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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Desafio para os calvinistas (os que leem, mesmo)

OS CINCO PECADOS QUE AMEAÇAM OS CALVINISTAS

Por André Venâncio (do blog "Tamos Lendo")
Adaptado por Artur Eduardo


Apreciei imensamente a leitura desse livreto, que me edificou muito. Seu objetivo é chamar a atenção dos cristãos calvinistas para pecados pouco percebidos aos quais, no entanto, eles não estão imunes. São eles:

1. Orgulho espiritual, entendido como um sentimento de superior percepção espiritual que leva ao desprezo dos irmãos; (o que, em muitos aspectos, não se coaduna à realidade - grifo nosso).

2. Intolerância fraternal
, que é a falta de amor aos irmãos em virtude de seus pecados ou de suas concepções teológicas equivocadas;

3. Acomodação no aprendizado
, ou seja, a pretensão de já ter aprendido o suficiente sobre as verdades espirituais;

4. Falta de ação
, decorrente de uma compreensão equivocada de nossas responsabilidades frente à soberania de Deus; (e isto é uma falha da interpretação bíblica geral - grifo nosso).

5. Isolamento, que consiste em apreciar a tradição reformada, seus protagonistas e suas conquistas mais como relíquias de antiquário que como exemplos a serem aplicados no contexto de nossa vida. (concordo em gênero, número e grau).

Na curta (mas belíssima) conclusão, o autor faz um apelo para que "não apliquemos esses alertas aos nossos conhecidos ou vizinhos, mas que possamos realmente, com sinceridade, buscar a presença de Deus e verificar se não estamos sendo alvo das ciladas de Satanás, caindo nesses cinco ou mais pecados". Seguindo, portanto, essa exortação, confesso que só em tempos recentes o Espírito tem começado a debelar dentro de mim o primeiro pecado, que creio ter sido, no meu caso, o pior de todos. (...)!

Farei aqui uma breve reflexão sobre o seguinte trecho, que define o primeiro dos cinco pecados denunciados pelo presbítero Solano Portela nesse belo opúsculo:
"Poderíamos definir o orgulho espiritual como sendo uma atitude de desprezo aos outros irmãos. Seria abrigar a sensação de se achar possuidor de uma visão superior. Seria o desenvolvimento de uma atitude de rejeição do aprendizado, contrária à humildade que Deus requer dos Seus servos. Seria achar que somos conhecedores de uma faceta de compreensão que os demais irmãos ainda não alcançaram."
O autor passa a citar uma porção de grupos que, ao longo da história do cristianismo, atribuíram ou atribuem a si próprios essa condição de superioridade, indo dos antigos gnósticos aos modernos pentecostais. Lembrei-me de que eu já havia detectado um fenômeno semelhante fora do cristianismo, e dei-lhe o nome de "religião das elites espirituais". Parece-me que ao menos boa parte das religiões tradicionais contém em si essa divisão: as castas no hinduísmo, o sufismo entre os muçulmanos, o monasticismo na cristandade, o perenialismo como um todo. O orgulho espiritual está presente onde quer que o homem se sinta livre para inventar suas próprias formas de devoção.

Visto não haver pecado mundano que não ameace constantemente a Igreja, tais tentações estão presentes também entre aqueles que estão de fato em comunhão com Deus. O objetivo do presbítero Solano, conforme indica o título, é justamente mostrar que nós, calvinistas, não estamos de modo algum imunes a esse pecado. Deus permita que jamais nos esqueçamos disso.

NOTA: Bom texto. Todos deveriam refletir sobre estas palavras, inclusive os "calvinistas". O problema, penso eu, não é o calvinismo, mas como muitos calvinistas, contemporaneamente, têm demonstrado sua "fé". Palavras como estas não existem em vão.

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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