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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Igreja Católica buscando o ecumenismo e a primazia cristã

ROMA SEGUE ´A TODO VAPOR´ PROMOVENDO DIÁLOGOS DE RECONCILIAÇÃO ECUMÊNICA SEM PRECEDENTES NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO. O PRIMADO DE ROMA É, CONTUDO, COLOCADO COMO REQUISITO

Primeiro, a Aliança Batista Mundial
Em 06 de dezembro de 2007 o site zenit.org publicou as palavras de Bento XVI dirigidas à delegação da Aliança Batista Mndial. Para quem achava que o atual papa iria ser um ´entrave´ às discussões sobre ecumenismo e reconciliação, parece que estava enganado. Leia, na íntegra, as declarações de Ratzinger e observe, destacado, que pontos-chave da crença romana são pré-requisitos fundamentais a qualquer tipo de unficação.

Foto: Encontro ecumênico de líderes batistas e católicos realizado em 2001
Carta de Ratzinger dirigida à Aliança Batista Mundial em 06/12/07:
Traduzido por Élison Santos

"Queridos amigos:
Dou-vos minhas cordiais boas-vindas, membros da comissão internacional patrocinada pela Aliança Mundial Batista (entidade evangélica) e pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (entidade católica). Agrada-me que tenhais escolhido como lugar para vosso encontro esta cidade de Roma, onde os apóstolos Pedro e Paulo proclamaram o Evangelho e coroaram seu testemunho do Senhor ressuscitado derramando seu sangue. Espero que vossas conversas tragam abundantes frutos para o progresso do diálogo e o crescimento do entendimento e da cooperação entre católicos e batistas.
O tema que haveis escolhido para esta fase de contatos, «A Palavra de Deus na vida da Igreja: Escritura, Tradição e Koinonia», oferece um contexto promissor para examinar estas questões historicamente controvertidas, como a relação entre Escritura e Tradição, a compreensão do Batismo e dos sacramentos, o lugar de Maria na comunhão da Igreja
e a natureza do primado na estrutura ministerial da Igreja.
Para conseguir nossa esperança de reconciliação e uma maior fraternidade entre batistas e católicos, é necessário enfrentar juntos temas como estes, com um espírito de abertura, respeito recíproco e fidelidade à verdade libertadora e ao poder salvador do Evangelho de Jesus Cristo.
Como crentes em Cristo, nós o reconhecemos como o único mediador entre Deus e a humanidade (1 Timóteo 2, 5), nosso Salvador, nosso Redentor. Ele é a pedra angular (Efésios 2, 21; 1 Pedro 2:4-8); e a cabeça do corpo, que é a Igreja (Colossenses 1, 18). Neste período do Advento, atendemos sua vinda em espera e oração. Hoje o mundo precisa mais que nunca de nosso testemunho comum de Cristo e da esperança trazida pelo Evangelho. A obediência à vontade do Senhor nos estimula constantemente a alcançar essa unidade tão emotivamente expressa em sua oração sacerdotal: «Que todos sejam um... para que o mundo creia» (João 17, 21). A falta de unidade entre os cristãos «contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura» (
Unitatis Redintegratio, 1).
Queridos amigos, eu vos transmito meus melhores desejos e vos asseguro minhas orações para a importante obra que empreendestes. Invoco os dons do Espírito Santo de sabedoria, entendimento, força e paz sobre vossas conversas, sobre cada um de vós e sobre vossos entes queridos.
"

Fonte: Zenit

Numa ´atitude sem precedentes´, Ratzinger reconhece a Igreja Patriótica da China e estabelece conversações ecumênicas com Pequim. "Em Setembro, uma ´atitude sem precedentes´ abriu portas para ligar Pequim a Roma. Bento XVI aprovou hoje (22/09/07), numa atitude sem precedentes, a ordenação de dois bispos da Igreja Patriótica Chinesa (a comunidade católica fiel às autoridades de Pequim), desde o corte de relações entre Roma e o governo revolucionário chinês, em 1957. Depois de conhecidas as ordenações do novo bispo de Pequim, Joseph Li Shan, e de Paolo Xiao Zejiang como bispo coadjutor de Guiyang (província de Guizhou), o Vaticano reconheceu as suas ordenações válidas. Esta posição de Roma vai ao arrepio de todas as posições até agora mantidas pela Cúria Romana, que apenas reconhece a hierarquia da comunidade católica chinesa fiel ao Papa, obrigada a viver na clandestinidade pelo Governo chinês. (OBS: Esta NÃO É A ´IGREJA PATRIÓTICA DA CHINA´ - grifo nosso). Recorde-se que Pequim entendeu como interferência a carta de Bento XVI, em Julho passado, dirigida aos crentes fiéis à fé católica romana. Aos cerca de 10 milhões de católicos romanos, o Papa afirmava que a ideia de "uma igreja independente "de Roma" é incompatível com a doutrina católica".

Todavia, com a posição assumida por Bento XVI ao reconhecer hoje a legitimidade daquelas duas ordenações, de acordo com fonte eclesiásticas do Vaticano, poderá significar uma abertura ao diálogo com o Governo e a Igreja Patriótica da China. Recorde-se que este é um dos países que o actual Papa gostaria de visitar, como já fez saber aos seus colaboradores da Cúria Romana.
Segundo as mesmas fontes, a atitude de hoje de Bento XVI significa a vontade de Roma iniciar conversações com Pequim, com vista a um reconhecimento recíproco: Roma aceita as ordenações da Igreja Patriótica, enquanto Pequim aceita reconhecer a comunidade católica fiel a Roma. A reconciliação dos cristãos é, aliás, um dos mais firmes propósitos inscritos na agenda de Bento XVI, basta lembrar os contactos que iniciou com a comunidade rebelde Fraternidade S. Pio X (excomungada por João Paulo II), com os ortodoxos e com as Igreja Anglicana e Luterana."
Fonte: Notícas Cristãs (reportagem da Expresso, na íntegra)

Ainda em Setembro deste ano, Igreja Católica divulgou documento evidenciando caminho que porá fim ao cisma com a Igreja Católica Ortodoxa, que dura 953 anos!
"O Vaticano divulgou no final da manhã desta quinta-feira (16/09/07) um importante documento que poderá indicar o caminho da reunificação entre católicos e ortodoxos, separados desde o cisma de 1054 - a ruptura formal da unidade da igreja cristã em Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Ortodoxa. Dividido em 46 pontos, o texto fixa definitivamente o reconhecimento do papa como "primeiro patriarca", Roma como a "primeira sede" e indica temas a serem aprofundados futuramente para superar as divisões do passado."É o primeiro passo importante, mas a estrada para a plena unidade ainda é muito longa", disse o cardeal Walter Kasper, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos (entidade católica romana), em entrevista à Rádio Vaticana. O departamento presidido por Kasper é o órgão da Igreja Católica que compõe a administração da Santa Sé com função de buscar iniciativas oportunas para reunificar os cristãos.

O novo documento é fruto do encontro realizado em Ravenna, no norte da Itália, em outubro, com representantes da Comissão Mista para o Diálogo Teológico entre Católicos e Ortodoxos, coordenada pelo cardeal Kasper e por Ioannis Zizioulas, metropolita (arcebispo) de Pérgamo e membro do Sínodo do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. No ponto em que os ortodoxos reconhecem o primado do papa, em seguida vem esclarecido que ainda devem ser definidas suas prerrogativas no âmbito da comunidade eclesial. Isso significa que ainda precisam ser resolvidas as divergências sobre os poderes do papa, o principal obstáculo para a reunificação. Três conceitos fundamentais são descritos no texto de forma pontual: comunhão eclesial, conciliaridade ou sinodalidade e autoridade. Católicos e ortodoxos concordam que o bispo é quem comanda a igreja local. Também reconhecem que a "única e santa Igreja" se realiza contemporaneamente em cada igreja local, onde se celebra a eucaristia, e na comunhão de todas as igrejas. Há também acordo sobre a estrutura da Igreja universal. No nível local, a autoridade é o bispo. No âmbito regional, os bispos de cada província devem reconhecer que existe um protos (primeiro, em grego) entre eles.

O plano global ainda deverá ser aprofundado, já que o documento diz que aqueles que são os "primeiros" nas diferentes regiões devem cooperar, junto com todos os bispos, naquilo que concerne à totalidade da Igreja."Os bispos não devem ser unidos apenas na fé, mas têm em comum a mesma responsabilidade e o mesmo serviço na Igreja", diz o texto sobre a concordância ecumênica, acrescentando que os concílios são o "instrumento principal" por meio do qual se expressa a comunhão da Igreja. Segundo o vaticanista Marco Politi, "o mundo ortodoxo esclarece que o papa - nomeado no texto como bispo de Roma ou como um dos cinco patriarcas históricos - não pode ser um soberano totalitário, que decide sozinho"."Joseph Ratzinger também já afirmou, no passado, que o pontífice não pode se comportar como um monarca absoluto", diz Politi. "Este documento é um modesto primeiro passo e como tal dá esperança, mas não podemos exagerar a importância", afirmou o cardeal Kasper. "Na próxima vez, deveremos analisar o papel do bispo de Roma na Igreja universal no primeiro milênio, depois deveremos falar também do segundo milênio e do Concílio Vaticano 2º", acrescentou.

No final do texto, os participantes do encontro de Ravenna dizem estar convictos de que as declarações sobre comunhão eclesial, conciliaridade e autoridade definidas por eles representam positivo e significativo progresso no diálogo. Afirmam também que o documento oferece uma base firme para futuras discussões sobre a questão do "primado" no nível universal na Igreja. O documento não conta com a adesão da Igreja Ortodoxa Russa, que abandonou a reunião de Ravenna em protesto contra a presença de representantes da Igreja Apostólica da Estônia, que não é reconhecida pelo Patriarcado de Moscou. De acordo com o cardeal Kasper, esse é um assunto que deverá ser resolvido entre Constantinopla e Moscou. No entanto, ele diz estar preocupado porque considera importante a participação da Igreja Ordodoxa Russa no futuro do diálogo.".
Fonte: Notícas Cristã - BBC Brasil


Pr. Artur Eduardo

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