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domingo, 1 de novembro de 2009

Darwin, eugenia, racismo, "superioridade genética" e outras proposições aberrantes

ENTREVISTA COM CHARLES DARWIN, CUJO TEMA SÃO "OS SELVAGENS"

As “respostas” de Darwin, a seguir, foram todas extraídas do seu livro “A Origem do Homem e a Seleção Sexual”, da tradução para o português de autoria de Attílio Cancian e Eduardo Nunes Fonseca, publicado pela Hemus Editora.


ENTREVISTADOR: Mister Darwin, de que forma o senhor relacionaria o homem com os animais inferiores, mais exatamente os símios?

DARWIN: O homem é propenso a receber dos animais inferiores e a comunicar-lhes certas doenças, como a hidrofobia, a varíola, o mormo, a sífilis, a cólera, a herpes, etc., o que constitui prova da estreita semelhança dos seus tecidos, tanto por­menorizadamente na estrutura como na composição, de ma­neira muito mais clara do que se evidenciaria por um confron­to direto sob as lentes do melhor microscópio ou com a aju­da da mais aprimorada análise química. Os macacos estão su­jeitos a muitas doenças não contagiosas, como nós também es­tamos; Rengger, que durante muito tempo observara cuida­dosamente indivíduos de Cebus azarae em seu país de origem, achou-os sujeitos ao catarro com aqueles mesmos sintomas que, quando se repetem com frequência, levam à consunção. Estes macacos padeciam também de apoplexia, de inflamação nos intestinos e de cataratas nos olhos. Os mais jovens, ao mu­darem os dentes de leite, muitas vezes morriam de febre. Os remédios neles produziam os mesmos efeitos que em nós. Muitos tipos de macacos têm uma grande predileção pelo chá, pelo café e pelas bebidas alcoólicas; como eu próprio tive a oportunidade de ver, também fumam com prazer. Brehm afirma que os indígenas do nordeste da África capturam os babuínos selvagens, expondo recipientes de cerveja forte com a qual se embriagam. Observou algum desses animais, por ele capturados, nesse estado e nos faz um relato divertido do seu comportamento e das suas estranhas denguices e requebros. No dia seguinte estão muito sombrios e irritados, agarram a cabeça dolorida com ambas as mãos e assumem uma expres­são bastante miserável: toda vez em que se lhe oferecer vinho ou cerveja, fazem uma careta de amuo, mas aceitam com pra­zer o suco de limão. Um macaco americano chamado Ate­ies, depois de ter-se embriagado com brandy, nunca mais quis saber dele, demonstrando assim mais sabedoria do que mui­tos homens. Estes episódios engraçados mostram quão seme­lhantes são os centros do sabor nos macacos e nos homens e de que maneira análoga se interliga todo o seu sistema ner­voso. (p. 17).

ENTREVISTADOR: O senhor realmente nutre uma admiração excepcional pelos símios, talvez até mais do que por aqueles que o senhor denomina de “selvagens”, isso é verdade?

DARWIN: Quisera antes ter descendido daquela pequena e heróica macaquinha que desafiou o seu terrível inimigo para salvar a vida do próprio guarda; ou daquele velho babuíno que, des­cendo da montanha, levou embora triunfante um companheiro seu jovem, livrando-o de uma matilha de cães estupefatos, ao invés de descender de um selvagem que sente prazer em tor­turar os inimigos, que encara as mulheres como escravas, que não conhece o pudor e que é atormentado por enormes su­perstições. (p. 711).

ENTREVISTADOR: Então o senhor vê estes a quem denomina de “selvagens” como seres intermediários em relação ao homem? O que o senhor tem a dizer sobre isso?

DARWIN: A prova de que todas as nações civilizadas descendem daquelas bárbaras, encontramo-la, de um lado, em traços claros da sua primitiva baixa condição, nos costumes, ideias e língua ainda existentes, e por outro lado, na prova de que os selvagens são independentemente capazes de soerguer-se de qualquer grau na escala da civilização e atualmente efetivamente se ergueram. A prova sobre o primeiro ponto é extremamente curiosa, mas aqui não pode ser abordada: refiro-me a casos como aquele da arte da enumeração que, conforme demonstra claramente Tylor ao se referir a palavras ainda usadas em alguns lugares, se originou da contagem dos dedos, primeiro de uma mão e depois de ambas e, finalmente, dos pés. Encon­tramos traços disto no sistema decimal e nos números roma­nos onde, depois do V que se supõe seja uma figuração estili­zada de uma mão humana, passamos ao "VI", etc., onde se usava sem dúvida a outra mão. Assim novamente "quando dizemos três 'escores' e dez, estamos contando com o sistema vigesimal: cada sinal feito assim idealmente refere-se a 20 — para 'um homem' como acrescentaria uni mexicano ou um habitante das Caraíbas". De acordo com uma ampla e sempre crescente escola de filólogos, toda linguagem traz a marca da sua lenta e gradual evolução. É o que acontece com a arte de escrever, visto que as letras são rudimentares e figu­rações pitóricas. Dificilmente se pode ler a obra de M'Len-nan sem admitir que quase todas as nações civilizadas conservam ainda traços do rude hábito da captura violenta das mulheres. Que nação antiga — pergunta-se o mesmo autor — podia ser originariamente definida como monógama? A primitiva ideia da justiça, como é demonstrada pela lei da guerra e por outros costumes, cujos vestígios ainda permanecem, era igualmente rude. Muitas superstições existentes nada mais são do que o remanescente de anteriores ideias religiosas falsas. As mais elevadas formas de religião — a grande ideia de um Deus que abomina o pecado e que ama a justiça — era desconhecida durante os períodos primitivos (p. 173).

Fotografia da "Pirâmide da Sol", em Theotiuacán, no México. "Selvagens" e "incultos" - como achavam os espanhóis, a despeito de terem ficados assombrados com a tecnologia arquitetônica e física dos maias e astecas -, segundo a teoria de Darwin, fizeram obras primas como a que você está vendo. Com inúmeras informações codificadas por eles nas estruturas, os "selvagens" e "incultos primitivos" que construíram estas pirâmides teriam revirado de ponta-cabeça a teoria e os dizeres estapafúrdios do sr. Darwin, se ele tivess tido tempo de conhecer tal civilização.

ENTREVISTADOR: O que o senhor tem a dizer acerca dos diversos comportamentos dos selvagens como os dos índios americanos e, com mais ênfase, dos habitantes da Terra do Fogo? Lembrando que uma década antes do senhor lá ter ido, W.P. Snow descreveu estes últimos como “elegantes, fortes, orgulhosos de seus filhos, engenhosos inventores de técnicas, com noção à propriedade privada de algumas coisas e respeitosos com a autoridade dos mais velhos e da comunidade.” O senhor teve essa mesma impressão, mister Darwin?

DARWIN: A maioria dos selvagens é totalmente indiferente aos sofrimentos dos forasteiros ou até chegam a deliciar-se em presenciá-los. Sabe-se perfeitamente que as mulheres e as crianças dos índios norte-americanos ajudavam a torturar os inimigos. Alguns selvagens provam um horrível prazer em praticar crueldades nos animais e, entre eles, a humanidade é uma virtude desconhecida. Apesar disto, além dos afetos familiares, a gentileza é comum, especialmente durante as doenças, entre os membros da mesma tribo e por vezes se estende além das fronteiras. É muito conhecido o tocante relato de Mungo Park sobre a gentileza das mulheres negras do interior demonstrada para com ele. Podem ser referidos muitos exemplos da nobre fidelidade dos selvagens, de um para com o outro, mas não para com os estrangeiros. A expe­riência comum justifica a máxima dos espanhóis: "Nunca, nunca confiar num índio" [...] O selvagem americano submete-se voluntariamente às mais horríveis torturas sem um gemido, a fim de pôr à prova e consolidar a sua força e a sua coragem e não podemos deixar de admirá-lo, ou também a um faquir indiano que, por um tolo motivo religioso, se bamboleia com um gancho fin­cado na carne. As outras virtudes, assim chamadas pessoais, que obvia­mente não dizem respeito ao bem-estar da tribo, embora de fato possam fazê-lo, não têm sido mais apreciadas pêlos sel­vagens, embora atualmente o sejam altamente pelas popula­ções civilizadas. A máxima intemperança não é absolutamente reprovada pêlos selvagens. A total dissolução e os delitos contra a natureza predominam num nível assombroso (p. 143, 144).

ENTREVISTADOR: Como o senhor vê e analisa a capacidade desses mesmos “selvagens” em gerar arte e cultura?

DARWIN: A julgar pêlos ornamentos horrendos e pela música também horrível, admirados pela maioria dos selva­gens, poder-se-ia argumentar que a sua faculdade estética não é tão desenvolvida como em certos animais, por exemplo nos, pássaros. Obviamente nenhum animal seria capaz de admirar cenas como o céu de noite, um belo passeio ou uma música requintada; mas estes gostos elevados se adquirem com a cul­tura, e baseiam-se em associações complexas: não podem ocor­rer em bárbaros ou em pessoas incultas (p. 114).

ENTREVISTADOR: E, para finalizar esta entrevista, quais suas perspectivas para esses tais “selvagens” num futuro longínquo? E, aproveitando o ensejo, como o senhor acopla o negro nesse cenário?

Percebe-se como a sociedade moderna, idolatrada por Darwin, iria (e com uma ajudinha extra de parte de suas próprias teorias) produzir uma sociedade respeitável, um primor de amor à vida!... É, prezado leitor, esta quantidade de mortos de um campo de concentração, a perder de vista, fruto de ideias eugenísticas (como as promulgadas pelo próprio Darwin), teima em revelar justamente que havia algo errado no pensamento de superioridade civilizacional, ovacionado e defendido por Darwin e seus seguidores.

DARWIN: No futuro, não muito longínquo, se medido em termos de séculos, num determinado ponto as raças humanas civilizadas terão exterminado e substituído qua­se por completo as raças selvagens em todo o mundo. No mes­mo período os símios antropomorfos, conforme tem observa­do o prof. Schaaffhausen, terão sido sem dúvida exter­minados. A fratura entre o homem e os seus mais próximos afins se tornará então ainda mais ampla, visto que será fra­tura entre o homem, num estágio ainda mais civilizado do que aquele caucásico (é o que esperamos nós) e alguns símios inferiores como o babuíno, ao invés de ser entre o negro ou o australiano e o gorila (p. 187).

Fonte: Humor Darwinista

NOTA: De fato, como digo às vezes, seria cômico, se não fosse tão tráfico!... Esse é o cientista mais ovacionado pelos pensadores pós-modernistas... pseudointelectuais, na verdade! Pobre Darwin. Pobre homem, esse, de nosso tempo!

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

Um comentário:

Anônimo disse...

Darwin, como qualquer britânico padrão de sua época, tinha a civilização britânica como algo "superior". Entretanto, considerando o contexto histórico, a posição de Darwin era mais amena: ele criticava a escravidão, que muitos daquela época defendiam citando a bíblia. O criacionista e antievolucionista Louis Agassiz (1807-1873), por exemplo, defendia idéias extremamente racistas.
http://en.wikipedia.org/wiki/Louis_Agassiz#Racial_classification_scheme_and_racism
Muitos religiosos antievolucionistas acabam personificando a Teoria da Evolução em Darwin, mas Evolução não se resume a Darwin. Ficar criticando um homem que viveu no século XIX como se isto desmentisse sua idéia central (seleção natural) é muito falacioso. Pelo visto, você "foca" demais em alguns poucos "fatos" convenientes, segundo sua crença particular.

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