Por Marcos Sabino
Adaptado por Artur Eduardo
O professor Ludwig Krippahl, ardente ateu evolucionista, respondeu ao meu post O que toda a gente devia saber sobre a datação radiométrica. O post dele pode ser lido aqui. Leiam-no e depois voltem cá. O Ludwig pretende mostrar como eu estou errado em dizer que os geólogos assumem coisas que não se podem saber, mostrando como os métodos de datação estão cientificamente bem fundamentados, dando como exemplo o método do Rubídio (Rb) -Estrôncio (Sr).
A verdade é que os métodos de datação não são aquilo que o Ludwig gostaria que eles fossem. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, os métodos de datação não são líderes, mas sim seguidores. Eles limitam-se a “comprovar” o panorama que os geólogos têm mais ou menos em mente (Aliás, a “ciência” já sabia que a Terra era antiga antes do advento dos métodos radiométricos). Quando eles dão idades “erradas”, o geólogo trata de arranjar explicações para o sucedido (temos o exemplo da “idade” atribuída às lavas basálticas das quedas de água do rio Colorado, que não coincidia com o observado). Quando eles dão idades “correctas”, a idade é aceite como traduzindo a realidade.
Eu posso estar aqui a escrever dezenas e dezenas de linhas a barafustar contra os métodos de datação, mas não há nada melhor do que o fazer com exemplos práticos.
1) Se os métodos de datação fossem fiáveis, então teríamos materiais mais velhos do que a própria Terra. O método potássio-árgon deu uma idade de 6 bilhões de anos a diamantes do Zaire [meu destacado]:
“A group of 10 cubic diamonds from Zaire has been found1 to contain correlated concentrations of 40Ar and K which, interpreted as a whole-rock K−Ar isochron with the usual assumptions, yield the unreasonable age of 6.0 Gyr.” (In Nature)
2) Se os métodos de datação fossem fiáveis, então teríamos de aceitar as idades discordantes entre os diferentes métodos. E já que o Ludwig deu o exemplo do Rb-Sr, vamos usar um exemplo onde esse método foi utilizado. As lavas de Cardenas, um dos estratos mais antigos do Grand Canyon, foram “datadas” com 2 métodos diferentes. O potássio-árgon deu uma idade de 845 milhões de anos. O Rubídio-estrôncio deu uma idade de 1090 milhões de anos. Estamos a falar de uma diferença de 245 milhões de anos. Os cientistas aceitaram a idade que foi dada pelo rubídio-estrôncio, tendo fornecido possíveis explicações para a idade dada pelo outro método.
3) Se os métodos de datação fossem confiáveis, então teríamos de aceitar idades antiquíssimas para material que se sabe que é recente. A datação de lavas proveninentes do vulcão Kilauea, no Havai, deu a idade de 22 milhões de anos. Lavas do vulcão Hualalai, também no Havai, que não têm mais de 210 anos, deram idades elevadíssimas [meu destacado]:
“Isotopic studies have been made of the inert gases present in ultramafic xenoliths from two sites in Hawaii, the 1800–1801 Kaupulehu flow (Hualalai Volcano, Hawaii) and Salt Lake Crater (Oahu). Apparent ages calculated from the measurement of radiogenic argon and helium have very high values.” (In Journal of Geophysical Research)
Se nos dermos ao trabalho de procurar, mais exemplos teremos da comédia da datação evolucionista. Se a “idade” dada pelo método não trouxer problemas ao paradigma evolucionista, ela será aceite pelo geólogo evolucionista. Mas caso ela entre em conflito com o seu paradigma, possíveis cenários serão adiantadas para explicar as disparidades. Isto acontece porque a datação radiométrica não é ciência objectiva.
Os métodos de datação falham em material que nós sabemos que tem pouca idade. No entanto, querem que confiemos neles quando estes nos “dizem” a idade de material que ninguém viu ser formado.
O professor Ludwig tem a ousadia de dizer:
“Sabemos a idade do universo como sabemos que são 314 km de Lisboa ao Porto.“
O problema é que não sabemos a idade do universo como sabemos que são 314 km de Lisboa ao Porto. Calcular a distância de Lisboa ao Porto faz parte da ciência experimental. Já a adivinhação da idade do Universo encontra-se no terreno frágil da ciência histórica, porque nenhum de nós esteve lá para acompanhar os seus aniversários.
NOTA: Em relação à datação de minerais, recomendo o link que aborda o interessante (e pouco conhecido) trabalho do dr. Robert Gentry e o post sobre datações fósseis.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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