DEFINIÇÃO
Nas REGRAS DE HERMENÊUTICA, temos como regra áurea aquela que diz:
"A Bíblia se explica. Não se esqueça de que o objetivo maior da
Hermenêutica é descobrir o que o autor quis dizer com o que ele disse."
Assim, sempre os hermeneutas (ortodoxos) se interporão entre o "desconstrucionismo", vigente no atual academicismo, e a idéia de que É POSSÍVEL chegar-se ao entendimento do que foi escrito (o texto é, portanto, mais importante do que eu, que o interpreto). Na tarefa fascinante da interpretação encontramos os paradoxos. Muita gente usa o paradoxo de forma errônea, afirmando que o paradoxo são apenas "exemplos de afirmações/respostas paradoxais e questões fora do senso comum": "Você diz a verdade? R - Na verdade, não!" (Esta pessoa respondeu ou não a verdade? Observe que podemos ser levados a pensar que ela disse a verdade. Mas, não necessariamente. É como se dissesse "na verdade, minto", e o que ela disse já pode ser algo mentiroso, daí o paradoxo). Observamos que, em vistas de interpretação de texto, esta tarefa não é algo fácil. Deve-se acrescentar, contudo, que para que algo seja paradoxal é necessário que não haja resposta conhecida, pois do contrário, não é paradoxo. Quando Epimênides diz "Todos os cretenses são mentirosos", sendo ele cretense, aquilo é ou não mentira? Este famoso "paradoxo" do mentiroso não é um paradoxo, de verdade. O contrário deste paradoxo NÃO é "Todos os cretenses não são mentirosos", pois isto obviamente é falso. O contrário é "Alguns cretenses não são mentirosos", o que obviamente é verdadeiro. Logo, se esta frase é verdadeira, sua contra posta é falsa dissolvendo-se o paradoxo. Epimênides mentiu ou foi (o que é mais provável) generalista.
Fig. 1 - Famosa obra do litógrafo holandês Escher, "A Queda d´água". A água cai e a energia do processo alimenta uma queda d´água contínua. Sabe-se que, pela lei da conservação da energia, tal motor contínuo é impossível. Este é conhecido como o "paradoxo" hidrostático. Não existe, porém, paradoxo algum. A construção é hipotética, mas impossível.
Fig. 2 - Nesta imagem, "Litografia", de Escher, vemos outro exemplo da falha de nossa percepção. Para qual direção o prédio está, realmente, voltado? Dependerá do observador. A questão aqui é que há perspectivas diferentes em pontos diferentes do quadro, daí a sensação de paradoxo. Imagine a metade superior do quadro com uma perspectiva, e a inferior com outra. A genialidade do pintor encontra-se na mistura das duas perspectivas. É exatamente deste maneira que muitos aparentes paradoxos são criados.
PRESCIÊNCIA PREDETERMINADA... OU SERIA PREDETERMINAÇÃO PRÉ-CONCEBIDA?
Falha do pensamento da Eleição de Deus pela presciência: "Este diz: "Deus 'anteviu' (conheceu) quem iria se converter, e escolheu quem iria se salvar". Mas, se Deus é eterno, suas ações sempre são eternas, por isso, não há sentido na 'ordem' a) antever para b) escolher. Ele "escolhe já antevendo" e "antevê escolhendo" Assim, Deus escolheu os seus DESDE SEMPRE. A discussão, portanto, sobre presciência e predeterminação, em última análise, não tem sentido algum!.... Isto é paradoxo.
DOIS DEUSES?
A diferença da validade do pensamento lógico: É possível haver dois deuses? R- Não. Se Deus é infinito, outro "Deus" também seria infinito, não havendo distição. Assim, 2 teria de ser iguala 1, ou A = -A, o que é absurdo.
O "CRIADOR" TEM DE EXISTIR COMO INCRIADO?
É possível não haver Deus? R- Não, também. Se não existe um ser auto-existente e criador, estamos admitindo que o universo a) é eterno, b) tenha infinitas (re) criações. Os dois casos são absurdos, pois sugerem uma "sucessão infinita de eventos finitos", o que é impossível, pois o infinito precisaria ter sido "ultrapassado" para que viéssemos a existir. Assim, Deus TEM que existir.
O "PARADOXO" DE DEUS E A PEDRA...
Este é um claro exemplo do não entendimento correto do que é paradoxo ou uma formulação paradoxal. É possível Deus fazer uma pedra que ele mesmo não possa carregar? R- Problema na pergunta. Este pensamento NÃO é válido, pois está se pedindo para Deus fazer algo finitamente (pedra) infinito (maior do que Deus). É o mesmo de se pedira alguém que faça um "círculo quadrado".
O "HINDU", O "BUDISTA" O "ATEU" E O "AGNÓSTICO"
O hindu/budista dizem: "Tudo é ilusão". Arguimos, então: E a frase que afirma que tudo é ilusão... ela também tem que ser uma ilusão... Se ilusão é sinônimo do que não é verdadeiro, mas falso, logo a frase é falsa. Que pensamento esquisito, esse hindu/budista, hein??? Isto já é sabido. O que não é geralmente sabido é que o panteísmo agir como o "paradoxo hidrostático". Explico: Se há uma alimentação contínua (infinita) das forças que formam o todo, a realidade seria uma eterna repetição de fenômenos (isto é claramente ensinado através da idéia dos longos círculos de criação e recriação hindus). Contudo, mais uma vez teríamos uma impossibilidade física, como no paradoxo hidrostático: a repetição eterna de eventos contingentes. A contingência é um fator determinte a um início de tudo, mas não de um eterno re-início. Não poderíamos exisitir desta maneira porque todas as possibilidades teriam de "ser" antes de nós. Mas, se há uma infinitude de contingência, isto não é possível. Eternos círculos de existência "ilusório", portanto, são pura ilusão, nada mais.
O ateu (hoje chamado eufemisticamente de "humanista ético") diz: "Deus não existe. O mal existe". Como compararmos elementos "malignos" se não há qualquer padrão absoluto de benignidade??????????? O naturalista (um ateu mais "sofisticado") diz: "O acaso, uma sucessão de eventos não inteligentes, formou o universo e propiciou a vida na terra". Bem, vejamos: Uma das chamadas "constantes antrópicas", isto é, causas que propiciam a vida humana na terra é a gravidade. De acordo com Jeffrey Zweerink, físico da UCLA (Univ. da Cali-fórnia em Los Angeles), se a força gravitacional da terra fosse alterada em 10 elevado a -37 por cento, o sol não existiria, e não existiria vida! (Só para você ter uma idéia da precisão, o número é o seguinte: 0,00000000000000000000000000000000000001. (!!!!!!!!!!!) Sabe quais são as chances de tal precisão acontecerem "por acaso"???? Bem, muito menores do que esse número!!! Se o naturalista ainda tem a sua "fé" inabalável no acaso então vejamos outra: O astrofísico Hugh Ross, no livro "Why i believe in divine creation" ("Porque eu acredito na criação divina"), calculou a probalidade em que as "constantes antrópicas"pudessem existir pelo acaso em um outro planeta. Ele partiu do pressuposto de que existam 10 elevado a 22 planetas. Um número extraordinariamente alto. A chance das constantes antrópica seria de 1 sobre 10 elevado a 138. Ou seja, 1 em dez elevado a 138 zeros!!! Para se ter uma idéia, a quantidade de átomos no universo é estipulada em 10 elevado a 90!!!! As chances de vida, portanto, sem um projetista inteligente, em qualquer outro lugar do universo, são ZERO!!!!! "Não tenho fé suficiente para ser ateu".
O agnóstico diz: "Não se pode saber coisa alguma sobre a Verdade". Bem, nós perguntamos: "Isto, é verdade????". Ou pior: "Não se pode saber coisa alguma sobre Deus". Mas, isto já é algo que se diz acerca de Deus. "Coisa alguma" = "nada", mas, de fato, a absoluta transcendência não é nada; é algo. Quando diz algo sobre Deus, afirmando que não se pode falar ou saber coisa alguma sobre Deus, o agnóstico burla a Lei da Não Contradição e sua asseveração torna-se sem sentido algum.
Nem sempre é fácil determinarmos pensamentos verdadeiramente paradoxais. Muitas vezes, somos levados por paradoxos assumindo posicionamentos que irão até mesmo nos prejudicar, posteriormente. Mas, quando identificamos bem como estamos arguindo e como nos estão interpelando em vários tipos de discussões possíveis (as mais rotineiras, imagine), o pensar corretamente nos dá um "trunfo", pois não se pode fugir à lógica de que qualquer pessoa pode construir determinado estilo de vida (pensamento) sobre um "projeto" que ele mesmo visa "destruir", ou em outras palavras, não se pode usar a lógica para assassinar a lógica. O absurdo de se assumir pensamentos contraditórios é a consequência natural do "não pensar bem", e é exatamente o que vemos, hoje em dia. Daí o absurdo de vermos cada vez mais contradições e pior, tudo mais confortável, também.
Artur Eduardo
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