Escolher não fazer o bem, neste único e curioso caso, é escolher fazer o mal. Não amar não significa odiar, mas o que pode escolher o bem e não o faz, escolheu o mal.
O mal não são frutos; é raiz. Raiz essa que não produz nada, e o nada são seus frutos. É por isso que tem-se a ideia de que vencer o mal é impossível: porque querem arrancar-lhe os frutos, mas os frutos não são nada, e quanto ao nada, nada se lhe pode fazer.
Na verdade, não se luta contra o desespero, a desonra, o desamor ou qualquer outra desgraça, pois está a se lutar com o nada que nada produz. Não se reverte o nada: preenche-se.
Ao desespero dá-se esperança; à desonra, honra.. e amor ao desamor. Uma vida ou momento de vida em que não haja graça, dá-se-lhe graça, para que vença, pois somente o nada acompanha a desgraça.
E o contrário de nada? Não é tudo, mas algo. Não precisamos de todo amor, ou toda a honra ou toda a esperança, mas de algo. Alguma gratidão substitui bem nenhuma gratidão. Para quem não tem esperança, qualquer esperança é esperança, o que faz do ser algo infinitamente superior ao nada.
E se você não entendeu "nada" do que lhe escrevi, não se preocupe: é pouco a pouco!
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