O ciclone Nargis deixou cerca de 1 milhão de desabrigados, segundo informou nesta quarta-feira (7) as Nações Unidas. A TV Mianmar, fonte oficial de notícias sobre danos e vítimas, não atualizou os dados de terça-feira, que davam conta de 22.464 mortos e 41.054 desaparecidos. O Nargis foi o ciclone mais devastador na Ásia desde 1991, quando uma tempestade matou 143 mil pessoas em Bangladesh.
Richard Horsey, do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, disse em Bangcoc que o número de vítimas fatais ainda deve subir. "Com a maioria desses mortos boiando na água, dá para ter uma idéia das condições que as equipes enfrentam no terreno. É um enorme desafio logístico", disse Horsey. "Estimamos que haja até 1 milhão de pessoas atualmente precisando de abrigo e assistência para salvar suas vidas", completou ele, acrescentando que há 5.000 quilômetros quadrados submersos no delta.
Já a ONG internacional ‘Save The Children’ (Salvem as crianças, em livre tradução), 40% dos mortos e desaparecidos são crianças. A ONG, situada em Londres, disse que o balanço deve ser “muito maior” que o saldo oficial, segundo seus funcionários que trabalham em Mianmar.
A ajuda internacional conseguiu chegar ao país asiático nesta quarta-feira (7), aos poucos. A França sugeriu evocar uma regra das Nações Unidas que fala na "responsabilidade em proteger" as populações, o que permitiria a entrega direta da ajuda ao país sem depender da aprovação do regime militar birmanês. O chanceler francês, Bernard Kouchner, disse na quarta-feira que a idéia está sendo discutida na sede da ONU em Nova York e pode resultar numa resolução que obrigue o governo local a aceitar a ajuda.
A ONU estabeleceu em 2005 o conceito da "responsabilidade de proteger" os civis quando seus governos não podem ou não querem fazê-lo, mesmo que a intervenção da comunidade internacional viole a soberania de um país. Especialistas em ajuda humanitária dizem que o regime militar da antiga Birmânia ainda não conseguiu se livrar da sua tradicional desconfiança em relação aos países estrangeiros, e por isso o país permanece relativamente fechado à operação internacional.
Tailândia, China, Índia e Indonésia já estão entregando mantimentos e outros materiais, e os governos dos EUA e da Austrália pediram à Junta Militar que aceite a sua assistência. A Casa Branca afirmou ainda que não obteve uma resposta de Mianmar para a entrada de mais ajuda americana e que isto pode prejudicar a salvação de pessoas.
Até mesmo equipes humanitárias da ONU ainda esperam vistos para entrar no país, cinco dias depois da passagem do Nargis, que tinha ventos de até 190 quilômetros por hora e provocou um maremoto que arrastou a maioria das vítimas, especialmente no delta do rio Irrawady. Também houve muitos danos em Yangon, antiga capital e maior cidade do país.
Analistas políticos antevêem implicações duradouras do ciclone para a junta militar, que é ainda mais temida e odiada pela população depois da repressão aos protestos por democracia liderados por monges budistas em setembro passado. Mianmar vive sob regime militar há 46 anos.
Mas o premiê da Austrália, Kevin Rudd, disse que não é hora de pensar nessas consequências. "Esqueçam a política. Esqueçam a ditadura militar. Vamos simplesmente levar ajuda às pessoas que estão sofrendo e morrendo neste momento por causa da falta de apoio no terreno", afirmou ele a jornalistas em Perth. Funcionários da ONU disseram que pastilhas de purificação de água, cobertores plásticos, kits médicos, mosquiteiros e alimentos são as prioridades.
Fonte: G1
NOTA: Oremos por Mianmar!
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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