
Os pesquisadores testaram a memória autobiográfica de HK escolhendo quatro datas de cada ano de sua vida desde a sua primeira memória (que era de 1993, quando ele tinha 3 anos de idade), obtendo 80 diferentes datas no total. Para cada uma dessas datas eles reuniram pelo menos três fatos da família de HK, registros médicos e de seu bairro, em Nashville, Tennessee. HK foi então entrevistado sobre cada uma dessas 80 datas – por exemplo, ele foi perguntado sobre “o que aconteceu durante o dia 2 de janeiro de 2001”. Suas respostas foram transcritas e os fatos verificados. Suas respostas, muitas vezes detalhadas, atingiram quase 90% de exatidão para memórias até os 11 anos, subindo para quase a perfeição nos anos seguintes. Para algumas datas, HK foi interrogado novamente em uma segunda sessão e a consistência de suas respostas foi de 100%.
HK disse aos pesquisadores que suas memórias autobiográficas são tão ricas em detalhes sensoriais e emocionais que ele as sente vívidas, independentemente de terem acontecido agora ou anos atrás. Ele revive essas sensações com uma frequência de 90%, em comparação com 66% na população geral. HK disse que suas memórias autobiográficas surgem frequentemente em sua consciência, desencadeadas por imagens, sons e emoções. A maioria dos dias ele acorda pensando no que ele fez naquela data em anos anteriores, e más lembranças são tão frequentes quanto as positivas, mas ele é capaz de se concentrar mais nas boas memórias.
Em termos de estrutura cerebral, o cérebro de HK é menor que a média (provavelmente relacionado ao fato dele ter nascido prematuro, com 27 semanas). Por contraste, a sua amígdala é 20% maior que o normal. A amígdala é uma estrutura pequena subcortical e parte do sistema límbico, que está envolvida no processamento emocional. Ally e sua equipe reconheceram que os estudos de casos como o de HK não são facilmente adaptáveis e generalizáveis para o resto da população e assim devem ser interpretados com cautela. Dito isso, a equipe acredita que a amígdala maior de HK aumenta a conectividade com a parte do cérebro responsável pelas memórias pessoais: “Além disso, os achados podem ajudar a guiar futuros estímulos cerebrais, com objetivo de melhorar a memória da população em geral, além de pacientes com Alzheimer”, disse Ally.
Fonte: Opinião e Notícia
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