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terça-feira, 7 de outubro de 2008

FMI: Pior momento da crise financeira global ainda não chegou

FMI CLASSIFICA O ATUAL MOMENTO DE CRISE FINANCEIRA COMO "SEM PRECEDENTES"




Assembléia de Governadores, órgão máximo do FMI.

Um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere que o pior da atual crise financeira global ainda está por vir. O documento, intitulado Estabilidade Financeira Global, afirma que o sistema financeiro atravessa o que o FMI classificou como “um período de turbulências sem precedentes” e prevê que bancos em todo mundo continuarão a registrar fortes perdas.

O FMI ressaltou a determinação dos governos em responder aos atuais desafios, mas disse que "a restauração da estabilidade financeira se beneficiaria de um comprometimento coletivo das autoridades, que devem tratar o problema com eficiência". Para o diretor do fundo, Dominique Strauss-Kahn, "o tempo das soluções à conta gotas chegou ao fim". "Eu peço aos legisladores que tratem esta crise com medidas abrangentes que restaurem a confiança no setor financeiro. Ao mesmo tempo, os governos nacionais devem coordenar de perto esses esforços para trazer de volta a estabilidade do sistema financeiro internacional."

EUA: Epicentro da crise
Na avaliação do FMI, ficará cada vez mais difícil para as instituições bancárias abastecerem seus caixas com capital proveniente de acionistas ou de fundos de investimentos estatais baseados na Ásia ou no Oriente Médio.

Vista de Wall Street, centro financeiro dos EUA.

Com a crise do crédito e a confiança em baixa, os bancos enfrentarão dificuldades para captar capital, o que significa que governos terão de se envolver cada vez mais em operações de resgate, como a que salvou os bancos hipotecários americanos Fannie Mae e Freddie Mac.

O relatório do FMI demonstra apoio às linhas gerais do pacote de ajuda econômica de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso americano na semana passada, mas ressalva que os “detalhes de sua implementação serão cruciais para seu sucesso”. O estudo diz que os Estados Unidos continuam no "epicentro da crise" e que o declínio contínuo no mercado imobiliário americano e a desaceleração da economia global devem aumentar o número de inadimplências de hipotecas e de outros tipos de empréstimos.

O FMI estima que as perdas nos Estados Unidos originadas de empréstimos e outros produtos financeiros devem chegar a US$ 1,4 trilhão, um aumento significativo em relação aos US$ 945 bilhões estimados no relatório divulgado em abril deste ano. Para a instituição, os mercados emergentes estão correndo sérios riscos e países do leste europeu também poderão ser seriamente atingidos diante do grande número de empréstimos hipotecários concedidos por bancos a pessoas de baixa renda.

O relatório faz algumas recomendações com objetivo de tentar ajudar as autoridades a resgatar a confiança "nessas circustâncias excepcionais". Entre elas estão respostas rápidas, por parte dos governos, aos primeiros sinais de perdas no setor financeiro como forma de evitar "repercussões sistêmicas", e a garantia de que intervenções governamentais de emergência sejam temporárias e que os interesses dos contribuintes sejam protegidos.

Fonte: BBC

NOTA: Oremos pelo atual momento de criso global. Ninguém sabe, ao certo, as implicações imediatas e mediatas de uma crise com esta, classificada como "sem precedentes". O Fundo Monetário Internacional não está sozinho nesta avaliação. Ontem, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que "estamos passando pelo momento mais agudo da crise", do que, observe, o FMI discorda. É óbvio que as palavras do Ministro tentam arrefecer os ânimos dos investidores internacionais no Brasil, mas com certeza a situação está descontrolada. Pergunto, porém: Para onde está indo este capital internacional? Se bancos ocidentais estão quebrando, conjuntamente, não faz sentido pensarmos que seus investidores (pelo menos, grande parte dos mesmos, ou até a maioria) não seja dos países que estão vendo suas bolsas despencarem 10%, 12% ou 15%. Estarão os fundos convergindo para o Oriente? Será este um plano sincronizado de retirada de capital de várias instituições que lidam com fundos de aplicações, portanto financiam bancos no mundo todo? Bancos financiam comércio (observe, até para quem não há crédito, atualmente) e indústria (que ainda não está sentindo forte os efeitos do corte do crédito). Os países emergentes são os devem sentir mais, pois precisam de sua indústria ´aquecida´ como nunca, para que haja exportações. E assim, como disse o próprio Ministro da Fazenda, ontem, vemos o mercado "travado". O capital, contudo, está indo para a algum lugar. Qual?

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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