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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A lógica da P.E.

A base lógica da Psicologia Evolucionista

Perguntaram-me uma vez: É possível que a neurociência desvende os mistérios do cérebro e descubra que mente e cérebro são indissociáveis? Sim, é possível. Contudo, a neurociência NÃO fez isto, e há questões físicas, metafísicas e psicológicas que. evidentemente, apontam para o dualismo (aqui, destaco a idéia dentro da filosofia cristã). Ignorar isto é ignorar a própria ciência, pois passaremos a falar do método científico e principalmente da verificabilidade empírica. Sei que este último é fruto do positivismo (mesmo que "atrasado", de cientistas como os do "Círculo de Viena"*). Contudo, é inegável que homens como Karl Popper fizeram um bem com a demarcação o mais clara possível entre o que é científico e o que não é. Contudo, a lógica é uma um instrumento poderoso. Todo o trabalho de homens como Karl Popper baseia-se na lógica, ou se preferirem, no "racionalismo crítico". Assim, sistemas lógicos costumam nos "pregar peças", e alguns dos mais proeminentes sistemas foram descartados por infrigirem suas própras regras. Se não, vejamos: Ayer, um eminente filósofo do século XX, tentou sintetizar o PVE (princípio da verificabilidade empírica) do Círculo de Viena com as seguintes proposições: Tudo só pode ser considerado "verdadeiro" se for 1- Sensível, isto é, estiver ao alcance dos sentidos, e 2 - Não ferir os princípios da lógica "correta"....

Logo, o "verdadeiro" é lógico. Observem que aqui há a sacramentalização de um princípio da lógica, cuja estruturação não é comutativa, pois [nem tudo o que é lógico é verdadeiro (por exemplo, para o Círculo de Viena, a metafísica). Vejam que fiz questão de colocar verdadeiro entre aspas, pois ´verificável´ é uma palavra cuja origem latina origina a palavra ´verdadeiro´. A proposta do Círculo de Viena, portanto, era uma unificação da ciência, com a retirada da metafísica (uma "lógica desprovida de verdade"), e a atrelação de toda a verdade (isto é, tudo o que é "verificável"), ou se preferirem, "tudo o que pode ser dito" (Wiitgenstein) ao nível do sensível.Mas, observem: O próprio PVE é "sensível", pode ser "sentido"?... Hummmm, NÃO. É "verdadeiro"?... Hummm, NÃO. Por quê? Porque teria de passar pelo dois pontos FUNDAMENTAIS do próprio PVE.... e NÃO PASSA!! Logo, é um sistema que, em última análise, não tem sentido algum!!!! Esta "brecha" foi verificada, e camuflada por décadas, pois a filosofia da ciência surgiu (desde a primeira metade do século XX), com força total, tanto que é matéria básica para quaisquer cursos de filosofia ou especializações em filosofia e ciência, no mundo todo. Mas, o que quero mostrar com isso? Que nossa mente (mesmo as dos mais brilhantes pensadores) nos prega peças!...Vejam o próprio princípio da falsificabilidade (um "refinamento" da proposta do Cìrculo de Viena), de Karl Popper (que, por sinal, abole a cientificidade da psicologia, em seu trabalho "Conjecturas e Refutações", tratando-a como pseudo-ciência). Tudo para ser considerado "científico" precisa ser "falseável".... lógico.... E isto "regula", hoje, a ciência. Contudo, o próprio princípio da falsificabilidade é "falseável"? Pensem bem.... Aqui há um dilema: Se a resposta for "sim", então toda a forma de se fazer "ciência" e, portanto, descobrir-se a "verdade" pode ser "falsa". Se for não é automaticamente falso!!! Que dilema, hein?... E isto não foi trabalhado pelo eminente Popper...

Sei de uma coisa: A ciência, e tudo o que pode ser considerado "verdadeiro" pelo modelo atual, está para passar por outra revolução, sem nem mesmo a última ter terminado. Se os modelos propostos pela "psicologia evolutiva" basearem-se exclusivamente em proposições "empiristas lógicas" (e, observem: "estão" sim!!), estão fadadas ao fracasso... não lograrão êxito, pois todo o edifício da ciência está condenado, desde o momento em que a ciência quis fundir o pensamento ao empirismo, sacrificando o próprio pensamento!!!Se a psicologia evolutiva afirmar que seus pressupostos NÃO estão sujeitos exclusivamente às proposições do empirismo lógico que domina o conceito de "científico" da atualidade (e por que não dizer, de "verdadeiro", também), então estará admitindo, por conseguinte, que os mesmos pressupostos originam-se em pensamentos "não verificáveis". Para salvar a sua tese, terão de sacrificar a mesma. E isto, prezados, é "metafísica". Tem-se que partir do ponto de que Deus não existe, e não temos espírito, e que não há qualquer dualismo mente-cérebro, para que se sustente esta idéia. Logo, a mesma as mesmas são tão "científicas" quanto às suas opostas. O trabalho da psicologia evolutiva é, em grande parte, em vão. Não se pode provar que o espírito exista.... nem que não exista. A chamada psicologia evolutiva surge como uma vertente malfadada do evolucionismo, que é denunciada por começar com uma proposta incoerente, mas que não é observada por todos, mesmo por alguns que estão envolvidos com si: A de "provar a inexistência de algo". Esta é a proposta da psicologia evolutiva!!! Tentar provar o não dualismo mente-cérebro. Contudo, não se prova a inexistência de algo. Isto é, prezados, CRENÇA!!! E aqui, evoco o eminente Karl Popper, com todos as brechas de suas (algumas brilhantes) proposições.

Portanto, crê-se que haja o dualismo, ou crê-se que não. Temos que observar o peso das evidências. E penso que as evidências apontam para sua existência, indubitavelmente!!! E dualismo é sinônimo de existência da alma/espírito. E, se o espírito existe, Deus existe.

*"Círculo de Viena": "O Círculo de Viena foi um grupo de
filósofos e cientistas, organizado informalmente em Viena à volta da figura de Moritz Schlick. Encontravam-se semanalmente, entre 1922 e finais de 1936, ano em que Schlick foi assassinado por um estudante universitário irado. Muitos membros deixaram a Áustria com a
ascendência do partido Nazi, tendo o círculo sido dissolvido em 1936. O
seu sistema filosófico ficou conhecido como o "Positivismo
lógico
". Membros proeminentes do Círculo incluíram Rudolf
Carnap
, Otto Neurath, Herbert Feigl, Philipp Frank, Friedrich
Waissman
, Hans Hahn. Receberam as visitas ocasionais de Hans
Reichenbach
, Kurt Gödel, Carl Hempel, Alfred Tarski, W. V.
Quine
, e A. J. Ayer (que popularizou a obra deles em Inglaterra).
Karl Popper, apesar de não ter frequentado as reuniões do Círculo, foi uma figura central na recepção e na crítica às suas doutrinas. Por algum tempo, algumas da figuras do grupo encontraram-se regularmente com Ludwig Wittgenstein (a fase inicial da sua filosofia foi racional-positivista)."

"Psicologia evolucionista": A Psicologia Evolucionista, Psicologia
evolutiva
, ou simplesmente PE propõe que a cognição e o comportamento pode ser melhor entendido à luz da história evolutiva dos primatas. Assim pretende-se explicar o comportamento, os sentimentos e a
interação humana a partir do paradigma gene-perpetuativo de vantagens e desvantagens evolucionárias. Este paradigma nos diz que os seres vivos, instintivamente, buscam perpetuar seus genes, fazendo com que estes sobrevivam e se propaguem ao máximo através das gerações.
Diferentemente das psicologias Freudiana e Junguiana, a psicologia evolutiva tem suas bases alicercadas nas ciências naturais: na teoria evolutiva de Darwin e na genética mendeliana - o neodarwinismo - que lhes fornece uma rigorosa base científica. Podemos dizer que a psicologia evolutiva surgiu como uma evolução da sociobiologia que foi, por sua vez, a síntese da entomologia e da biologia das populações. A Sociobiologia foi criada por E.O. Wilson com a publicação de seu livro "Sociobiology: The New Synthesis" em 1975. Wilson foi um dos primeiros a defender que o comportamento social, humano ou não, estaria fortemente ligado aos genes e aos seus interesses perpetuativos. Posteriormente, em 1992, o antropólogo John Tooby e a psicóloga Leda Cosmides publicaram
"The Adapted Mind - The Psychological Foundations of Culture" (sem tradução para o português) que é considerado o marco inicial da psicologia evolutiva. A PE propõe que o cérebro primata abrange
muitos mecanismos funcionais chamados adaptações psicológicas ou mecanismos sicológicos evolutivos (MPEs), que evoluíram a partir da seleção natural com o intuito de beneficiar a sobrevivência e a reprodução do organismo. MPEs não controversas incluem a visão, audição, memória, e controle motor. Exemplos ais controversos incluem as diferenças entre preferências e estratégias de machos e fêmeas, habilidades cognitivas e temperamento, mecanismos de evitação de incesto, mecanismos de detecção de trapaceiro e captura-relacionamento.
A PE têm influenciado a arqueologia pós-processual ou arqueologia
cognitiva
".

Fonte de "Círculo de Viena" e "Psicologia evolucionista":
Wikipédia.

Pr. Artur Eduardo

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