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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Mais uma vez (a pedidos): Respostas a algumas questões bíblicas

RESPOSTAS A VÁRIAS SUPOSTAS CONTRADIÇÕES DA BÍBLIA. ACOMPANHE-AS, TENDO ACESSO TAMBÉM A FOTOS E GRÁFICOS EM NOTAS RELACIONADAS. UM SUPLEMENTO VALIOSO DE INFORMAÇÃO! BOA LEITURA!!



[Fragmento da Septuaginta. Séc. I d.C. À propósito, os "Manuscritos do Mar Morto", achados em 1947 em Qumram, demitificaram a idéia oriunda da Alta Crítica Bíblica de que as cópias que existiam do A.T. haviam sido adulteradas pela Igreja, ao longo da Era Cristã. As diferenças entre os textos do Mar Morto e as cópias mais antigas que tinha-se emmãos (de 900 d.C.) mostraram que não houve adulterações. O valor da descoberta de manuscritos antigos é sem precedentes para a Arqueologia Bíblica.]

O
trabalho apologético cristão está ficando cada vez mais necessário, atualmente. As confrontações à consciência cristã transcendem meras discordâncias de ponto de vista. Ataca-se, hoje, a essência da crença cristã: A Bíblia. É por isso que discordo do pensamento que valoriza demais a experiência mística, em detrimento do que conhecemos, e consequentemente cremos, por meio da fé. Ora, mas a "fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus". (Rm. 10:17). Esta Palavra, portanto, está revelada no que conhecemos hoje como as Sagradas Escrituras. Todo tipo de pensamento, portanto, que vitupera a verdade do que ali está contido, fere a essência da crença cristã. O diálogo inter e transreligioso procura, em nome da tolerância, sufocar ou tornar periférico esta premissa da fé e prática cristãs. Logo, o conhecimento e a defesa da Palavra de Deus, a Bíblia sagrada, é de vital importância para a permanência do cristianismo, com a sua essência intocada.

É justamente por causa do desconhecimento, ou melhor, da falta de intimidade com a Palavra de Deus, que vemos tantas aberrações no ocidental pós cristão. Recentemente, em uma lista de discussão, alguém apresentou algumas supostas contradições da Bíblia. Estas, por mais simples ou complexas que possam parecer, devem ter sua motivação compreendida pela Igreja Cristã, não apenas como o reflexo histórico de tentativas de se tentar perscrutar o símbolo e o veículo mais poderoso da fé cristã, mas como sinal de uma era, a era da apatia, da insegurança, da descrença, do relativismo, do paradoxal, do ilógico. Coloquei, aqui no blog, estas perguntas e as suas respostas, por dois motivos: O primeiro é uma tentativa de fazer com que os leitores percebam as implicações do que disse, transcendendo qualquer tipo de surpresa por causa de meras dúvidas. O segundo é tentar inspirar o quantos puder a terem uma reação pró-ativa em relação ao seu papel como cristãos em uma sociedade cada vez menos cristã. Que a Palavra de Cristo, portanto, inunde nossos corações; e que estes estejam sempre certos de que a mesma é infalível, inerrante e tem as respostas que o homem precisa, independentemente das épocas pelas quais passe.

A seguir, as "contradições" bíblicas, em negrito. Abaixo, algumas ilustrações com eventuais notas e, em vermelho, algumas respostas:

- Os Gigantes existiam antes da inundação (Gênesis 6:4). Somente Noé, sua família, e os animais da Arca sobreviveram à inundação (Gênesis 7:23).
- Mesmo depois da Inundação os gigantes continuaram existindo (Números 13:33).

[Pegadas encontradas no leito do rio Paluxy, perto de Green Rose, Texas (EUA). A pegada, em questão, mede 58 cm. Ao lado, uma pegada de um dinossauro. Supõe-se que, se a pegada for de um ser humano, o mesmo deveria medir 3,97 metros de altura. (A petrificação do leito do rio foi datada de fins Era Mesozóica, ceca 140 milhões de anos [sic]. Fonte: http://www.geocities.com/ CollegePark/Field/8825/gigantes.htm]

A Bíblia diz isso também. Se você ler Gn. 6:4, verá que está escrito assim: "Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade.". A ótica do escritor é enfatizar o dilúvio (contexto). Se é assim, o termo "naquele tempo" refere-se ao período pré-diluviano. O advérbio "achar", portanto, significando "depois" deve-se referir ao período pós-diluviano. Logo, o autor deixa claro que houve gigantes antes e depois de dilúvio.

- Toda a terra tinha uma só língua e as mesmas palavras, até que Deus criou vários idiomas diferentes, fazendo com que ninguém entendesse um ao outro (Gênesis 11:1,6-9).
- Anterior a isto, a Bíblia fala de diversas nações, cada um com sua própria língua (Gênesis 10:5).

O relato de Gênesis, assim como de vários outros livros da Bíblia, não é exatamente todo cronológico. Ver a Escritura assim é um erro. Observe que, em Gn. 10, o autor sagrado está falando da descendência dos filhos de Noé. Foi entre esta descendência que houve a construção da torre de Babel. A tradição aponta para Nimrode como o articulador de tal construção. Esta é a tradição semítica antiga. Observe que Nimrode está expresso no vers. 9, do cap. 10. O capítulo 11 é uma relato pormenorizado de como se deu a divisão das línguas, entende? Você não deve observá-lo cronologicamente posterior ao 10.

- Deus admitiu que Ele é a causa da surdez e da cegueira (Êxodo 4:11).
- Contudo, Deus não aflige os homens por vontade própria (Lamentações 3:33).

Você não observou o contexto dos textos. Veja o texto de Jeremias, por exmplo: "O Senhor não rejeitará para sempre;
32 pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias;
33 porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens.
34 Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,
35 perverter o direito do homem perante o Altíssimo,
36 subverter ao homem no seu pleito, não o veria o Senhor?
37 Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?
38 Acaso, não procede do Altíssimo tanto o mal como o bem?". O texto é um hino à misericórdia e, ao mesmo tempo, à soberania divina. Contudo, quando diz-se que Deus "fez" o surdo ou o mudo é porque o fez indiretamente. Há algo chamado de "mal natural", e aí se encontram os defeitos congênitos. Se Deus é o Criador e o provedor da vida, ele, em última análise, "fez" todas as coisas. Mas Deus não faz o pecado, por exemplo. Isto acontece com o arbítrio humano. No caso doa males natuarais, não. Não é errado você dizer que provém do Senhor Deus. Errado, porém, é você dizer que todos os males provém de Deus.


- Deus envia Moisés para o egito resgatar os filhos de Israel (Êxodo 3:10. 4:19-23). - No caminho, Deus ameaçou Moisés de morte. Não proveu de explicação (Êxodo 4:24-26).

[Impressionante imagem encontrada na tumba de Khnumhotep II (séc. XIX a.C.). Nela pode-se ver claramente semitas barbados em procissão, sendo guiados por egípcios (de pele mais escura). A data desta pintura coincide historicamente com a data do da entrada dos israelistas, nos dias de José. Fonte: http: // paginas.terra.com.br/ religiao/jezaga/O%20Exodo.htm]

Se você observar bem o texto, verá que a o filho de Moisés não havia sido circuncidado. Zípora, a esposa de Moisés, o circuncida, pois entende que Moisés não havia feito a prática, prescrita por Deus a Abraão, talvez porque sua mulher, ismaelista, fosse contrária à mesma. Esta provável desobediência de Moisés serviu-lhe de lição. Deus não quis matar Moisés, realmente. Isto é um antropomorfismo comum na Escritura. Se Deus tivesse quisto matá-lo, mesmo, o teria feito.

- Deus mata todos os animais dos egípcios com uma forte pestilência. Nenhum sobreviveu a pestilência (Êxodo 9:3-6).
- Deus mata todos os animais dos egípcios com uma chuva de granizo (Mas eles já não haviam morrido com a pestilência?) (Êxodo 9:19-21,25).

Duas considerações importantes: A primeira é que o rebanho a que se refere o primeiro texto, pode ser apenas de ovelhas e cabras, enquanto o segundo, gado. A segunda, refere-se às generalizações. Quando digo que "o jeitinho brasileiro é ruim", não estou dizendo que todos os brasileiros tem tal jeitinho, mas que muitos, a maioria o tem. Generalizações são comuns, inclusive em nossa linguagem, e servem para ressaltar a mensagem que estamos tentando transmitir. Não há problema algum nisto.

- Deus não foi conhecido por Abraão, Isaac e Jacó pelo nome de Javé (Êxodo 6:2-3).
- O nome do Senhor já era conhecido (Gênesis 4:26).

[O Chamado "Tetragrama Sagrado", com os símbolos vocálicos massoréticos. Da dir. para a esq. (como lêem os israelitas), leia-se: "YHWH". Os massoretas, eruditos judeus do século IV d.C., utilizaram símbolos vocálicos para que o nome fosse pronunciável. As "vogais" foram as da palavra "Adonai" ("Senhor", em hebraico). Assim, temos uma palavra híbrida, que deveria ser entendida assim: YaHoWaH. Não era para ser pronunciado "Yahowah", mas o leitor quando se deparasse com a mesma, no texto sagrado, saberia que era o nome impronunciável de Deus. Contudo, com o passar do tempo, a palavra começou a ser escritoa "YAHOWAH", depois "YEHOWAH", e por fim "JEOVAH" ou "JAVÉ". Este não é o nome de Deus. É um híbrido que foi copiado errado, pelos cristãos, e mal entendido como sendo um nome próprio, erroneamente.]

Outras duas considerações importantes: A primeira, é que o "nome" de Deus pode ter sido esquecido desde os dias de Enos (neto de Adão), aos dias de Abraão. A segunda, que para mim parece ser a mais correta, é que a palavra traduzida por "nome" em Gn. 4:26, seria melhor traduzido por "fama" ou "glória". O "nome" do Senhor, aqui, é sinônimo de "fama" do Senhor, ou o conhecimento de Deus, que ficou conhecido desde o início da religião, como demonstrado em Gn. 4:26. Em Êxodo, Deus diz especificamente que não fora conhecido pelo seu nome, que não é "Javé", mas "JHWH", o tetragrama sagrado. Javé, Jeová, Ieová, são imperfeições oriundas de um mal entendido feito pelos escribas cristãos do primeiro milênio de nossa era, em frutos de uma leitura errada da LXX (Septuaginta).

- Deus proibe que seja feito a escultura de qualquer ser (Êxodo 20:4).
- Deus ordenou a fabricação de estátuas de ouro (Êxodo 25:18).

[Representação artística de um "querubim". Objeto "do" culto e não "de" culto, o querubim é revelado em Ezequiel 1:5-10 e 10:12-15. Compare as referências. Veja que o "boi", da primeira, é trocado por "querubi", na segunda. Talvez a melhor tradução para a palavra seja, de fato, "boi alado", do assírio semítico antigo, "kirub". Fonte da foto: http://www.jesusnet.org.br/tabernaculo/sdsantos.htm]

A ordenança de Deus nos textos não é contraditória. Deus proibiu a idolatria, no primeiro texto que você apresentou. No segundo, os objetos não eram de culto, mas do culto. Faziam parte do culto, mas, em hipótese alguma, poderiam ser adorados.


- Proibição do assassinato (Êxodo 20:13).
- Deus manda Moisés matar todos os homens de Madiã (Números 31:7).

A palavra em Êxodo é "ratasch" (assassinar), e em Números é "harag", que pode ser destruir. Isto, porque em Números, as mortes acontecem numa guerra e, pelo contexto, entendemos que a destruíção dos midianitas se deu pelo juízo divino.

- Proibição do roubo (Êxodo 20:15).
- Deus manda roubar os egípcios (Êxodo 3:21-22).

Houve um equívoco, aqui: Deus não mandou roubar os egípcios!

- Proibição da mentira (Êxodo 20:16).
- Deus permite a mentira (I Reis 22:22)
- Deus não pode mentir (Números 23:19)
- Deus deliberadamente enviou um "espírito" mentiroso (I Reis 22:20-30) (II Crônicas 18:19-22). - Deus faz pessoas acreditarem em mentiras (II Tessalonicenses 2:11-12). - O Senhor engana os profetas (Ezequiel 14:9).

Este é um texto curioso, realmente. O contexto, como sempre, não pode ser negligenciado. Observe que Acabe manda chamar o profeta Micaías e este, por sua vez, afirma o que vira. Deus permitiu a mentira (daquele espírito na boca dos profetas de Baal), pois queria desmascará-los. Note que o Senhor Deus permitiu que Micaías visse aquela "reunião secreta", na qual o profeta teve todo o vislumbre necessário para que pudesse ser uma testemunha fiel de que os profetas de Baal não falavam a verdade, quando diziam que o rei seria vitorioso na guerra. Se Deus não quisesse que ninguém visse o que acontecia, ninguém teria visto coisa alguma. A ação descritra em Tessalonicenses é indireta. Deus "lhes manda a operação do erro", por que, observe, os homens "se deleitaram na mentira" (vs. 12), no engano e rebeldia contra Deus. A "ação" de Deus é sua permissão: a permissão da operação do erro para homens que são classificados como réprobos.

- Aarão morreu no monte Hor. Imediatamente depois disso, os israelitas foram para Salmona e Finon (Números 33:38).
- Aarão morreu em Mosera. Depois disso, os isralelitas foram para Gadgad e Jetebata (Deuteronômio 10:6-7).
- Deus diz a Moisés que Aarão morreu no monte Hor (Deuteronômio 32:50).

Apesar destas regiões serem pouco conhecidas atualmente, sabe-se que o monte Hor ficava na região de Mosera (um monte menor - Hor - sobre outro maior, no qual ficava a região de Mosera). Não há contradição. Os destinos subsequentes não precisam ser "imediatos". Houve destinos "mediatos".

- Nós temos que amar Deus (Deuteronômio 6:5) (Mateus 22:37).
- Nós temos que temer Deus (Deuteronômio 6:13) (I Pedro 2:17).

Não há amor a Deus sem a devida reverência, pelo que Ele é.

- Deus escreveu nas tábuas as dez palavras da aliança (Deuteronômio 10:1-2,4).
- Deus ditou e Moisés escreveu (Êxodo 34:27-28).

[Deus escrevera sobrenaturalmente as primeiras tábuas da Lei. Moisés as quebrou quando desceu do Monte do Senhor e viu os israelitas adorando o bezerro de ouro. Foto do filme "Os Dez Mandamentos", que registra esta cena em particular.]

As pedras que Moisés lavrou, e sobre o que Moisés escreveu as palavras ditadas por Deus foram as segundas tábuas da Lei, pois as primeiras haviam sido destruídas quando Moisés desceu do Monte Sinai. Observe que, no texto de Deuteronômio, Deus 10:1, Deus manda Moisés lavrar duas pedras "como as primeiras" (as primeiras foram lavradas pelo próprio Deus).


Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

Um comentário:

Anônimo disse...

O seu Blog está muito Abençoado!


abs!

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