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domingo, 6 de dezembro de 2009

Conhecimento não só possível, mas necessário

JUSTIFICANDO A POSSIBILIDADE DA NECESSIDADE E A NECESSIDADE DA POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO

Os antigos já especulavam sobre os limites dos sentidos, que por serem os nossos sentidos ainda não nos permitiram traçar um perímetro epistemológico (limitativo) geral. Sabe-se que não podemos nos fiar 100% nos mesmos, e é esta certeza - a de que não podemos ter absoluta certeza empírica - talvez o maior ponto de tensão entre os filósofos idealistas e os empiristas. Em tempos de crise metafísica, é bom sempre lembrarmos de nossos limites sensoriais e do fato de que, se atrelarmos tudo o que somos e todos os aspectos de nossa existência exclusivamente a este mundo, condenamo-nos a vivermos sempre sem um conhecimento efetivo, mas constantemente no não-conhecimento ou "quase-conhecimento", que resulta em conhecimento algum.

Por isso, uma realidade existe, a realidade formal de nosso conhecimento, da qual não podemos escapar, e pela qual formulamos questões como esta, que estou passando para você. Se a realidade formal do conhecimento é possível, ela se revesta de um aspecto de necessidade prévia, não que a necessidade implique na possibilidade, mas no fato daquela apontar para esta (como ressaltava Mário Ferreira dos Santos, em suas palestras sobre o "ilimitado" e o "ser necessário"). Uma vez que só pode haver especulação se houver conhecimento (por exemplo, o conhecimento do que é especular), então é necessário que haja conhecimento para que o próprio conhecimento exista. Se o conhecimento existe necessariamente, ele existe possivelmente. Logo, não criamos o conhecimento, mas nos amparamos nele, apropriando-nos, de forma que, sem cometer petição de princípio, valemo-nos do próprio conhecimento para justificá-lo, posto que este é apriorístico.

Conhecimento só é possível, se o ser for possível. E, como o conhecimento é comprovadamente necessário, o ser também o é. Todo e qualquer conhecimento coaduna-se à existência do ser necessário, como já especulavam os gregos. Este ser, indubitavelmente, é Deus.

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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