A comunidade cristã na Síria representa 10% da população de 22,5 milhões de pessoas. Desde 1970, Assad, que é Alawite, um pequeno ramo muçulmano xiita, está no poder apoiando as minorias religiosas, incluindo os Cristãos. Os Cristãos são favorecidos em muitas situações. Existem três Cristãos no governo e igrejas e mesquitas são tratadas da mesma forma.
Agências de notícias tinham escrito que a maioria dos Cristãos na Síria continua apoiando o regime de Assad, contrastando com a maioria dos Cristãos no Egito, que eram partidários da revolução contra Hosni Mubarak. Como jornalistas estrangeiros são proibidos na Síria, essa declaração é somente uma suposição. O que se sabe também é que os Cristãos têm muito medo e estão apavorados com as consequências de se pronunciarem, mesmo que de forma anônima. Há, porém, um Cristão a favor do regime: o general do exército Dawoud Rajiha. Em 8 de agosto, Assad o estabeleceu como ministro da defesa. Rajiha é membro de uma Igreja Ortodoxa.
A nomeação de um Cristão como chefe supremo militar encarregado da repressão brutal para manter Assad no poder pode ser vista como um ato cínico: um movimento para alargar o apoio a Assad, tornando-o não-partidário. Mas a nova posição do general Rajiha pode muito bem colocar os Cristãos na linha de fogo da guerra. Se Assad sair do poder, poderá haver represálias contra os Cristãos, por causa do papel do general. Por outro lado, o general Rajiha, com outros militares, pode preparar execuções em massa no país.
Fonte: O VerboNOTA: Uma situação delicadíssima está acontecendo, na Síria, neste exato momento. O "favorecimento" das linhas religiosas no governo de Assad é uma das maneiras de a ditadura de sua família permanecer no poder, o que já acontece há décadas. Outra coisa: o regime de Assad é o aliado número 1 do regime iraniano, cuja lógica dos aiatolás é a do expansionismo do Islã. Há quem diga que é interessante para Assad ter cristãos - com um percentual considerando grande, para países do Oriente Médio -, posto que mostra ao mundo uma postura mais eclética, aberta e, aparentemente, disposta ao diálogo. Sabemos que o governo sírio é, na verdade, o instrumentalizador do Fatar (facção terrorista anti-Israel) e esteve envolvido em todas as tentativas de desastibilização do Estado israelense, fosse nas guerras explícitas (1966, 1973), fosse no armamento das facções terroristas que tentam minar a confiança dos judeus em seu próprio território. Nenhuma ditadura, esquerdista ou direitista, muito menos "teocrática", é boa. Nenhuma deveria existir e, como só temos Israel como a única democracia do Oriente Médio, não vejo com bons olhos regimes tirânicos, amigos dos aiatolás transloucados do Irã, que, em termos de massacre, não se importam se os que querem se posicionar a favor de reformas governamentais são cristãos, sunitas ou mesmo xiitas. A Igreja Ortodoxa na Síria deveria atentar para isto.
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