FILÓSOFO ATEU JOHN NAGEL QUESTIONA CONCEPÇÃO NEODARWINISTA DA NATUREZA
Ele é um homem de impecáveis credenciais acadêmicas e ateias. Um dos
mais respeitados filósofos dos EUA, orientando de John Rawls, professor
da Universidade de Nova York, autor de inúmeros textos em que declara
sua descrença, Thomas Nagel [foto] vem causando alvoroço com a publicação de Mind and Cosmos,
que saiu em setembro. O subtítulo esclarece as razões da celeuma: por
que a concepção materialista neodarwinista da natureza é quase
certamente falsa.
É um livro gostoso de ler, embora denso, e que levanta pontos importantes. Para Nagel, num eco do problema mente-corpo, as explicações científicas para questões como consciência, intencionalidade e valor são necessariamente incompletas, o que cobra uma mudança de paradigma.
(...) No exemplo mais gritante, ele diz rejeitar a noção de que forças cegas da natureza produziram vida porque isso vai contra o "senso comum". Ora, quase tudo em ciência, da relatividade à mecânica quântica, ofende o senso comum, mas nem por isso descartamos essas disciplinas.
Outro ponto delicado é que Nagel não tem nada para pôr no lugar do darwinismo. Numa retomada de Aristóteles, o autor sugere que as explicações científicas incorporem uma teleologia, isto é, acatem a noção de propósito ou direção entre as leis da natureza. Com isso, a alegada improbabilidade da vida e o processo de evolução por meio de mutações aleatórias deixariam de ser um problema. Pode ser, mas receio que criaríamos outro ainda maior, à medida em que as portas da ciência estariam escancaradas para a metafísica.
É um livro gostoso de ler, embora denso, e que levanta pontos importantes. Para Nagel, num eco do problema mente-corpo, as explicações científicas para questões como consciência, intencionalidade e valor são necessariamente incompletas, o que cobra uma mudança de paradigma.
(...) No exemplo mais gritante, ele diz rejeitar a noção de que forças cegas da natureza produziram vida porque isso vai contra o "senso comum". Ora, quase tudo em ciência, da relatividade à mecânica quântica, ofende o senso comum, mas nem por isso descartamos essas disciplinas.
Outro ponto delicado é que Nagel não tem nada para pôr no lugar do darwinismo. Numa retomada de Aristóteles, o autor sugere que as explicações científicas incorporem uma teleologia, isto é, acatem a noção de propósito ou direção entre as leis da natureza. Com isso, a alegada improbabilidade da vida e o processo de evolução por meio de mutações aleatórias deixariam de ser um problema. Pode ser, mas receio que criaríamos outro ainda maior, à medida em que as portas da ciência estariam escancaradas para a metafísica.
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