Em uma entrevista, o ator Antônio Banderas disse que trabalhar com Pedro Almodóvar, o famoso cineasta espanhol, era difícil.. justamente por se tratar de um "gênio", segundo suas palavras. Realmente, trabalhar com pessoas não é fácil. Exige-se muito. Mas, a "genialidade" não é o único fator dificultoso em um relacionamento de trabalho. Há outros. Se não, vejamos:
- A preguiça é um fator de dificuldades. Imagine você ter que fazer o trabalho por aquele que, preguiçosamente, não quer fazer a sua perte. A que lhe é devida. O ambiente fica insuportável, e os choque acabam sendo inevitáveis. Em um ambiente assim creio eu ser necessária a remoção do preguiçoso. Pior para aquele que lidera pessoas assim. Pv. 10:26 diz: "Como vinagre para os dentes e fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.".
- A subjetividade em demasia também, no meu ver, é outro fator de dificuldades. Nós temos a tendência natural de sermos muito subjetivos. E, dando ouvidos a um sentimentalismo que na maioria das vezes se mostra inconveniente em ambientes que, cada vez mais, requerem altos graus de objetividade, torna-se impossível trabalhar, cooperar, pois um lado sempre verá o outro "chato", "pedante", "arrogante"... muralhas que se levantam, geralmente, para cobrir a incompetência de quem reclama demais, por ser minimalista e subjetivista. Obviamente, há pessoas que são tudo isso mesmo. Mas, nós brasileiros temos a tendência de sermos pouco práticos pois não dosamos nossa inteligência emocional suficientemente bem. Assim, observem: Contundência vira sinônimo de "arrogância"; presteza, de "excesso"; carisma, de "falsidade", cobrança, de "pirraça"; firmeza, de "soberba". E por aí vai. Dizem que há mais de 37.000 denominações cristãs evangélicas no mundo. Provavelmente a maioria delas surgiu mais por causa de desencontros e desafetos entre pessoas do que por uma genuína orientação divina.
- A incompetência é algo que atrapalha "prá burro". Isto, em parte, é culpa de muitos líderes, tenho de reconhecer. Levado por uma lei que foi inventada por nós mesmos, pessoas que não têm a competência necessária para realizar determinadas tarefas o fazem pois "não queremos desmotivar e/ou impedir o crescimento de ninguém". A preocupação é justa, contudo é necessário que se estabeleça um plano de formação para aqueles que venham a desempenhar quaisquer tipos de tarefas, principalmente na Obra do Senhor Deus. Uma coisa esquisita que sempre achei para lideranças cristãs: Por que por aí o camarada precisa se matar de estudar, se preparar ao máximo, por exemplo, se quiser ser médico ou advogado, tendo que fazer testes e se submeter à sobrecarga de trabalho para poder tirar um certificado em seus respectivos conselhos reguladores e, na Igreja, aqueles que venham a liderar "não precisam" de nada disso, apenas motivação e a aprovação alheia, muitas vezes? Nunca entendi e não entendo, ainda. Vemos um exército de líderes cada vez mais despreparados "formando" outros líderes tão despreparados quanto. Incompetência gera incompetência assim como violência gera violência. Penso ser o trabalho de um "bispo" (Gr. episkopos) nada menos do que é dito por Paulo a Timóteo, em 1 Tm. 3:1, excelente. Logo, a excelência deve reger a liderança, para que esta, por sua vez, venha a reger aqueles que lhe são liderados. Nos versículos 2 a 7, Paulo explica quais são as credenciais de um "bispo" (pode ser entendido como "pastor"), e não são credenciais fáceis, não. Além de aspectos morais e espirituais que lhe são exigidos, há ainda os intelectuais. É por isso, também, que Paulo aconselha a Timóteo a "não impor precipitadamente as mãos sobre ninguém". (5:22). Por quê? Enquanto os profissionais do meio secular geram erros, os líderes que desconsideram as qualificações para o seu ofício cometem pecados, e quando olhamos algo como simplesmente um "erro" ao invés de "pecado", já evidenciamos a ineficácia para assumir qualquer papel de liderança na casa do Senhor. Nem todo o erro é pecado, mas todo pecado é um erro; e, quando se desobedem orientações da Palavra de Deus quanto à liderança na Igreja, isto não é apenas um "erro", mas "pecado". A incompetência deve ser combatida dentro das igrejas, dos menores grupos aos maiores. As cartas pessoas de Paulo (também chamadas pastorais) são um alerta à imcompetência, em última análise. A incompetência leva a uma série de outros erros, e este sim, com consequências muitas vezes terrivelmente desastrosas. O "bispo" (pastor) não era alguém qualquer, como também não era o diácono (observe o texto de 1 Timóteo 3). Nem as mulheres (vs. 11).
Romanos 12:6-8 diz: "...tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.".
Há muitos outros pontos que poderia citar. Contudo, penso que estes três são bastante negligenciados nas análises acerca de ministério e relacionamentos interpessoais nas igrejas. Joguemos, pois, a preguiça, a subjetividade demasiada e a incompetência fora. Não prestam para a Obra do Senhor e não devem ser cultuadas, sob quaisquer tipos de pretextos.
[]´s a todos.
Pr. Artur Eduardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário