"HAKANI", FILME FINANCIADO PELA MISSÃO ´JOCUM´ E PRODUZIDO PELA ONG ´ATNI´, ENCENA DE FORMA DRAMÁTICA A PRÁTICA DE INFANTICÍDIO POR PARTE DE ALGUMAS TRIBOS NO BRASIL. CONTROVERSO E ACUSADO PELA ´FUNAI´ DE SER "EXAGERADO" É O GRITO DE DESESPERO, NÃO DE ÍNDIOS OU BRANCOS, MAS DE PESSOAS PELO DIREITO À VIDA!
Ela foi enterrada viva porque seu povo achava que ela não tinha alma. Foi desenterrada por seu irmão no último momento. Depois disso, foi obrigada a viver banida de sua tribo por três longos anos até que a enfermidade e a rejeição a levaram mais uma vez para à beira da morte…
Esta é a história de Hakani, uma das centenas de crianças destinadas a morrer a cada ano entre os mais de 200 povos indígenas brasileiros. Deficiência física ou mental, ser gêmeo ou trigêmeo, nascer de uma relação extra-conjugal - todas essas são consideradas razões válidas para se tirar a vida e de uma criança. Um número crescente de indígenas estão se levantando para combater essa prática.
Mas quando eles procuram ajuda de algumas autoridades brasileiras, eles ouvem que as leis nacionais e internacionais não se aplicam às suas crianças, e que preservar a cultura é mais importante que preservar vidas individuais. Essas atitudes vão claramente contra a Constituição Brasileira e contra a legislação internacional, que declaram que os direitos da criança jamais podem ser sacrificados pelo bem do grupo. Apresentando sobreviventes do infanticídio, assim como aqueles que os resgataram, Hakani é um documentário dramático que conta a história verdadeira da jornada de uma menina em busca da liberdade e a luta de um povo para encontrar uma voz – uma voz pela vida.
Origem "escusa"
A Funai considerou “escusa” a origem do filme e teme a generalização inadequada de uma tradição indígena. A fundação admite acionar a Polícia Federal para investigar a legalidade da realização do trabalho. Encarregada pela tutela dos indígenas brasileiros, a direção da entidade entende que a questão abordada pelo vídeo precisa ser tratada em uma ampla discussão sobre os direitos humanos universais e a relatividade cultural deles, envolvendo governo, organizações indígenas e a sociedade em geral. A Funai conhece a pratica, mas garante que não é comum a todas as etinias e, mesmo entre as que ainda a adotam, já há alternativas de adoção das crianças doentes por outras famílias para evitar as mortes.
Participações
Além das cenas na suposta aldeia Suruwaha, o documentário mostra depoimentos do juiz Renato Mimessi, de Rondônia, defendendo a campanha. Também aparece nas cenas o deputado Francisco Praciano (PT-AM), declarando, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos, que a Constituição brasileira não foi feita para índios. O congressista reclamou. Segundo ele, a campanha agride a cultura indígena. “A prática indígena assusta o homem das cidades. Mas também assusta a interferência de entidades religiosas que querem alterar a cultura dos povos indígenas, criminalizando uma prática que ainda não sabemos entender”, protestou.
NOTA: Pergunto-lhe, caro leitor: Se a prática fosse algo ´bobo´ou sem as implicações vultuosas que são mostradas pelos próprios índios, este documentário teria contado com a participação dos índios e teria veiculado parte da luta de líderes indígenas e membros de tribos junto aos deputados, em Brasília? Lógico que não! Não creio se tratar de uma prática isolada de uma tribo ´perdida´ no meio da selva amazônica. Creio ser algo muito mais disseminado do que se pensa e, de maneira criminosa e irresponsável, como muito ou quase tudo neste país, protegido ou mal administrado pelos governos liberais do Brasil.
Visite: http://www.hakani.org/.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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