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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

ERROS “INOFENSIVOS”

No quadro de avisos de alguns templos evangélicos não é difícil encontrar a seguinte frase: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder”. Apesar do impacto do refrão, devemos perguntar: “Onde vemos isso na Bíblia”? Poderíamos fazer um gráfico estatístico e matemático da oração e estabelecer sua performance? É irônico. Jonas, o profeta que foi usado para trazer o despertamento de Nínive, aparentemente não fez nenhuma oração! Deus é soberano! Ele faz como quer. Certamente, muitos irão dizer que nosso padrão deve ser Elias. Jonas é exceção! Voltemos à Bíblia. Desde quando as orações de Elias funcionaram pela quantidade? Jesus criticou a repetição de orações (Mt 6.7), e em Tiago 5, onde Elias é mencionado, sua oração não é “muita”, mas fervorosa (v. 17). O texto enfatiza que a oração que funciona é a de um “justo” (v. 16), e isso não tem a ver com “quantidade”.
Estes são apenas alguns exemplos de tradições evangélicas não fundamentadas nas Escrituras. O problema é que esses erros “inofensivos” acabam nos afastando do que importa e nos levando a perder tempo com coisas desnecessárias e secundárias. Temos a doutrina do sábado, da gravata, do paletó, da unção etc. Corremos o risco de criarmos tradições humanas que tomam o lugar da Palavra de Deus (Mc 7.9). Hoje, quando se fala em cristão evangélico, imaginamos que se trata de uma pessoa sem vícios, que não bebe, não fuma, não dança, não joga etc. Ora, ninguém precisa ser cristão para viver assim. Há ateus que não fumam nem bebem. Isso não é questão de espiritualidade, mas sim de inteligência! Estamos criando uma caricatura do Evangelho. Ao contrário, Deus deseja pessoas salvas por Cristo, misericordiosas, justas, incorruptíveis, dispostas a perdoar e capazes de amar.
Parece que os profetas enfrentaram algo semelhante em sua época. Ainda hoje, as santas palavras de Miquéias ecoam bem alto: “Com que eu poderia comparecer diante do Senhor e curvar-me perante o Deus exaltado? Deveria oferecer holocaustos de bezerros de um ano? Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Devo oferecer o meu filho mais velho por causa da minha transgressão, o fruto do meu corpo por causa do pecado que eu cometi? Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Mq 6.6-8–NVI).
Extraído do artigo "A Bíblia Contra Idéia dos Crentes", de Luiz Sayão, uma das maiores autoridades em línguas e manuscritos bíblicos do Brasil. Revista Enfoque Gospel - Ed. 74.
Em Cristo,
Pr. Artur

3 comentários:

Polianna Gomes disse...

Este artigo é muito bom! Inspirado por Deus! Parabéns pastor Artur! Louvo a Deus pela sabedoria que tem lhe dado!

Danielrq.net disse...

Mas e o tempo que Jesus passava em oração?

E orar o tempo todo no Espírito!

Eu creio que o artigo deveria mostrar também que fechar a porta do quarto e estar com Pai em adoração e oração traz intimidade.

Mauro Cintra disse...

Muito "poder", pouco "poder"!!! Que poder é este que está sendo citado? Seria realmente o Poder de Deus? Ou seria o poder dos homens?
Poder de dizer não ao erro, ao pecado, ao desânimo, à incredulidade, à religiosidade; "(Marcos 13:33)-Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo." //"(Lucas 22:40)-E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação."//"(I Tessalonicenses 5:17)- Orai sem cessar.".
Não é irônico Jonas ter pregado o arrependimento e este ter acontecido. Será que todos nós que somos convertidos ao Senhor Jesus não experimentamos isto?
Jesus não criticou a repetição de orações no sentido de quantidade, mas no sentido de qualidade, tendo dito, inclusive "não useis de vãs repetições", o quê vem mudar totalmente o sentido do pensamento ora expresso.
O texto de Tiago trata também de "quantidade", basta que não isolemos o texto, vejamos: "(Tiago 5:13)- Está alguém entre vós aflito? Ore."// "(Tiago 5:14) - Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;"//"Tiago 5:15) - E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados."//" (Tiago 5:16) - , e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos."; agora sim. Tenho aqui alguns bons motivos para orar.
Em Marcos a citação de Jesus faz justiça à seita que contendia com Ele, os fariseus, que eram verdadeiros hipócritas e buscavam razão para difamá-Lo. Basta que nos aprofundemos mais um pouco nos costumes relacionados a eles e veremos o que eram capazes de fazer em prol de seus interesses.
Defendo uma vida de oração e creio não estar criando uma caricatura do evangelho; a oração faz parte do homem espiritual e é impossível que o homem seja espiritual, sem oração.
Concordo que Miquéias tenha sofrido.
Sofreu o enfado de ver irmãos fazendo sacrifícios contínuos por conta de seus pecados mas, sem nunca se arrependerem deles. O mesmo viu Lutero. O mesmo viu Jesus na vida dos fariseus, na vida dos saduceus. O mesmo podemos ver hoje, com pessoas que acham que podem comprar a benção de Deus e, isso não está relacionado em nenhum momento com a oração.
Acredito que ainda tenha de orar muito, e orar sem cessar.

Mauro Cintra

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