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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Pesquisa CNT revela: "descrédito geral"

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Uma pesquisa da CNT, Confederação Nacional dos Transportes, traz alguns dados fundamentais para a compreensão do estado de coisas no Brasil de hoje. O relatório completo está emhttp://imguol.com/blogs/52/files/2015/07/pesquisa-cntmda-128-relatorio-sintese.pdf, mas a tabela que reproduzo neste artigo (página 45 do relatório) fala por si.
A pesquisa buscou averiguar, com uma amostragem significativa colhida em várias regiões do país, quais as instituições em que o povo brasileiro mais e menos confia: igrejas, partidos políticos, governo, mídia etc. É uma pergunta temível, que anuncia choro e ranger de dentes.
Entre mortos e feridos, a principal vítima foram as Forças Armadas. Semanas atrás, afirmei que, tendo sido por décadas a instituição exibida em todas as pesquisas como a mais confiável do país, elas logo perderiam esse estatuto e rastejariam na lama do descrédito junto com a mídia e os políticos.
O motivo que me levou a esse prognóstico sombrio foi a longa série de hesitações, embromações e desconversas pomposas com que os militares responderam ao clamor de seus admiradores devotos por uma “intervenção militar” supostamente salvadora. A sucessão de vexames entremeados de ostentações de patriotismo histriônico, que teve um ponto alto no ridículo desfile de Sete de Setembro em recinto fechado, chegou ao auge no show de puxassaquismo e concordância ideológica oferecido pelos comandantes das três armas ao representante do Foro de São Paulo, Aldo Rebelo.
Pois bem, a  previsão já estava se cumprindo quando foi anunciada. A pesquisa, de julho, mas só publicada agora, revela que o nível de confiança popular nas Forças Armadas baixou dos antigos 50 e tantos por cento para 15,5 por cento. Merecidamente.
Para meditação dos oficiais militares que ainda prezam um pouco a reputação das suas corporações, relembro aqui o clássico haikai de Antonio Machado:
Cuan dificil es
Cuando todo baja
No bajar también
.
Com toda a certeza, os oficiais empenhados em alinhar as suas instituições com a política do Foro de São Paulo acreditaram que podiam continuar fazendo isso sem despertar suspeitas, protegidos sob a redoma da tradicional confiabilidade militar, consolidada ao longo de décadas de pesquisas. Mas nenhum capital acumulado resiste por muito tempo a um empenho sério e obstinado de cultivar o prejuízo. 
Se os bravos guerreiros não acordarem, daqui a pouco teremos Pixulekos fardados flutuando nas praças, e os oficiais vistos de uniforme nas ruas ou nos restaurantes receberão o mesmo tratamento dado ao sr. Adams e similares.
Com exceção das igrejas em geral, que 53,5 por cento dos entrevistados consideraram maximamente confiáveis, praticamente todas as demais instituições nacionais tiveram desempenhos tão baixos que não há exagero nenhum em dizer que perderam por completo a confiança do povo: Justiça, 10,1 por cento; polícia, 5 por cento; imprensa, 4,8 por cento; governo, 1,1 por cento; Congresso Nacional, 0,8 por cento; partidos políticos, 0,1 por cento.
Se um governo que permanece no poder desfrutando da confiança de apenas 1,1 por cento já é a prova contundente de que não existe mais nenhuma “democracia” a ser preservada, mais patético ainda é que o Congresso, da qual tantos comentaristas de mídia esperam a cura miraculosa do descalabro nacional, esteja abaixo dele na escala, com seus 0,8 por cento de confiabilidade. Não é isso que as pessoas chamam de pedir socorro para o bandido?
Como entender esse quadro, exceto como o retrato de uma quebra total da confiança, de uma ruptura insanável entre o povo e a elite governante, de uma falência total do sistema, de um estado de coisas, em suma, revolucionário?
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