Está chegando um novo estilo de se relacionar entre homens e mulheres.
Silvia e Ricardo se conhecem no Skype e ficam bem amigos. Papo vai, papo vem, começam a se lembrar dos momentos bons dos seus casamentos com os respectivos ex. Sim, dá certa saudade. Então, resolvem experimentar a fantasia de fingir que são casados durante um fim de semana. Na sexta-feira, ela vai para a casa dele. Na “programação”, incluem ir ao cinema, passear de moto e transar. E ele ainda a apresenta como “minha mulher” no restaurante japonês. No domingo, ela volta para a sua casa, tudo numa boa. Talvez façam isso novamente, talvez nunca mais.
Já Sandro tem uma amiga que, às vezes, precisa ir ao Estado onde ele mora. Ela fica na casa dele por alguns dias e, como os dois são solteiros, aproveitam para viver como um casal. Ele cozinha para ela, assistem à TV de mãos dadas, ela faz massagem nele etc. Antes de ir embora, ela pede uma avaliação de como se saiu como “esposa” para os futuros relacionamentos.
Sim, está chegando aí um estilo de relação que podemos chamar de “casados por um dia”.
“Os modelos tradicionais de comportamento não estão mais dando respostas satisfatórias. Abre-se, assim, um espaço para cada um escolher sua forma de viver, o que é uma grande vantagem. Afinal, enquadrando-se em modelos as pessoas perdem suas singularidades e todas se tornam parecidas”, afirma a psicanalista e sexóloga carioca Regina Navarro Lins. Para ela, tudo indica que daqui a algumas décadas haverá uma grande variedade de relacionamentos. “No futuro, as pessoas experimentarão diferentes formas de estar juntas. Pode haver relações duradouras, mas talvez não sejam predominantes. Os ‘casados por um dia’ podem ser um sinal disso”, acredita a psicanalista.
Para a psicóloga junguiana Neiva Luci, casamento no modelo tradicional, com a característica da dependência psicológica - “eu não existo sem você” - está fadado a não progredir. Isso porque, hoje, cada um existe por si só, reconhece sua individualidade, suas preferências e anseia por viver as suas capacidades, descobrir os seus dons e realizar fazendo a diferença. “Quanto mais presos às regras e ao controle social, ao repetir para não causar conflito, mais temos frustração com a pessoa que somos e com as relações que queremos - sem realmente querer. Aí repetimos, nos frustramos, sofremos... Para muitos, é uma dependência emocional em que se vive como prisioneiro de um círculo vicioso”, completa Neiva.
Fonte: UolNOTA: O que vem depois? "Pais por 1 dia"? Outra coisa: "não há frustração" em um relacionamento como esse? Como alguém pode, ainda utilizando-se de suas prerrogativas psicologistas, defender um tipo de relacionamento que existe pragmaticamente negando tudo o que um casamento normal é, ou seja, feito para durar, eterno? Esta pseudo-defesa científica da questão é o que mais me irrita em nos informes de práticas esdrúxulas como esta. Sinal óbvio de como andam os tempos.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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