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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A eterna luta contra as drogas sem uma solução aparente

DENÚNCIAS CONTRA O TRÁFICO DE DROGAS, EM SÃO PAULO, CRESCEM 21,4%, E DE ACORDO O INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE O CRIME (IBCCRIM), ´A FORÇA DO TRÁFICO VEM DA CARÊNCIA DO GOVERNO DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUE CONTEMPLEM O EMPREGO, A CULTURA E O LAZER´.... (QUE NOVIDADE!...)



O primeiro semestre deste ano teve um aumento recorde de denúncias sobre tráfico de drogas em São Paulo. Entre janeiro e julho, o Disque Denúncia (181) foi acionado 26.694 vezes com informações sobre o comércio de cocaína, maconha, crack e ecstasy. O número é 21,4% superior ao registrado no mesmo período de 2007, quando foram 21.988 casos. O crescimento foi o maior registrado nos últimos cinco anos. Desde 2003, a evolução de um ano para outro nunca havia ultrapassado a casa dos 17%.

O mapeamento do Instituto São Paulo Contra a Violência, administrador do 181, revela que o "epicentro" das denúncias está em três cidades. A divisão por municípios, feita a pedido da reportagem, indica que 36% dos telefonemas anônimos partiram da capital paulista. Em segundo lugar vem Sorocaba, no interior, com 4% dos casos, seguida por Guarulhos, na Grande São Paulo, com 3%.

A concentração de 43% das notificações em três regiões do Estado expressa que o tráfico obedece às leis de mercado, avalia o coordenador de Projetos do instituto, Paullo Santos. "O traficante não doa, ele vende droga. Por isso, ficará concentrado onde o poder de consumo é maior", afirma.

O sociólogo Marcelo Batista Neri, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, concorda que a radiografia do Disque Denúncia pode mensurar onde o tráfico tem atuação. Já o diretor administrativo do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), delegado Luiz Carlos Magno, afirma que a denúncia tem a ver com a relação da população com o comércio de drogas. "Infelizmente, o tráfico é estabelecido de forma sistêmica em todo Estado. Avalio que a concentração de denúncias nessas cidades é reflexo da conscientização dos moradores", diz o Magno.

Crime organizado
Um outro argumento para o fôlego do tráfico nas denúncias é a migração do Primeiro Comando da Capital (PCC) para esse crime. "De quatro anos para cá, a facção deixa de trabalhar com o roubo de carga, por causa da informatização das empresas, e entra com tudo no tráfico de drogas", afirma Marisa Ferffeman, psicóloga e estudiosa do crime organizado. "O PCC sabe onde estão todas as bocas e tem o controle de tudo isso. De algo dividido, como era antes com os microtraficantes, passa a ser centralizado", completa ela, ao citar que uma das ferramentas da facção é conquistar o jovem que se sente excluído da sociedade (leia entrevista abaixo).

O combate a um crime tão complexo faz Renato De Vitto, presidente da comissão de segurança do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (Ibccrim), afirmar que a linha de atuação precisa ser diversa. "É preciso pensar na prevenção geral, que não se exaure na oferta de tratamento ao dependente, nem no aumento da repressão policial", afirma. "A força do tráfico mostra que estamos carentes de políticas públicas integradas, que precisam contemplar o emprego, a cultura e o lazer."

Os números de boletins de ocorrência sobre apreensões de entorpecentes e de traficantes também estão em alta. Entre janeiro e junho, foram 21.034 boletins registrados em delegacias em São Paulo, frente a 15.399 nos mesmo intervalo de 2003 - um acréscimo de 38,3%. "A denúncia caminha ao lado da ação policial. É uma das armas mais preciosas da investigação", afirma o delegado Magno,do Denarc.

Estratégias
O Disque Denúncia é a estratégia de segurança adotada por Sorocaba que, apesar de concentrar 1,4% da população paulista (cerca de 580 mil moradores), é uma das líderes de denúncias. Durante o ano, são feitas campanhas sobre a importância de denunciar, informa o secretário de Governo do município, Maurício Biazotto Corte. "É fundamental que a população veja respostas para que a denúncia não caia em descrédito", afirma.

Já em Guarulhos, terceiro em denúncias, as crianças entre 9 e 11 anos da rede municipal de ensino fazem um curso de nove semanas sobre a ação dos traficantes. Os pais também participam. "Percebemos que os pais querem falar com os filhos sobre drogas, mas não têm conhecimento", explica Tomaz Roberto Oscar, coordenador do projeto. Desde 2003, já freqüentaram o curso 3 mil crianças. A meta é chegar a 7 mil.

Fonte: Estadão

NOTA: Será que é preciso um curso de Sociologia, especializações em Antropologia Social ou mestrados em Psicologia e Filosofia para que as pessoas digam o óbvio? É claro que estamos carentes de políticas públicas que contemplem os brasileiros, há tempos.... A questão não é mais apontar os erros ou que falta fazer, mas fazer o que falta!! Enquanto ficarmos apenas na demagogia inócua, mais famílias serão destruídas, mais jovens perderão suas vidas banalmente, mais mães chorarão as mortes dos seus filhos, mais policiais morrerão, mais descontrole social, ad aeternum! O governo não deveria se preocupar em projetos como o ´Escola Aberta´, que abria as escolas públicas para capoeira (?!?!?!?), teatro e outras práticas inócuas que, no muito, eram points para que jovens desocupados se encontrassem para compartilharem drogas e entregarem-se à licensiosidade. O que precisa ser feito é, de fato, um política de reformulação penal completa, pois como estamos em um caos social, a repressão eficiente é um passo emergencial, e precisa dar certo!! Com traficantes e assassinos cumprindo frações de suas penas, por ´n´ motivos; sendo agraciados com indultos, anistias, juízes coniventes e bem generosos no afrouxamento de penas, o Brasil continuará como um país cujas leis penais são um verdaeiro incentivo às práticas delituosas. Depois disto, são necessárias leis que visem uma mudança para um tempo realista: Logo prazo! Não se mudará a história do Brasil nesta geração, sejamos realistas! Mas a próxima geração pode se beneficiar um pouco do que plantarmos agora. Um programa mais efetivo no compartilhamento de informações entre governo e população; a fomentação de uma política séria de cultura que alcance eficazmente a população geral; tudo isto aliado a um emergencial sistema de repressão policial e eficácia do sistema penal do país são medidas que, com certeza absoluta, poderiam não parar, mas freariam muito o avanço e a força do tráfico de drogas. Disto, todo mundo sabe. E, como dissera, não são precisos Ph. D´s para dizerm à população aquilo que é óbvio, que está bem debaixo de nossos narizes!

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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