Adaptado por Artur Eduardo
Um jazigo no Cemitério Ana Rosa de Paula, em Jaú, interior de São Paulo, tem um novo habitante. E esse personagem coleciona uma história que movimenta o município com pouco mais de 125 mil habitantes. Ao contrário dos outros 80 mil enterrados em mais de dez mil sepulturas, o pedreiro e armador de ferragens Nelson Alves, 58 anos, não está morto. Ele está vivo e, há cerca de seis meses, mora dentro do túmulo da família, junto com o pai, a mãe e uma irmã já falecidos.
Alves não sabe o dia exato em que teve a idéia de trocar o banco de uma praça da cidade por uma das cinco gavetas vazias da sepultura. "A minha irmã morreu há alguns meses e, desde então, passei a morar na rua. Como na praça só tinha gente usando droga e eu não sou disso resolvi vir morar aqui no cemitério porque isso aqui me pertence", diz o pedreiro que também abandonou a profissão e aguarda a aposentadoria.
A cena intriga. O jazigo tem oito espaços para comportar os mortos da Família Alves. No lado direito estão enterrados debaixo para cima: sua mãe, seu pai e a irmã. "Eu durmo aqui em cima da minha irmã", brinca Alves, que, inclusive, tem apenas um irmão vivo e morando no asilo municipal. "Se ele morrer antes que eu, vai ficar na parte debaixo do túmulo porque esse espaço aqui (a última gaveta do lado direito da sepultura) é meu."
Admitindo problemas com a bebida, Alves afirma tomar várias doses de pinga ao dia. A cachaça, inclusive, foi uma das responsáveis pelo fim do casamento há quase 30 anos. "Eu tive dois filhos que não vejo faz tempo. A menina pelo que eu sei virou advogada, mas nunca mais vi ninguém deles ou qualquer outro parente. Como não tenho ninguém fico aqui mesmo com meus pais e minha irmã mortos", diz.
O administrador do cemitério, João Fernandes Coelho Silva, lembra que Alves pertencia a uma família conhecida da cidade, mas, depois de perder os pais, os parentes mais próximos o deixaram de lado por ele sofrer com a bebida. "Era um bom trabalhador. Ele esteve na construção da Rodoviária e de outros prédios públicos da cidade", diz Silva, que conhece a vida do "inquilino". "Ele tem mais de 20 anos de carteira de trabalho assinada.".
Para ler a notícia na íntegra, clique AQUI.
NOTA: Que poder escravizador é este, que faz com que a pessoa possa e saiba identificá-lo em si mesmo, mas acomode-se de uma maneira, no mínimo estranhíssima, ao mesmo? Que força usurpadora do bem e da dignidade humana é esta que, a exemplo de Nelson Alves, faz com que os homens caminhem desfigurados para lugar nenhum? Que prisão terrível é a prisão do vício. Quão libertadora, contudo, é a perspectiva de vida nos oferecida por Jesus Cristo! Oremos por Nelson. E que alguém chegue-se a ele levando esta nova perspectiva para que ele deixe o fundo do poço.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário