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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A confusão do cristianismo na Holanda

PASTOR HOLANDÊS TIPIFICA COMO ANDA PARTE DO EVANGELICALSIMO EUROPEU: É ATEU E DESMISTIFICA OS PRECEITOS BÍBLICOS

'"Jesus é um personagem mitológico"

Trata-se de um culto aparentemente convencional que se realiza em Gorinchem, cidade holandesa de 35 mil habitantes. Como todos os domingos, a Igreja Exodus está lotada. Ela faz parte da PKN, sigla da Igreja Protestante da Holanda. Com túnica negra e colarinho branco, o pastor Klaas Hendrikse (foto) faz oração ao Senhor e a leitura da Bíblia. Os fiéis cantam hinos. Com voz grave e, como convém a um sacerdote, pausada, ele começa a fazer o sermão. Então se percebe que ali, naquela pequena igreja, talvez esteja ocorrendo uma radical transformação do cristianismo.

O pastor cristão Hendrikse é ateu. Ele afirma aos fiéis: “Aproveitem ao máximo esta vida na Terra, porque provavelmente é a única que vocês têm”. O "provavelmente" fica por conta das dúvidas de fiéis sobre uma existência no além, não do pastor. Uma religião da contradição? Aparentemente sim, mas Hendrikse está convencido de que dá aos fiéis uma assistência espiritual, não no sentido transcendente da palavra, mas filosófico. É o que eles precisam.

O pastor admitiu a Robert Pigott, do BBC News, não ter “talento” para acreditar em vida após a morte. “Para mim, a vida é esta, antes da morte". Ele entende que o relato bíblico da vida de Jesus como uma história mitológica sobre um homem que pode nunca ter existido, mas que, mesmo assim, representa uma fonte de sabedoria, como outros bons livros de ficção. Nesse sentido, ele continua cristão. Hendrikse escreveu um livro cujo do título em tradução livre para o português seria “Acreditar em um Deus Não-existente”. O pastor não crê em um Deus transcendental, em um ser que está em todos os lugares e sabe de tudo, o qual, em outras gerações, foi o terror das crianças levadas.

Para ele, Deus é algo como um comportamento instintivo que facilita o relacionamento entre as pessoas. “Quando isso [Deus] acontece, acontece aqui na Terra, entre mim e você, é onde pode acontecer. Deus é uma experiência humana". Quando ele começou a pregar o ateísmo do púlpito, os fiéis tradicionalistas se articularam para tirá-lo da igreja. Foram reclamar com a PKN -- e ouviram um surpreendente não. Eles foram informados de que outros fiéis e até sacerdotes tinham a mesma crença (ou descrença) de Hendrikse. Estudo da Universidade Livre de Amsterdã revelou que um a cada seis sacerdotes de PKN e de outras seis denominações menores é ateu ou agnóstico.

Kirsten Slattenaar é um exemplo de fiel que não acredita na divindade de Jesus. “Filho de Deus foi um título atribuído a Jesus”, disse. “Porque ele foi um homem especial, muito bom.”

Igreja de Hendrikse
Dienie van Wingaarden elogiou Hendrikse porque entende que ele usa a Bíblia de uma forma metafórica de modo a permitir que ela chegue a conclusões pela sua maneira de pensar, sem imposições de dogmas. “A pregação dele é libertadora.”

O professor Stoeffels Hijme, da Universidade Livre de Amsterdam, disse que a tendência é o cristianismo se reinventar para permanecer “competitivo no mercado de ideias”, porque somente assim, segundo ele, essa crença conseguirá sobreviver por muito mais tempo. "A Holanda é neste momento um laboratório do cristianismo", disse.

Fonte: Paulopes

NOTA: E como de um laboratório podem sair um remédio ou dispositivo extremamente benéfico para a raça humana, também pode sair algum aparelho ou produto químico extremamente maléfico. O que diferencia é a intenção com que o "laboratório" é usado: claramente, na Holanda, o "laboratório" é o do ateísmo ou do anticristianismo!

Um comentário:

Delo Nanque disse...

Pastor, diria eu que, vendo a igreja dele, já se entende basicamente onde ele se baseia... tão secular que é, este homem só tinha que dizer estas besteiras vigentes no meio pos-moderno actual. A pirâmide emcima ou atrás da sua igreja, não distancia-se de nada obscuro... não tem nada de inocente. Mas Deus é mais e existem pastores, sim. Artur Eduardo, és um deles nesta era perversamente secular e anti-biblíca.

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