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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Goethe e a Modernidade

A MODERNIDADE: UM "MAL ODERNADO, FEITO O MAL"



"Mal ordenado, feito o mal!"

Goethe, no "Fausto"

A mais completa e sofisticada definição do que vem a ser o que chamamos de "modernidade", expressão cunhada por Rousseau, foi dada por Goethe no "Fausto", à altura do verso 10.175:

"Moderno e mau! Sardanapalo!"

O verso, visto de perto, é um oximoro. Quando falamos "moderno", intuitivamente ligamos a palavra ao conceito de atual, contemporâneo e, por vezes, mesmo em alusão ao futuro, algo como avançado. Esse sentido falsificado do termo moderno é uma das vitórias do Iluminismo, que persiste até hoje. Lembro que em textos anteriores eu próprio defini a modernidade como um conceito que só é compreensível em oposição ao cristianismo. Nada além. A modernidade nega tudo que é cristão, inclusive a sua filosofia aristotélico-tomista, seu conceito de Direito Natural indutivo, fundado na lei natural e seu senso de hierarquia, que toma o igualitarismo moderno como uma fraude e uma iniqüidade.

O que torna Goethe um gênio de larga envergadura e de insubornável honestidade intelectual é que ele jamais engana seu leitor, ao menos aqueles preparados e dignos de ler o grande poeta alemão. O segredo de sua definição está precisamente em usar o termo Sardanapalo, nome grego para designar o rei assírio Assurbanipal (668-626 a.C). Segundo a nota de Marcus Vinícius Mazzari, relativa ao verso (na edição da Editora 34), antigas lendas contavam que o referido assírio "se comprazia numa vida em meio ao luxo extremo e extravagâncias sexuais". Mazzari informa também que Lord Byron usou o personagem para escrever sua tragédia "Sardanapalus", que foi dedicada ao próprio Goethe.

A extraordinária percepção do maior dos poetas alemães é que a tal modernidade de atual e futurista nada tinha, era apena um retorno, uma regressão aos tempos primitivos, pré-cristãos. O novo, o verdadeiramente novo na História, é a Revelação, que tem seu cume em Cristo. O que Rousseau e seus contemporâneos e sucessores chamaram de modernidade não passou (não passa) de um retorno aos tempos do rei assírio pervertido.

Não podemos perder de vista que Eufórion, o filho de Fausto com Helena (esta o duplo feminino de Mefisto), já nasceu como estuprador e suicida e, ao morrer, suas vestes eram como pele expelida pela serpente, ao ser trocada por uma nova. Goethe teve aguda percepção dos tempos. Sua obra continua atual a nós, que temos que lidar agora com kit-gay, gayzismo e práticas sexuais rejeitadas pelo cristianismo. O Brasil com Lula e Dilma desembarcou com tudo na modernidade. Sardanapalo!

Fonte: MsM

NOTA: Esta é uma leitura aguda e corajosa de "Fausto". Creio que devemos apreciá-la melhor nos círculos de leitura do poeta alemão.

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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