Perguntaram-me uma vez: É possível que a neurociência desvende os mistérios do cérebro e descubra que mente e cérebro são indissociáveis? Sim, é possível. Contudo, a neurociência NÃO fez isto, e há questões físicas, metafísicas e psicológicas que. evidentemente, apontam para o dualismo (aqui, destaco a idéia dentro da filosofia cristã). Ignorar isto é ignorar a própria ciência, pois passaremos a falar do método científico e principalmente da verificabilidade empírica. Sei que este último é fruto do positivismo (mesmo que "atrasado", de cientistas como os do "Círculo de Viena"*). Contudo, é inegável que homens como Karl Popper fizeram um bem com a demarcação o mais clara possível entre o que é científico e o que não é. Contudo, a lógica é uma um instrumento poderoso. Todo o trabalho de homens como Karl Popper baseia-se na lógica, ou se preferirem, no "racionalismo crítico". Assim, sistemas lógicos costumam nos "pregar peças", e alguns dos mais proeminentes sistemas foram descartados por infrigirem suas própras regras. Se não, vejamos: Ayer, um eminente filósofo do século XX, tentou sintetizar o PVE (princípio da verificabilidade empírica) do Círculo de Viena com as seguintes proposições: Tudo só pode ser considerado "verdadeiro" se for 1- Sensível, isto é, estiver ao alcance dos sentidos, e 2 - Não ferir os princípios da lógica "correta"....
Logo, o "verdadeiro" é lógico. Observem que aqui há a sacramentalização de um princípio da lógica, cuja estruturação não é comutativa, pois [nem tudo o que é lógico é verdadeiro (por exemplo, para o Círculo de Viena, a metafísica). Vejam que fiz questão de colocar verdadeiro entre aspas, pois ´verificável´ é uma palavra cuja origem latina origina a palavra ´verdadeiro´. A proposta do Círculo de Viena, portanto, era uma unificação da ciência, com a retirada da metafísica (uma "lógica desprovida de verdade"), e a atrelação de toda a verdade (isto é, tudo o que é "verificável"), ou se preferirem, "tudo o que pode ser dito" (Wiitgenstein) ao nível do sensível.Mas, observem: O próprio PVE é "sensível", pode ser "sentido"?... Hummmm, NÃO. É "verdadeiro"?... Hummm, NÃO. Por quê? Porque teria de passar pelo dois pontos FUNDAMENTAIS do próprio PVE.... e NÃO PASSA!! Logo, é um sistema que, em última análise, não tem sentido algum!!!! Esta "brecha" foi verificada, e camuflada por décadas, pois a filosofia da ciência surgiu (desde a primeira metade do século XX), com força total, tanto que é matéria básica para quaisquer cursos de filosofia ou especializações em filosofia e ciência, no mundo todo. Mas, o que quero mostrar com isso? Que nossa mente (mesmo as dos mais brilhantes pensadores) nos prega peças!...Vejam o próprio princípio da falsificabilidade (um "refinamento" da proposta do Cìrculo de Viena), de Karl Popper (que, por sinal, abole a cientificidade da psicologia, em seu trabalho "Conjecturas e Refutações", tratando-a como pseudo-ciência). Tudo para ser considerado "científico" precisa ser "falseável".... lógico.... E isto "regula", hoje, a ciência. Contudo, o próprio princípio da falsificabilidade é "falseável"? Pensem bem.... Aqui há um dilema: Se a resposta for "sim", então toda a forma de se fazer "ciência" e, portanto, descobrir-se a "verdade" pode ser "falsa". Se for não é automaticamente falso!!! Que dilema, hein?... E isto não foi trabalhado pelo eminente Popper...
Sei de uma coisa: A ciência, e tudo o que pode ser considerado "verdadeiro" pelo modelo atual, está para passar por outra revolução, sem nem mesmo a última ter terminado. Se os modelos propostos pela "psicologia evolutiva" basearem-se exclusivamente em proposições "empiristas lógicas" (e, observem: "estão" sim!!), estão fadadas ao fracasso... não lograrão êxito, pois todo o edifício da ciência está condenado, desde o momento em que a ciência quis fundir o pensamento ao empirismo, sacrificando o próprio pensamento!!!Se a psicologia evolutiva afirmar que seus pressupostos NÃO estão sujeitos exclusivamente às proposições do empirismo lógico que domina o conceito de "científico" da atualidade (e por que não dizer, de "verdadeiro", também), então estará admitindo, por conseguinte, que os mesmos pressupostos originam-se em pensamentos "não verificáveis". Para salvar a sua tese, terão de sacrificar a mesma. E isto, prezados, é "metafísica". Tem-se que partir do ponto de que Deus não existe, e não temos espírito, e que não há qualquer dualismo mente-cérebro, para que se sustente esta idéia. Logo, a mesma as mesmas são tão "científicas" quanto às suas opostas. O trabalho da psicologia evolutiva é, em grande parte, em vão. Não se pode provar que o espírito exista.... nem que não exista. A chamada psicologia evolutiva surge como uma vertente malfadada do evolucionismo, que é denunciada por começar com uma proposta incoerente, mas que não é observada por todos, mesmo por alguns que estão envolvidos com si: A de "provar a inexistência de algo". Esta é a proposta da psicologia evolutiva!!! Tentar provar o não dualismo mente-cérebro. Contudo, não se prova a inexistência de algo. Isto é, prezados, CRENÇA!!! E aqui, evoco o eminente Karl Popper, com todos as brechas de suas (algumas brilhantes) proposições.
Portanto, crê-se que haja o dualismo, ou crê-se que não. Temos que observar o peso das evidências. E penso que as evidências apontam para sua existência, indubitavelmente!!! E dualismo é sinônimo de existência da alma/espírito. E, se o espírito existe, Deus existe.
*"Círculo de Viena": "O Círculo de Viena foi um grupo de
filósofos e cientistas, organizado informalmente em Viena à volta da figura de Moritz Schlick. Encontravam-se semanalmente, entre 1922 e finais de 1936, ano em que Schlick foi assassinado por um estudante universitário irado. Muitos membros deixaram a Áustria com a
ascendência do partido Nazi, tendo o círculo sido dissolvido em 1936. O
seu sistema filosófico ficou conhecido como o "Positivismo
lógico". Membros proeminentes do Círculo incluíram Rudolf
Carnap, Otto Neurath, Herbert Feigl, Philipp Frank, Friedrich
Waissman, Hans Hahn. Receberam as visitas ocasionais de Hans
Reichenbach, Kurt Gödel, Carl Hempel, Alfred Tarski, W. V.
Quine, e A. J. Ayer (que popularizou a obra deles em Inglaterra).
Karl Popper, apesar de não ter frequentado as reuniões do Círculo, foi uma figura central na recepção e na crítica às suas doutrinas. Por algum tempo, algumas da figuras do grupo encontraram-se regularmente com Ludwig Wittgenstein (a fase inicial da sua filosofia foi racional-positivista).""Psicologia evolucionista": A Psicologia Evolucionista, Psicologia
evolutiva, ou simplesmente PE propõe que a cognição e o comportamento pode ser melhor entendido à luz da história evolutiva dos primatas. Assim pretende-se explicar o comportamento, os sentimentos e a
interação humana a partir do paradigma gene-perpetuativo de vantagens e desvantagens evolucionárias. Este paradigma nos diz que os seres vivos, instintivamente, buscam perpetuar seus genes, fazendo com que estes sobrevivam e se propaguem ao máximo através das gerações.
Diferentemente das psicologias Freudiana e Junguiana, a psicologia evolutiva tem suas bases alicercadas nas ciências naturais: na teoria evolutiva de Darwin e na genética mendeliana - o neodarwinismo - que lhes fornece uma rigorosa base científica. Podemos dizer que a psicologia evolutiva surgiu como uma evolução da sociobiologia que foi, por sua vez, a síntese da entomologia e da biologia das populações. A Sociobiologia foi criada por E.O. Wilson com a publicação de seu livro "Sociobiology: The New Synthesis" em 1975. Wilson foi um dos primeiros a defender que o comportamento social, humano ou não, estaria fortemente ligado aos genes e aos seus interesses perpetuativos. Posteriormente, em 1992, o antropólogo John Tooby e a psicóloga Leda Cosmides publicaram
"The Adapted Mind - The Psychological Foundations of Culture" (sem tradução para o português) que é considerado o marco inicial da psicologia evolutiva. A PE propõe que o cérebro primata abrange
muitos mecanismos funcionais chamados adaptações psicológicas ou mecanismos sicológicos evolutivos (MPEs), que evoluíram a partir da seleção natural com o intuito de beneficiar a sobrevivência e a reprodução do organismo. MPEs não controversas incluem a visão, audição, memória, e controle motor. Exemplos ais controversos incluem as diferenças entre preferências e estratégias de machos e fêmeas, habilidades cognitivas e temperamento, mecanismos de evitação de incesto, mecanismos de detecção de trapaceiro e captura-relacionamento.
A PE têm influenciado a arqueologia pós-processual ou arqueologia
cognitiva".Fonte de "Círculo de Viena" e "Psicologia evolucionista":
Wikipédia.Pr. Artur Eduardo
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