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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Neurocientista e filósfo debatem limites do ser humano

CIENTISTA E FILÓSOFO DEBATEM NA FLIP


Ciência e filosofia tiveram um encontro na noite desta quinta-feira (7) na mesa "O humano além do humano", a última do dia na Festa Literária Internacional de Paraty. Mediado pela jornalista Laura Greenhalgh, o debate teve as participações do neurocientista Miguel Nicolelis e o filósofo da religião Luiz Felipe Pondé. Com a ajuda de projeções no telão, Nicolelis abriu a apresentação exibindo imagens e o sons de uma tempestade cerebral. "Este é registro de áudio produzido por 100 neurônios simultaneamente. Traduzindo: é o barulho produzido quando transformamos nossas intenções em ações e desejos", anunciou o neurocientista. "Parece o som de um filho nosso fazendo pipoca ou de um rádio AM fora de sintonia", brincou.

Através de imagens de experimentos envolvendo conceitos de realidade virtual, mecânica e neurociência, Nicolelis revelou um projeto ambicioso batizado de Walk Again, e que pretende apresentar na abertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

"Nossa utopia é justamente restaurar os desejos motores do corpo de um primata que não consegue mais realizar movimentos. E isso será conseguido através de um exoesqueleto que espero, daqui a três anos, a gente consiga que seja utilizada por uma criança privada de seus movimentos. Ela vai entrar em campo junto com nossa seleção e marcar esse gol para a Humanidade", disse Nicolelis, arrancando palmas do público. "Aí vamos dar uma resposta para quem acha que brasileiros não realizam sonhos impossíveis".

Para Pondé, é natural a busca do ser humano pela superação do sofrimento é natural e legítima, mas faz uma ressalva. "A ciência moderna tem capacidade resolver problemas e tranforma em esperança do ser humano. Mas é preciso saber os limites em que ela pode atravessar com o conhecimento cientifico". Ele lembrou dos princípios de eugenia (melhoramento genético), desenvolvido posteriormente pelo nazismo com o objetivo de alcançar a pureza racial, e reconheceu traços perigosos na busca do "além do humano".

"A eugenia está escrita no projeto filosófico moderno. Somos todos eugenistas de um forma ou de outra: todos queremos construiur um ser humano que sofra menos. Isso carrega em si riscos de monstros. O que humaniza o ser humano é justamente o fracasso".

Fonte: G1

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