Foragido há cerca de um ano e meio, após ser condenado pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça a uma pena de mais de 10 anos por atentado violento ao pudor e crime de corrupção de menores, o padre Djalma Brito Mota entregou-se à Justiça. Ex-pároco do município de Ichu (a 181 km de Salvador), Djalma Brito está desde terça (17) no presídio de Serrinha, na Bahia. Os abusos de que ele foi acusado teriam sido cometidos em 2005 e 2006.
As práticas abusivas foram denunciadas ao Ministério Público da Bahia por meio de carta anônima e, conforme ficou constatado nas investigações, eram cometidas dentro da própria casa paroquial. O padre nega os crimes e alega que as acusações são fruto de perseguições por parte de políticos contrários a sua obra na cidade. Atualmente, a defesa do padre recorre da decisão do TJ baiano no Superior Tribunal de Justiça. Segundo a promotora que investigou o caso, Heline Esteves Alves, o ex-pároco aliciava menores que prestavam algum tipo de serviço à paróquia, trabalhando como coroinhas, ou filhos de colaboradoras da igreja, em troca de favores ou pequenas quantias de dinheiro.
Uma das vítimas do religioso foi um adolescente que, na época do crime, tinha 13 anos. Ele teria sido acariciado pelo padre durante uma viagem e, um dia depois, participado "de uma orgia sexual com o acusado e com outro menor na casa paroquial", tendo recebido por isso a quantia de R$ 10. Em primeira instância, Djalma Brito foi condenado pela juíza Adriana Sales Brás, da comarca de Ichu, a sete anos e sete meses de prisão em regime semi-aberto. A defesa do padre recorreu ao Tribunal de Justiça, que confirmou a condenação e ampliou a pena por mais três anos, retirando o benefício do regime semi-aberto. Quando o mandado de prisão foi expedido, em novembro de 2007, o padre fugiu e, somente nesta semana, apresentou-se à Justiça.
NOTA: Lamentável. Depois da completa e total desmoralização de lideranças religiosas, muitas vezes até coniventes com tais abusos, é difícil eximir-se completamente das malfadadas generalizações. Não conheço os autos, mas se foi confirmada a culpa do padre então parabéns à Justiça da Bahia, que não somente ratificou como ampliou a pena. Poucas coisas há mais hediondas do que a pedofilia, uma prática que denigre ao máximo a humanidade. Dez anos são poucos. A pena para tais abusos deveria ser dez vezes o que foi dado, na segunda sentença. Que isto sirva de lição (se a justiça for mantida) a todos os pedófilos.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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