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segunda-feira, 12 de maio de 2008

A filosofia liberal da religião tenta desmistificar o relato vétero-testamentário

PORTAL ´G1´, DA GLOBO, CONTINUA SUA SÉRIE DE ARTIGOS SOBRE ´CIÊNCIA E FÉ´. TENTANDO DESMISTIFICAR A BÍBLIA, ATACA, COM PRECEITOS LIBERAIS, FUNDAMENTOS DA RELIGIÃO JUDAICA E, CONSEQUENTEMENTE, O CRISTIANISMO


Obs: Como o artigo traz uma série de suposições e pressuposições sem explicá-los, uma defesa adequada seria por demais extensa e, por conseguinte, incompatível com a realidade de um blog. Para tal, sugerimos a leitura de referências especializadas, como o "Novo Dicionário da Bíblia", editado em português por Russel Shedd, Ph.D. e a "Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã", edição em três volumes, organizados por Walter Elwell. As duas são publicações da Vida Nova. Abaixo, teço algumas considerações apologéticas nossas, em vermelho, sobre o quê foi afirmado pelo artigo. em vermelho.


"Tanto na Bíblia quanto nos filmes da série "Indiana Jones", a Arca da Aliança é o símbolo supremo do poder do Deus de Israel, derrubando as muralhas das cidades inimigas, causando epidemias entre povos pagãos e fulminando os mortais que ousam tocá-la (sem falar nos nazistas que querem usar o artefato para seus fins malignos). Os historiadores e arqueólogos modernos ainda não conseguiram determinar o paradeiro da Arca, se é que o objeto ainda existe, mas a grande ironia é que, ao que tudo indica, o artefato incorporava características originalmente pagãs, da época em que os israelitas não adoravam um deus único.

"A Arca parece ter tido sua origem nos amuletos protetores parecidos com caixas usados até hoje por algumas tribos de beduínos. Colocadas em cima de camelos, essas caixas são a vanguarda das migrações deles, da mesma maneira como se descreve a Arca liderando os israelitas no deserto", escreve Stephen A. Geller (foto), professor de estudos bíblicos do Seminário Teológico Judaico de Nova York. (O dr. Geller é doutorado em Harvard, uma das universidades mais liberais do mundo, atualmente. Todo o escopo de seu trabalho, pelo que pude pesquisar, é baseado na filosofia da religião judaica, com fortes enfoques liberais, isto é, heterodoxos à sua própria doutrina de fé. É um estudioso liberal da fé judaica. Afirmar que a Arca ´PARECE ter tido sua origem em amuletos protetores, PARECIDOS com caixas´ é um claro exemplo de pressuposição filosófica - filosofia da religião - com a qual está comprometido o eminente dr. Geller. E mais: sem colocar quaisquer referências especializadas que corroborem este "achismo" grosseiro , suas declarações valem tanto quanto uma nota de R$ 3,00! Grifo nosso).

De fato, embora a Arca da Aliança fosse totalmente coberta de ouro, conforme diz o livro do Êxodo, no Antigo Testamento, trata-se de um objeto cultual relativamente simples, típico de um povo nômade. As descrições falam numa caixa de 1,25 m de comprimento por 0,75 m de altura e largura, na qual eram encaixadas duas varas, também cobertas de ouro, usadas para transportá-la -- tocar a Arca, ou mesmo vê-la ao ar livre, era um tabu muito sério entre os israelitas.

'Arquivo' e 'morada'
Ainda de acordo com o Êxodo, a Arca foi construída para cumprir dois objetivos principais. Em primeiro lugar, no interior dela foram colocadas as duas Tábuas da Lei -- os blocos de pedra onde o próprio Deus -- ou então Moisés; o texto bíblico é ambíguo --teria gravado os Dez Mandamentos. (Tradições posteriores falam de outros objetos dentro da Arca, como um vaso com o misterioso maná que alimentou os israelitas no deserto, mas tais histórias não são mencionadas pelo Antigo Testamento.). (Primeiramente, o texto não é ambíguo. As pedras, que Moisés colocou dentro da Arca, foram as segundas, que Deus escreveu. As primeiras, escritas também pelo próprio Deus, foram destruídas quando Moisés as lançou no bezerro de ouro, que os israelitas fizeram, quando ele estivera no monte Horebe, 40 dias e noites, e os israelitas pensaram que Moisés havia morrido. As segundas tábuas da Lei, atualizadas para um Israel renovado (haviam se passado 40 anos), e que entraria para tomar a terra de Canaã como possessão, foram lavradas por Moisés e escritas por Deus, conforme está devidamente registrado em Dt. 9:11-8:6. Em segundo lugar, as "tradições posteriores" a que se refere o dr. Geller, é o livro de Hebreus, no Novo Testamento. Em Heb. 9:4b, está escrito: "... e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança.". O livro de Hebreus não poderia estar falando de alguma coisa ´absurda´ aos israelitas, pois era-lhes destinado. Falava-lhes do que era pertinente. Se observarmos, por exemplo, Êxodo 16:33-34: "Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, mete nele um gômer cheio de maná e coloca-o diante do SENHOR, para guardar-se às vossas gerações. Como o SENHOR ordenara a Moisés, assim Arão o colocou diante do Testemunho para o guardar.". O ´testemunho´ é o Decálogo, ou os Dez Mandamentos. O local de guarda do "Testemunho" é a Arca da Testemunho (Aliança). Logo, não é de admirar que o Maná tenha sido colocado na Arca da Aliança, como o texto sugere. O mesmo acontece com o ´bordão (vara) de Arão´. De acordo com Números 17:10: "Disse o SENHOR a Moisés: Torna a pôr o bordão de Arão perante o Testemunho, para que se guarde por sinal para filhos rebeldes; assim farás acabar as suas murmurações contra mim, para que não morram.". Assim, o escritor da carta aos Hebreus segue uma crença que está totalmente baseada nos escritos do Pentateuco. Aliás, sugerida por este. Grifo nosso).

E a Arca também foi colocada na parte mais sagrada do Tabernáculo (imagem representação), espécie de templo móvel em forma de tenda, carregado pelos israelitas durante suas andanças no deserto. Nessa parte do Tabernáculo, o chamado Santo dos Santos, só o sumo sacerdote podia entrar, e ainda assim uma vez por ano, no chamado Yom Kippur, ou Dia do Perdão.

A presença de Arca servia quase como o elo direto entre Deus e os israelitas, o ponto focal onde a presença divina se fazia sentir. Ela era carregada sempre coberta, mas sua presença animava os guerreiros de Israel durante batalhas e realizava milagres como abrir as águas do rio Jordão para que o povo entrasse na Terra Prometida.

Querubins
O detalhe mais significativo do objeto para os estudiosos modernos, porém, talvez seja o de dois personagens misteriosos cujas imagens encimavam a tampa da Arca. São os dois querubins -- criaturas que, na tradição posterior, são retratados como anjos, mas que na verdade lembram mais esfinges, com corpo de leão ou touro, asas de água e cabeça humana, como se pode ver na fotografia abaixo.
Foto: Reprodução
´Monstro´ alado de palácio assírio do século VIII a.C.: os querubins da Arca da Aliança provavelmente tinham uma aparência desse tipo (Foto: Reprodução)

"São imagens muito comuns como protetores da realeza nas culturas vizinhas de Israel, como o Egito e a Mesopotâmia", explica Haroldo Reimer, do Departamento de Filosofia e Teologia da Universidade Católica de Goiás. "Mais tarde, quando o Templo de Salomão é construído em Jerusalém, você tem estátuas soltas desses querubins, além dos que aparecem na própria Arca."

Os querubins da Arca da Aliança estão voltados um de frente para o outro, com as asas estendidas para a frente. A idéia é retratar as asas das criaturas como o trono onde Deus está sentado, enquanto a tampa da Arca é o estrado onde a divindade apóia seus pés. Para Reimer, a imagem dessas divindades menores sugere que, durante muito tempo, os israelitas não foram monoteístas (adoradores de um único deus).

"Parece que a tendência ao aniconismo [ou seja, a não fazer imagens divinas] é uma coisa que veio mais tarde, por volta dos séculos 8 a.C. ou 7 a.C.", afirma ele. "Antes disso, a prática do politeísmo [adoração a vários deuses] no Templo de Jerusalém deve ter acontecido normalmente.". O próprio Tabernáculo dá indicações da associação do culto israelita com deuses dos cananeus, moradores politeístas da região que se tornaria Israel. "O principal deus cananeu, El, era retratado como morando numa tenda, no alto de uma montanha", afirma Christine Hayes, professora de Bíblia Hebraica da Universidade Yale (EUA). É uma imagem que lembra um bocado Javé, o qual ordena a construção do Tabernáculo e fala com Moisés no monte Sinai. (Para um indouto, pronto! Está ´tudo explicado´! Mas, não é bem assim... Estas associações fazem parte de uma filosofia da religião liberal, que tenta desesperadamente associar as raízes do culto hebraico às religiões circunvizinhas para desprovê-la de qualquer autoridade sobrenatural. Aceitando estas inferências, admitimos que a Bíblia é falsa, o que destrói a crença cristã. As imagens de ´Querubins´ (´Kiruv´, em hebraico), primeiramente, não eram OBJETOS DE CULTO, mas OBJETOS DO CULTO a Deus. Em hipótese alguma deveriam ser adoradas. Em segundo lugar, devemos ler as Escrituras para podermos observar qual era a correta visão dos israelitas sobre tais seres: O profeta Ezequiel descreve estas figuras, ´querubin´, no capítulo 1:4-14. Primeiramente, as figuras vistas por Ezequiel eram de ´seres viventes´ que possuíam 4 rostos: de boi, de homem, de águia e leão. No capítulo 10, Ezequiel faz uma intercambiação destes nomes, quando ele descreve os ´seres viventes´ novamente. O profeta afirma que eles tinham (vs. 14): "...rostos de homem, leão, águia e ´querubim´". Ou seja, por associação, podemos observar que chamavam-se aos ´bois alados´ de querubins. A tradição de se chamarem querubins, contudo, é a cerne do problema. Os liberais da atualidade admitem que a influência assírio-babilônica esteve presente nos primórdios da civilização hebraica, sob a forma da veneração a "Kirabu", um deus touro-homem babilônico. Contudo, é mais provável que o nome esteja ligado à palavra semítica "karabu", que quer dizer "ser bendito, santo". Esta associação a bois alados nada significa, pois observe hoje: muitos cultuam os "anjos", os seres viventes com formas humanas descritos em toda a Bíblia. Os gnósticos cultuavam a anjos, e várias seitas modernas esotéricas têm esta prática. Contudo, não se pode dizer que o início do cristianismo era ´politeísta´, em hipótese alguma. A interpretação da história, sob a ótica filosófica liberal, é parcial e não observa o peso das evidências. Se as histórias bíblicas, desde Moisés, alertam o povo quanto à idolatria e ignorância, como o Tabernáculo do Testemunho foi, originalmente, um lugar de adoração politeísta? Como as ´tradições posteriores´, de 800 ou 700 a.C., apelaram ao monoteísmo, se a base do mesmo está na Lei, cerca de 1400 a.C.? Isto é não olhar as evidências. Grifo nosso. Fica claro que o polieteísmo, pelas Escrituras, é um desvio do conhecimento de Deus. As formas com que os homens imaginaram divindades, formando-as de acordo com as suas experiências, não se encontram na Bíblia, que é trabalhada com as intervenções de Deus no dia a dia dos hebreus, como fatos históricos, presenciados por milhares ou milhões de pessoas. Estas asseverações não são feitas nas crônicas dos povos vizinhos a Israel, de suas divinidades para consigo. Somente Israel relata, com subsídios históricos de feitos e atos confirmados pela Arqueologia, a história da revelação de Deus como um ato concretizado na História. Grifo nosso.).

Paradeiro desconhecido
O paradeiro da Arca não é conhecido desde pelo menos o ano 587 a.C., quando os babilônios, comandados pelo rei Nabucodonosor, conquistaram Jerusalém e destruíram o Templo, em cujo Santo dos Santos o objeto era abrigado. Surgiram inúmeras lendas: o profeta Jeremias teria escondido a Arca no Monte Nebo, na atual Jordânia; ou o objeto até teria sido levado para a Etiópia por Menelik I, suposto filho do rei Salomão e a soberana etíope conhecida como Rainha de Sabá.

"O que sabemos é que esse tipo de objeto, oriundo dos templos de nações conquistadas, eram levados embora pelos conquistadores", afirma Reimer. Não dá para saber se, por exemplo, o ouro teria sido reaproveitado pelos babilonios, enquanto a Arca em si teria sido destruída. Reimer sugere cautela sobre o excesso de ceticismo nesse aspecto. "A arqueologia já descobriu indícios de objetos considerados lendários antes. Eu não descartaria que uma bela arca dourada fosse encontrada algum dia."

Fonte: G1

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

7 comentários:

Anônimo disse...

''encimavam''?DEPOIS DISSO NÃO LI MAIS NADA .

Anônimo disse...

''encimavam''?DEPOIS DISSO NÃO LI MAIS NADA .

Anônimo disse...

Caro Anônimo, qual o problema com o uso do verbo "encimar" citado em seu comentário. Ele está correto do ponto de vista sintático e semântico. Além disso, uma incorreção gramatical (inexistente nesse caso) não deve invalidar um tema tão interessante.

mauro disse...

ótimo texto,sou adventista e acompanho o seu blog diariamente, parabéns irmão.

Fernando disse...

Vc se acha muito inteligente não é anonimo Pr Arthur não se deixe desanimar com esses comentários irrelevantes o artigo esta uma benção. meu nome é Fernando César.

Antonio disse...

Shalom Adonai Pr.Athur.
Estou a basicamente 4 horas diante de seu blog, lendo sua matérias.
Deus seja louvado pela sua vida.
Adoro tudo que escreveste e que pude ler, é claro.
Pastor conceda-me o seu e-mail.
Sou o Antonio, faço parte do Ministério Batista Vale de Bênção -Fortaleza-CE.
Sou presinde de uma ong.
Quanta honra é ter vc por aqui
Deus abençoe!
Como diz aqui no Ceará: "Manda mais papai!"

Unknown disse...

Olá, Antônio. Obrigado pelas palavras. De qual ONG você é presidente? Peço-lhe que indique o nosso blog aos seus contatos para que mais pessoas tenham acesso à informação, análise e opinião, sob uma perspectiva genuinamente cristã. Glória a Deus! Meu e-mail é artur_eduardo@yahoo.com.br. Grande abraço.

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