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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O quê você precisa saber sobre as revoluções no mundo islâmico

REVOLUÇÕES ISLÂMICAS, PACTOS SECRETOS E A INFLUÊNCIA DO "NEO-BOLCHEVISMO"

Assassinados por compatriotas fanáticos, Anwar El-Sadat e Yitzhak Rabin pagaram o mais alto preço pela paz, mas o prazo de validade do produto que adquiriram está se esgotando rapidamente. A queda de Hosni Mubarak retira do cenário um dos poucos obstáculos que ainda retardavam a constituição da grande unidade estratégica islâmica destinada a instaurar o Califado Universal, e de passagem, varrer Israel do mapa. Alguns fatores, que as mentes iluminadas dos comentaristas internacionais de praxe não vislumbram nem de longe, contribuem para elevar à enésima potência a periculosidade do momento:

A Irmandade Muçulmana, matriz ideológica das forças revolucionárias no mundo islâmico, talvez não tenha dado o impulso inicial da rebelião egípcia, mas é com certeza a única organização política habilitada a tirar proveito do caos e dominar o país após a saída de Mubarak. O governo americano sabe perfeitamente disso e vê com bons olhos a ascensão da Irmandade, provando uma vez mais que Barack Hussein Obama trabalha de caso pensado em prol dos inimigos do Ocidente. As desconversas tranqüilizantes emitidas pelo Departamento de Estado nos últimos dias são tão contraditórias que equivalem a uma confissão de falsidade: primeiro juraram que a Irmandade estava à margem dos acontecimentos; depois, quando se tornou impossível continuar acreditando nisso, asseguraram que a organização tinha mudado, que tinha se tornado mansa e pacífica como um cordeirinho. Comentaristas hostis ao governo observaram que, ao voltar-se contra Mubarak, Obama copiava o exemplo de Jimmy Carter, que, também a pretexto de fomentar a democracia, ajudou a derrubar um governo aliado para fazer do Irã um dos mais temíveis inimigos dos EUA e uma ditadura mil vezes mais repressiva que a do velho Xá. A diferença, creio eu, é que Carter parece ter agido por estupidez genuína, ao passo que Obama, que teve sua carreira apadrinhada por um príncipe saudita pró-terrorista, e cujas ligações com a esquerda radical são as mais comprometedoras que se pode imaginar, segue com toda a evidência um plano racional concebido para debilitar a posição do seu país no quadro internacional ao mesmo tempo que vai demolindo sistematicamente a economia no plano interno.

A política agrícola do governo Obama parece ter sido calculada para fomentar a rebelião. O Egito, país desértico, depende essencialmente do trigo americano, cujo preço subiu 70 por cento nos últimos meses, enquanto o dólar baixava de valor, criando uma situação insustentável para os egípcios. Com meses de antecedência, analistas econômicos avisavam que a coisa ia explodir (v. http://www.mcclatchydc.com/2011/01/31/107813/egypts-unrest-may-have-roots-in.html).

Rebeliões similares vêm se esboçando em outros países islâmicos, como Tunísia, Jordânia e Iêmen, sempre dirigidas à mesma meta: eliminar os governos pró-ocidentais e ampliar a influência da Irmandade Muçulmana, aliada do Hamas e de outras organizações terroristas. O estado de pânico que se espalhou entre aqueles governos pode ser avaliado pelo fato de que nos últimos meses importaram mais trigo do que nunca, dificultando ainda mais a vida dos egípcios.

Mesmo unificado em torno do projeto do Califado Universal, o Islam não representaria grande perigo estratégico de curto prazo para o Ocidente, mas nada do que acontece no mundo islâmico está isolado da grande estratégia “eurasiana” que hoje orienta os governos da Rússia e da China. A idéia originou-se no “nacional-bolchevismo”, um sincretismo ideológico criado pelo escritor Edward Limonov e pelo filósofo Alexandre Duguin nos anos 80. Partindo de um esquema brutalmente estereotipado da civilização do Ocidente, extraído do livro de Sir Karl Popper, “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”, Limonov sonhava com uma aliança mundial entre todos os virtuais inimigos da mentalidade científico-relativista ocidental, isto é, todos os amantes de “verdades absolutas”. Como se tratava apenas de destruir o relativismo – e, por tabela, a civilização baseada nele –, pouco importava, para Limonov, que os vários absolutos convocados à luta se contradisessem uns aos outros: a fraternidade negativa podia incluir em si, sem maiores escrúpulos de coerência, comunistas e tradicionalistas católicos, nazistas, fascistas, islamitas, hinduístas, admiradores de René Guénon e Julius Evola, etc. Como se isso não fosse elástico o bastante, a santa unidade ainda recebia de braços abertos toda sorte de odiadores da América, mesmo que desprovidos de qualquer absoluto identificável: punks, “rebeldes sem causa”, militantes Black Power e assim por diante. Na onda de anti-americanismo que se espalhou pelo mundo após a dissolução da URSS, a oferta de apaziguar velhos antagonismos na base do ódio a um inimigo comum pareceu um alívio para muita gente, especialmente guénonianos e evolianos, que, hostis ao “mundo moderno” em geral, viram aí o remédio do seu angustiante senso de isolamento.

O “nacional-bolchevismo” era apenas uma ideologia, mas Alexandre Duguin (um cérebro bem mais consistente que o de Limonov), acabou por superá-lo e absorvê-lo numa formidável síntese estratégica, o “eurasismo”, que hoje orienta a política internacional de Vladimir Putin e cuja primeira vitória substantiva foi a constituição do Pacto de Solidariedade de Shangai (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/060130dc.htm), destinado a ampliar-se até abranger, se possível, todas as forças anti-americanas do universo (especialmente a Irmandade Muçulmana), não somente em torno de uma vaga proposta ideológica, mas de planos de ação político-militares muito bem definidos.

Tanto Limonov quanto Duguin são filhos de oficiais da KGB, e o segundo é hoje o maître à penser do homem que mais nitidamente encarna a KGB no poder.

Seduzidos pela promessa de destruir o “mundo moderno”, muitos tradicionalistas de periferia – católicos, ortodoxos ou muçulmanos –, acabarão provavelmente se tornando os melhores idiotas úteis que a KGB já teve à sua disposição. A nenhuma dessas inteligências brilhantes ocorreu notar que o liberalismo de Karl Popper é uma coisa e a nação americana é outra completamente diversa; que a destruição ou marginalização desta última não trará a extinção da execrável “modernidade” e o advento do Reino de Deus na Terra, mas sim o triunfo dos globalistas ocidentais (Bilderbergers e tutti quanti), para os quais a neutralização do poder nacional americano é a urgência das urgências, e cujas relações com o esquema russo-chinês são bem mais amigáveis do que toda a retórica “eurasiana” dá a entender (o próprio apoio do governo Obama à rebelião egípcia é mais uma prova disso).

A crise no Egito não é só uma vitória do radicalismo islâmico, mas, por trás dele, do projeto eurasiano.

Fonte: Olavo de Carvalho

NOTA: Já temos denunciado, há algum tempo, a estreita relação que há entre os orquestradores da chamada Nova Ordem Mundial e os islâmicos - que, aliás, já se aliaram, no passado, a quem queria impor uma reestruturação do mundo Ocidental sob a ditadura nazi-fascista: Hitler. Com Nova Ordem Mundial quero dizer o movimento político-econômico e espiritual, cuja agenda inclui a extinção dos preceitos judaico-cristãos da sociedade ocidental, uma prioridade para os globalistas, uma vez que o gatilho controlador das massas será a religião: uma religião universal, ecumênica, como serão "ecumênicos" os controles políticos, as moedas, a cultura, a educação, etc. O plano consiste em utilizar viezes anticapitalistas para a implementação de uma sociedade "metacapitalista", isto é, que está "além" do capitalismo tradicional, com uma elite sócio-cultural dominando universalmente. É uma utopia política que já fora prevista pelos perpetradores da Revolução Francesa (confira o "Terror", período de consolidação deste movimento), um grupinho de intelectuais iluministas cujos propósitos sombrios influenciaram as cabeças de muitos seguidores. Mas, não se engane, prezado internauta, pois a mola mestra da dominação será a religião. É claro: uma religião ecumênica é o sonho dos globalistas, pois é através da religião que conceitos universais são melhor evocados, aliás, muito melhor do que em discursos políticos e de cunho econômico, nos quais a desconfiança do partidarismo e do self advantage estão implícitos. Através da religião o controle se dá muito mais eficientemente pois as pessoas confiam em suas respectivas lideranças religiosas, vistas como ícones que não têm a política como carro-chefe de suas convicções. Nas mentes das massas os religiosos apenas "usam" a política para a implementação de fins que, para aquelas, é muito mas "nobre". Este é um erro fatal desta civilização: acreditar que os diversos movimentos (político, econômico e religioso) estão separados e são até antagônicos. Não são! No globalismo previsto, todos os movimentos são orquestrados em conjunto, como nas sociedades imperiais antigas, nas quais seus líderes não eram apenas "líderes políticos" ou "econômicos" mas divindades encarnadas que guiavam todos os aspectos da população que lhes devotava a própria vida. Experimentações destas sociedades utópicas - que tiveram, inclusive, fins terríveis - têm sido observadas por estas elites que, ao que tudo indica, têm se esforçado para não cometer os mesmos erros daquelas. Por isso, o processo precisa parecer o mais natural possível, sem pressões sociais que demonstrem que os movimentos político, econômico e religioso estão coligados. A coisa é expressa na mídia como o resultado de pressões sócio-culturais pontuais e cujo teor é estritamente localizado. Assim, pouquíssimas pessoas vêem uma ligação entre o que está acontecendo no Egito, por exemplo, e o movimento intelectual esquerdista intitulado "neo-bolchevismo", cujo propósito principal é dar continuidade às políticas de dominação mundial pelo regime soviético, não para a implementação daquele socialismo, e sim daquelas práticas, a fim de que seja implementado este gigantesco e diferente (em vários sentidos) sistema mundial. Não acredito que será pela guerra, como os seus antecessores tentaram. A dominação é doutrinadora, ou seja, desarmará o homem e o fará entregar-se como um "soldado" em potencial do sistema. Não vislumbro, a curto prazo, um horizonte favorável ao ser humano. Creio que estamos a um passo de sermos os principais agentes do movimento que levará ao fim a sociedade como a conhecemos.

"Maranata! Ora vem, Senhor Jesus"!

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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