de deduções inválidas e de induções inválidas. Para o fazer temos de distinguir cuidadosamente a noção de argumento (dedutivo ou não) da noção de validade (dedutiva ou não). Podemos, claro, usar um termo diferente para a validade não dedutiva, e reservar o termo "validade" para a validade dedutiva, mas esta é uma mera opção terminológica: tanto faz. O que é crucial é poder dizer que um argumento é dedutivo, apesar de inválido, ou indutivo, apesar de inválido. E como se faz isso?
Apresentando os argumentos dedutivos como argumentos cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da sua forma lógica; e os argumentos não dedutivos como argumentos cuja validade ou invalidade não depende exclusivamente da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se aplica a todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma complicação que esclareceremos dentro de momentos. Para já, vejamos alguns exemplos:
Se Sócrates era ateniense, era grego.
Sócrates era grego.
Logo, era ateniense.

Se Sócrates era ateniense, era grego.
Sócrates era ateniense.
Logo, era grego.
O primeiro argumento é inválido. Mas qualquer argumento indutivo, ainda que válido, sofre deste tipo de invalidade dedutiva. Devemos então dizer que os argumentos dedutivamente inválidos não se distinguem dos argumentos indutivos válidos? Claro que não, dado que eles se distinguem muito claramente uns dos outros. O primeiro argumento é dedutivamente inválido porque a sua invalidade pode ser explicada recorrendo unicamente à sua forma lógica. Mas seria uma enorme falta de sensibilidade lógica abandonar uma indução boa com base no facto de a sua forma lógica e a verdade das suas premissas não garantir a verdade da sua conclusão.

Assim, um argumento é dedutivo ou indutivo em função da explicação mais adequada que tivermos para a sua validade ou invalidade. Um argumento dedutivo inválido explica-se adequadamente recorrendo unicamente à sua forma lógica, no sentido em que a sua forma lógica é suficiente para distinguir os argumentos dedutivos inválidos dos válidos; o mesmo não acontece com os argumentos indutivos, pois a sua validade ou invalidade não depende exclusivamente da sua forma lógica. Deste modo, podemos manter a tradição de falar de argumentos dedutivos e indutivos; e podemos dizer que há argumentos dedutivos inválidos; e não somos forçados a aceitar que todo o argumento indutivo, por melhor que seja, é sempre um argumento dedutivo inválido. Isto não acontece porque os argumentos dedutivos nunca são indutivos, ainda que sejam inválidos. Porque o que conta é o tipo de explicação adequada para a sua validade ou invalidade.

Em termos primitivos, pois, o que conta é a validade e invalidade; há diferentes tipos de validade e invalidade: a dedutiva e a indutiva. E os argumentos são dedutivos ou indutivos consoante a sua validade ou invalidade for dedutiva ou indutiva. É agora tempo de esclarecer que nem todos os argumentos dedutivos dependem exclusivamente da sua forma lógica; há argumentos dedutivos de carácter conceptual, como "O João é casado; logo, não é solteiro". Não é difícil acomodar estas variedades de dedução não formal no esquema aqui proposto: tudo depende da melhor explicação disponível para a validade ou invalidade em causa.

Podemos assim continuar a falar de argumentos dedutivos e indutivos, validos ou inválidos. E os argumentos dedutivos inválidos nunca são uma subclasse dos argumentos indutivos.

Fonte: Crítica na Rede

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