O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel é uma iniciativa em prol da Palestina, promovida por diferentes pessoas e instituições em várias partes do mundo. Ela visa pressionar o governo do Estado judeu pelo fim da alegada ocupação israelense dos territórios palestinos iniciada na Guerra dos Seis Dias (1967).
Entre os defensores da BDS estão líderes religiosos, como o bispo anglicano Desmond Tutu, da África do Sul, que passou a advogar a causa em 2002. Mais recentemente, diversas denominações cristãs começaram a se envolver e anunciar publicamente que se opõem a Israel.
Isso gerou um conflito com organizações cristãs pró-Israel. Segundo Max Samarov, da organização Stand With Us, o argumento básico do BDS é a “noção de que os israelenses são opressores poderosos que merecem ser pressionados. Já os palestinos são vítimas, cujos líderes defendem métodos de resistência desagradáveis”. Um equívoco que a mídia insiste em divulgar, ignorando a ideologia terrorista e antissemita que norteia as lideranças do Fatah e do Hamas, principais organizações políticas da Palestina.
As denominações cristãs, especialmente as norte-americanas, têm se envolvido no embargo defendido o BDS. Um dos primeiros a aderir foi o Conselho Mundial de Igrejas, em 2010, que reúne dezenas de denominações liberais de todo o mundo. Em 2011, a Igreja Unida do Canadá decidiu pelo boicote.
Em junho de 2014, a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) aprovou uma resolução para boicotar empresas israelenses. Um ano depois, a Igreja Unida de Cristo (UCC) aprovou uma medida similar. Na mesma época, a Igreja Nacional da Finlândia, luterana, anuncia apoio ao boicote.
No início de 2016, fundos de investimentos ligados à Igreja Metodista Unida dos EUA bloquearam cinco bancos israelenses de sua carteira de investimentos. O relatório divulgado pela denominação justifica sua decisão de eliminar “as empresas que lucram com o abuso dos direitos humanos”. A medida foi celebrada pelos palestinos, que consideram isso mais um passo para “o fim da opressão” de Israel.
As medidas de BDS já causaram grande prejuízos. Uma pesquisa da Maan News Agency, revelou que 21% dos exportadores israelenses tiveram que baixar seus preços por causa do boicote, depois de perderem significativa fatia de mercado, sobretudo na Europa.
Embora a União Europeia diga que se opõe a boicotes a Israel, estuda diretrizes para rotular produtos feitos nos assentamentos, o que muitos em Israel temem ser um precursor para uma proibição completa.
Isso geraria um prejuízo bilionário em pouco tempo, ameaçando a estabilidade econômica do país.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recentemente afirmou: “Estamos em meio a uma grande luta sendo travada contra o Estado de Israel, uma campanha internacional [BDS] para denegrir o seu nome. Isso não afeta apenas as nossas ações. Afetaria a nossa própria existência”.
Declaradamente, o objetivo final do movimento BDS é afetar a economia de Israel, para assim pressionar o governo a mudar suas políticas em relação aos palestinos.
Curiosamente, nenhuma dessas igrejas ou instituições defensoras do boicote exige qualquer tipo de contrapartida por parte da Autoridade Palestina, que não mantém uma gestão transparente e seguidamente lança mísseis e organiza ataques terroristas em Israel.
Tampouco pede explicações para a falta de liberdade religiosa na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, onde a minoria cristã sofre constantemente por causa de sua fé.
A pressão para que o assunto ganhe mais apoiadores é grande. A Igreja Episcopal analisou várias resoluções do BDS na sua Convenção Geral, mas não as aprovou. A liderança da Igreja Menonita adiou a consideração de medidas semelhantes para a Assembleia-geral do ano que vem.
De outro lado, grupos cristãos pró-Israel têm demonstrado sua indignação que Igrejas cristãs se oponham abertamente contra Israel. Uma das mais incisivas é a Cristãos Unidos por Israel (CUFI). Seu presidente, o pastor John Hagee, afirmou: “Apoiar Israel não é uma questão política, é uma questão bíblica”.
Diversos outros grupos evangélicos estão reforçando seu apoio a Israel. Em setembro de 2015, milhares de cristãos de mais de 80 países reuniram-se a Jerusalém para mostrar seu apoio ao Estado judeu.
Os organizadores do evento anual, explicam que sua afinidade com Israel deriva das raízes judaicas do cristianismo e das promessas messiânicas que todas as nações da terra se reunirão em Jerusalém.
De acordo com a Fundação Aliados de Israel, existem atualmente bancadas pró-Israel nos parlamentos de 32 países. Uma grande iniciativa pró-Israel ocorreu durante o encontro do Comitê pela Exatidão nos Relatos Sobre o Oriente Médio na América, dia 18 de janeiro. O tema da conferência foi “Os cristãos evangélicos, judeus e Israel: Ameaças a uma amizade histórica.”
Foi levantada a questão do crescimento da campanha para dividir os evangélicos e ameaçar o Estado judeu. O argumento principal dos defensores de Israel é que existem diversas passagens bíblicas que falam sobre as consequências de se amaldiçoar Israel.
Fonte: Gospel Mais
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