De vez em quando aparece um grande livro – que, como um grande vinho tinto – fica melhor com o passar do tempo. “High Noon for America”, de autoria do editor do FrontPage Magazine, Jamie Glazov, é um destes raros tipos de livro.
Este trabalho de tirar o fôlego foi publicado em 2012, logo após a nossa intervenção militar na Líbia, e, acertadamente, começa com uma análise profunda da política da administração americana para o Oriente Médio. No momento, estamos lidando com uma intervenção similar na Síria, e eu recomendo fortemente, a todos os minimamente interessados em política externa e na paz a longo prazo, reler este livro.
“High Noon for America” não é um livro de Jamie Glazov. É um livro dos EUA, concebido e desenvolvido ao longo de muitos anos de diálogo de alto nível entre Jamie e alguns dos maiores e mais confiáveis especialistas da atualidade em política externa, inteligência, negociações políticas, economia e religião. Alguns deles: Robert McFarlane, conselheiro de segurança nacional do presidente Reagan, Richard Pipes, antigo membro do National Security Council, uma das principais autoridades mundiais sobre história soviética, Natan Sharansky, ex-prisioneiro soviético e, posteriormente, membro do gabinete israelense, Roger L. Simon, roteirista premiado, fundador e CEO do PJMedia, Vladimir Bukovsky, antigo líder soviético dissidente e candidato a presidente da Rússia pós-soviética, e Michael Ledeen, a maior autoridade americana sobre o Irã. Transparência total: eu também contribui para o livro de Jamie Glazov, e há muito tempo contribuo com o FrontPage.
Todos nós queremos ver o sucesso da democracia na Líbia. A nossa precipitada intervenção naquele país, entretanto, gerou o caos e o terrível assassinato do embaixador americano J. Christopher Stevens, e isso não pode se repetir na Síria. Poucas pessoas mais do que eu queriam ver Gadhafi removido do poder. Ele ofereceu uma recompensa de 2 milhões de dólares pela minha cabeça porque eu revelei os seus esforços secretos para armar terroristas internacionais com armas químicas e outras armas de destruição em massa. Mas vinganças pessoais contra Gadhafi – e agora contra Bashar al-Assad – não podem orientar a política dos EUA.
O recente fechamento temporário de 21 embaixadas americanas por medo de terrorismo, pela primeira vez na história, mostra que não precisamos de mais intervenções como a da Líbia. Elas geram ódio, não paz. Necessitamos de uma política externa coerente, orientada à proteção do nosso país contra a praga do terrorismo. O antigo diretor da CIA, James Woolsey, nos alertou pouco tempo atrás que a Congressional Electromagnetic Pulse Commission e a Congressional Strategic Posture Commission demonstraram que a detonação de uma arma nuclear pequena sobre qualquer parte do território americano pode gerar um pulso eletromagnético catastrófico.Apenas uma pequena explosão nuclear, que até mesmo o ditador terrorista da Coréia do Norte já é capaz de causar, poderia colocar em colapso toda a malha elétrica americana e a infraestrutura dela dependente – comunicação, transporte, serviços bancários e financeiros, alimentação e água – necessárias para manter a moderna civilização e a vida de 300 milhões de americanos.
Não sei como deveria ser a nossa política anti-terrorismo. Não tenho acesso a informações secretas e não tenho pretensões de ser o comandante. Os tagarelas sabe-tudo da mídia americana não são mais sábios do que eu. Entretanto, tenho uma boa razão para sugerir à nossa administração e ao Congresso a leitura atenta do relatório NSC 68/1950 do presidente Truman.
Nas palavras do relatório National Council Report 68, de 1950, que definiu a estratégia para vencer a Guerra Fria, “Os problemas que enfrentamos são graves, envolvendo a sobrevivência ou a destruição não apenas desta República mas da própria civilização”. Assim, o NSC 68/1950 focou na criação de uma “nova ordem mundial” centrada nos valores capitalistas liberais americanos e continha uma estratégia política “de dois dentes”: poder militar superior e uma “Campanha da Verdade”, definida como “uma luta, acima de tudo, pela mente dos homens”. Truman argumentou que a propaganda usada pelas “forças do imperialismo comunista” só podia ser derrotada pela “verdade plena, absoluta e simples”. A Voice of America, a Radio Free Europe e a Radio Liberation (logo em seguida chamada de Radio Liberty) tornaram-se parte da “Campanha da Verdade” de Truman.
Os desafios que enfrentamos são, mais uma vez, graves, e não podemos resolvê-los com mais tiros de advertência como foi feito na Líbia. Necessitamos de uma nova e coerente política externa e de uma nova “Campanha da Verdade” para lidar com os nossos problemas atuais. Também precisamos voltar a ler o livro de Glazov. Alguns dos mais eminentes especialistas da inteligência e da política envolvidos na implementação do NSC 68/1950 e na vitória da Guerra Fria estão lá, nos ensinando como podemos usar aquela experiência única para proteger o nosso país hoje.
Nota do Editor da FrontPage Magazine: para assistir a entrevista na qual Jamie Glazov comenta High Noon for America e outros trabalhos, veja abaixo:
Parte 1
Parte 2
Ion Mihai Pacepa, é ex-general da Securitate, a polícia secreta da Romênia comunista, e o oficial de mais alta patente que obteve asilo político nos EUA. O seu livro mais recente, “Disinformation”, em co-autoria com o professor Ronald Rychlak, pode ser adquirido na loja do WND.
Fonte: MsM
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