No livro do padre Barruel também consta a narrativa dos últimos dias de Diderot (Barruel op. cit., pp. 383-387); conta-nos que o enciclopedista preparava uma retratação pública por seus ataques à Igreja, porém, preocupados com a imagem do movimento "ateísta" frente a mais uma deserção, seus compagnons de route o levaram para longe do prior da igreja de São Sulpício. Porém, o mais famoso iluminista, Voltaire, fez súplicas para que um padre estivesse presente quando se aproximava de seus momentos finais; em abril de 1778, a revista dos ilustrados franceses, Correspondance Littéraire, na suas páginas 87 e 88, publicou, não sem algum embaraço, a sua profissão de Fé:
"- Eu, o que escreve, declaro que, na idade de oitenta e quatro anos e tendo sofrido com vômitos de sangue faz quatro dias, não pude ir à igreja; assim, o pároco de São Sulpício quis de bom grado me enviar o sacerdote M. Gautier. Eu com ele me confessei, e se Deus assim quiser, morro na santa religião católica em que nasci, esperando que, com a misericórdia divina, sejam perdoados todos os meus pecados; e se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela.
Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marquês de Villete, na presença do padre Mignot, do meu sobrinho e do meu amigo, senhor marquês de Villevielle".

NOTA: É... os famosos ateístas do Iluminismo francês, afinal, não eram tão ateístas assim.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário