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Até agora, o projeto já detectou mais de 200 milhões de objetos celestes e ajudou a confirmar que uma energia misteriosa -a energia escura- está realmente acelerando a expansão do Universo. Também ajudou a rastrear os vestígios de galáxias que se chocaram com a Via Láctea no passado. O astrônomo gaúcho Marcio Maia, do Observatório Nacional, compara o SDSS a "um boi com muito filé mignon". É tanta informação, diz, que é impossível digerir toda essa carne. E os sócios do clube, claro, têm prioridade de acesso aos dados. "Eles comem o filé e deixam o pescoço", compara Maia.
Na terceira fase do SDSS, que acaba de começar e vai até 2014, uma dúzia de astrônomos brasileiros de quatro instituições ganhou o direito de também sentar à mesa. O ingresso na parceria custou ao Observatório Nacional US$ 900 mil, e o trabalho envolverá pesquisadores das universidades federais do Rio, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Os cientistas vão atacar três grandes questões: a energia escura, a composição química da Via Láctea e a estrutura e formação dos sistemas planetários extra-solares. Este último estudo envolverá o mapeamento de 11 mil anãs-vermelhas, estrelas pouco brilhantes que até recentemente eram desprezadas pelos astrônomos, mas que ultimamente têm se revelado promissoras para a busca de outros mundos. Além de observações astronômicas, como a de planetas gigantes, a terceira fase do SDSS vai estudar cosmologia.
Os cientistas querem medir a velocidade das galáxias e ampliar o mapeamento já feito nas fases anteriores do projeto -usando, por exemplo, o infravermelho, que permite enxergar através de poeira e gás. A idéia, segundo Maia, é cercar os modelos teóricos que prevêem como o Universo funciona. "Os modelos terão de reproduzir a distribuição de galáxias observada", diz. Saber isso é importante, porque esses modelos são alimentados por propostas teóricas do que poderiam ser as misteriosas matéria escura e a energia escura, que respondem pela maior parte da composição do cosmo, mas que ninguém sabe o que são. Replicar o funcionamento do Universo usando tais modelos significará que os cientistas estão no caminho de decifrar o mistério.
Fonte: Folha On-line
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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