As cidades brasileiras são as que apresentam a maior disparidade de distribuição de renda no mundo, segundo o relatório anual do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-Habitat). O documento Estado Mundial das Cidades 2008/2009, apresentado nesta quarta-feira, cita o desemprego e o declínio dos salários nas áreas urbanas como algumas das razões para esse desempenho.
O relatório utiliza o coeficiente Gini (indicador que mede a concentração de renda de um país e indica desigualdade maior à medida que se aproxima de 1) para medir o nível de igualdade das cidades. "A Colômbia e o Brasil são os dois países na América Latina com o maior coeficiente de Gini", disse à BBC Brasil a diretora do escritório regional para América Latina e Caribe do UN-Habitat, Cecília Martínez Leal. "Várias cidades brasileiras apresentam coeficiente de 0,6, quando a linha de alerta internacional está em 0,4", disse Martínez Leal. Entre as cidades com altos índices de desigualdade, ela cita São Paulo, Brasília e Fortaleza.
O fenômeno, no entanto, não é exclusivo da América Latina. De acordo com o documento, grandes cidades americanas, como Atlanta, Washington, Miami e Nova York registram níveis de desigualdade iguais aos de cidades africanas, como Nairóbi, ou latino-americanas, como Buenos Aires. Segundo o relatório, as cidades com maiores níveis de igualdade estão localizadas na Europa, mas Pequim, na China, é considerada a cidade com maior nível de igualdade no mundo.
"A desigualdade representa uma ameaça dupla", disse Martínez Leal. "Tem um efeito amortecedor sobre o crescimento econômico e cria um ambiente menos favorável aos investimentos", afirmou. Segundo a diretora, a desigualdade faz com que os novos investimentos em serviços sigam favorecendo os mais ricos. Para Martinez Leal, para fugir a essa tendência é necessário que as políticas locais sejam dirigidas às zonas de exclusão.
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DEPOIS DA PROPAGANDA SOCIAL-DEMOCRATA E ESQUERDISTA FEITA, EXAUSTIVAMENTE, PELA ´ONU´, LEIA ESTAS INFORMAÇÕES QUE DESMENTEM, NA ESSÊNCIA, PARTE DA ´REALIDADE´ MAQUIADA EM TORNO DE CENTRO MUNDIAL SOCIALISTA CHINÊS. MATÉRIA DO JORNAL ´O ESTADO DE SÃO PAULO´
Howard W. French, (The New York Times, Yangmiao)
Adaptado por Artur Eduardo
Quando adoece, em vez de comprar medicamentos modernos, Li Enlan, de 78 anos, colhe ervas do bosque que cresce nas redondezas. Mas isso não se deve a uma escolha filosófica. Ela nunca consultou um médico e, como muitos moradores dessa região, vive numa escassa economia de troca, raramente tendo contado com dinheiro vivo. “Comemos alguma coisa, mas nunca o suficiente”, disse Li. “Ao menos não estamos morrendo de fome.”
Nessa região da província de Henan, no sul, num vilarejo após o outro, as pessoas são tão pobres que não têm aquecimento nas suas casas no inverno e a muitas falta água encanada. Os telefones celulares são vistos como um luxo inacessível. É freqüente as pessoas começarem uma conversa com uma frase que ainda é comum na China de hoje: “Somos pobres”. Nas últimas décadas, a China tirou mais gente da pobreza do qualquer outro país , mas a persistência da penúria em lugares como Henan se encaixa nas conclusões do estudo do Banco Mundial que indica que ainda existem 300 milhões de pobres na China - o triplo do que o banco calculara anteriormente.
A pobreza é mais grave nas periferias geográficas e sociais - nas regiões montanhosas, nos desertos que circundam o país, nas áreas dominadas por minorias étnicas que, por razões culturais ou históricas, se beneficiaram menos do que outras da duradoura ascensão econômica da China. Mas também persiste em locais como Henan, onde a densidade populacional está entre as maiores da China e a nova riqueza da costa, que vive um surto de alto crescimento, acena, quase zombeteiramente, como uma mera província distante.
“Henan é a província mais populosa do país, com cerca de 100 milhões de habitantes, e a terra lá simplesmente não consegue sustentar essa população”, disse Albert Keidel, membro sênior da Carnegie Endowment for International Peace e um especialista na pobreza da China. “Deveria ser um celeiro, mas sempre houve uma grande discriminação contras as áreas que vivem do plantio de cereais na China, pois o lucro que se consegue obter por hectare de terra plantando vegetais ou criando peixe em cativeiro ou extraindo petróleo é muito maior.”
Outros especialistas dizem que Henan e outras partes do coração densamente habitado da China muitas vezes são excluídas do apoio financeiro que vai para as áreas costeiras e que as medidas de combate à pobreza ali são de pouca eficácia. Os moradores dessas regiões dizem que, geralmente, autoridades locais corruptas se apropriam do dinheiro a eles destinado, embolsando-o ou desviando-o para investirem em negócios.
Paradoxalmente, eles são deixados de lado, precisamente por causa de sua proximidade com os principais centros econômicos do leste, obrigados a cuidar de si mesmos, segundo a teoria de que podem se virar com os recursos enviados para casa pelos trabalhadores migrantes.
“A política anterior de alívio da pobreza concentrou-se mais na regiões ocidentais da China, como Gansu, Qinghai ou Guizhou, que eram mais pobres”, disse Wang Xiaolu, vice-diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica, uma organização não-governamental de Pequim. “Além disso, a situação nas regiões fronteiriças é mais complicada, porque, se as coisas forem mal lá, isso se converte em mais que um problema de pobreza. É por isso que a política tendeu para eles.”
Aqui, no condado rural Gushi, em Henan, somente 73 mil pessoas dos 1,4 milhão agricultores ficam abaixo do nível oficial de pobreza, ou seja, têm um rendimento inferior a US$ 94 ao ano, valor que supostamente deve ser suficiente para cobrir as necessidades básicas, incluindo a manutenção de uma dieta diária de 2 mil calorias. “Devemos ter em mente que esse padrão de pobreza é muito baixo”, disse Wang.
Muita gente dessa parte de Henan subsiste com um rendimento entre a linha oficial de pobres e o padrão diário de US$ 1 há muito tempo usado pelo Banco Mundial. No mês passado, a estimativa do Banco Mundial do número de pessoas pobres na China triplicou, passando de 100 milhões para 300 milhões, depois que um novo levantamento de preços alterou o quadro daquilo que se pode comprar com US$ 1.
“A diferença de rendimento diário entre US$ 1 e US$ 2 é um número enorme de pessoas, digamos, 450 milhões”, disse Khalid Malik, representante residente do Programa de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas em Pequim.
Os camponeses daqui são os primeiros a dizer ao visitante que, seja o que for que digam os números, eles continuam mergulhados numa profunda pobreza. Aldeões de todo o país disseram que as várias medidas recentes, altamente propagandeadas pelo governo central, para melhorar a sorte dos camponeses produziram apenas um efeito modesto sobre a vida deles. Isso inclui a abolição de impostos agrícolas para os camponeses, revogação da cobrança de matrícula escolar para seus filhos e novos planos de pensão e assistência médica, que, no papel, parecem ser mais generosas para os agricultores pobres. Entretanto, uma vez que os camponeses daqui praticamente não têm contato com dinheiro, a isenção de impostos é, em grande parte, irrelevante. Muitos disseram que, mesmo com a revogação das matrículas escolares, eles ainda estarão espremidos por uma proliferação de outras taxas escolares. Da mesma forma, disseram outros, as taxas de participação põem os planos de pensão e seguro de saúde rural fora do alcance financeiro deles.“Somos extremamente pobres”, disse Zhou Zhiven, uma mulher de 55 anos que mora em Yangmiao numa casa de tijolos, o que a distingue como em melhor situação do que a maioria das pessoas que ainda vivem em estruturas de barro. “Plantamos apenas o necessário para nosso sustento, sem nenhum excedente de grãos. Não precisamos mais pagar o imposto sobre os cereais, mas nossa vida não está muito melhor.”
Perguntada como consegue viver, Zhou responde que recebe ajuda ocasional de parentes que migraram para outros lugares para trabalhar. “Se as pessoas vivessem bem na sua casa, quem ia querer migrar?”, disse ela. “Todos os nossos jovens estão trabalhando em outros lugares.”. Para muitos aldeões, o governo central está desconectado das realidades rurais em lugares como este. E o governo local está repleto de funcionários públicos venais que despejam o dispêndio destinado aos agricultores pobres em cidades provinciais ou simplesmente se apropriam do dinheiro.
Fonte: Estadão
NOTA: Você não se pergunta por que cidades (províncias) com 100 milhões de pessoas ´curiosamente´ não entraram em tais relatórios? Em janeiro deste ano, segundo as fontes publicadas no The New York Time, o número de pobres havia triplicado na China. Contudo, o relatório aparece com números fantasmagóricos, nos quais se observa uma clara apologia ao medelo esquerdista e social-democrata ainda vigentes. Soa quase como um aviso: "A ´crise´ pela qual estamos passando é o colapso do capitalismo, ok, presidenciáveis?". Há, contudo, muito mais do que mera paixão ideológica. Há uma luta real pela estatização dos processos que envolvam controle de crédito, depois da ´sangria´ do calote das hipotecas, incentivado por planos de financiamento insustentáveis e assistencialistas, promovidos pelos democratas que, como bem disse o Olavo de Carvalho, hoje condenam o mesmo sistema. Ninguém, incrivelmente, pergunta porque a União Soviética faliu. Talvez a resposta a esta e outras perguntas, inclusive sobre o já ´esgotado´ sistema chinês, você encontre clicando AQUI.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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