Nos livros, meninos usam sandálias cor-de-rosa, meninas querem ser bombeiros e cientistas quando crescerem, e papai não é necessariamente quem sai para trabalhar enquanto a mamãe fica em casa cuidando do jantar. "Nosso objetivo é dar às crianças a liberdade de criar sua própria identidade, sem padrões pré-concebidos e sem preconceitos de sexo, raça e sexualidade", disse à BBC Brasil a escritora Karin Salmson, co-fundadora da editora Vilda.
Nestas novas coleções infantis, as crianças também podem ter dois pais ou duas mães - casais do mesmo sexo aparecem em vários livros -, ou ser filhos de mães solteiras. “Famílias com pais gays, mães solteiras e crianças adotadas também são famílias normais. Temos várias assim na Suécia, mas esta realidade não está refletida nos livros infantis. Mostrá-las em histórias nas quais o enredo não é simplesmente sobre famílias gays ou mães solteiras demonstra que essas famílias existem, que são normais e que precisam ser aceitas”, enfatiza Karin Salmson, que acaba de lançar uma coleção de seis livros infantis.
Sapatos cor-de-rosa
No livro Magic, Cilla&Baby, de Eva Lundgren, o menino Kasper é ruim de bola e o garoto Olle gosta de maquiagem, enquanto a menina Inger é famosa por seus gols de placa no hóquei e a amiga Ellinor passa os dias tocando guitarra elétrica. Em Sandaler (Sandálias), o personagem Imannuel é um menino que adora seus sapatos cor-de-rosa. "Queremos quebrar as regras rígidas que determinam o que um menino e uma menina devem ser ou fazer, e ampliar os horizontes da criança", acrescenta a co-fundadora da editora Vilda, que é casada e tem três filhos.
A Vilda e outra editora menor, chamada Olika, foram lançadas no ano passado com a meta declarada de promover os valores liberais da Suécia entre a nova geração. A filosofia das editoras reflete em grande parte as atitudes na Suécia, considerado um dos países mais avançados e liberais em questões de igualdade sexual e direitos de minorias. Mas alguns críticos estão questionando os métodos adotados pela Vilda e a Olika. Um dos ilustradores da Olika, Per Gustavsson, criticou publicamente a solicitação da editora para mudar a cor da camiseta de uma menina, que na ilustração original era cor-de-rosa.
Valor literário
No jornal Svenska Dagbladet, a crítica literária Lena Kåreland reconheceu que as novas coleções infantis estão despertando interesse, e que livros que questionam os papéis atribuídos aos sexos exercem uma função importante. Mas ela adverte que a ânsia de fazer livros “politicamente corretos” não deve comprometer a qualidade literária.
“Simplesmente trocar os papéis e colocar os homens atrás do fogão e mulheres ao volante do carro não significa alcançar mudancas profundas. O risco de contar uma história de caráter moralizante é grande”, enfatizou Lena em sua coluna no jornal.
A crítica literária do jornal Dagens Nyheter foi mais ácida: “Para estas editoras, os seus valores são sua prioridade principal, e na minha opinião esta é simplesmente uma abordagem errada para fazer bons livros infantis”, disse Lotta Olsson.
“Se o objetivo de uma história infantil é promover uma idéia e alterar as atitudes e o comportamento das crianças, os lados artístico e literário do livro tendem a sofrer”, acrescentou ela. Para Karin Salmson e a co-fundadora da editora Olika, Marie Tomicic, as críticas demonstram um ”elitismo cultural” que não reflete a ampla aceitação que os livros estão obtendo entre os pais. “Os críticos falam de qualidade literária como se qualidade fosse algo estático. Mas a qualidade pode ser alcançada de diversas maneiras. Queremos mostrar às crianças que o mundo pode ser muito maior do que elas pensavam”, diz Karin Salmson.
Fonte: BBC
NOTA: Que coisa triste... Pobres crianças, filhas de uma sociedade sem referenciais, que caminha tenazmente para o fim concreto como ilustrado por aquela premissa falaciosa: "É proibido proibir". Oremos pelas crianças suecas e pelo que resta da Igreja, ali, para que pare de envergonhar o Senhor Deus e começe a tirar o pó da letargia de sobre as cabeças dos que a fazem.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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