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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Política e corrupção no Brasil e Inglaterra.... guardadas as devidas proporções

O CAOS DA CORRUPÇÃO POLÍTICA NA GRÃ-BRETANHA E NO BRASIL


Os membros do Legislativo estão sob pressão. A utilização de verbas públicas para benefício próprio, no que é descrito como abuso de regras mal definidas, abalou ainda mais a imagem de parlamentares diante do grande público. Diante disso, o governo e a oposição foram à TV dizendo que uma solução seria encontrada, mas idas e vindas adiaram uma decisão definitiva. Em meio à maior crise econômica mundial desde a década de 30, o Legislativo aparece ocupado debatendo a sua própria remuneração.

Pode parecer incrível que, com o parágrafo acima, eu esteja falando ao mesmo tempo de dois países tão distintos em termos de história, nível de desenvolvimento e poderio econômico: Brasil e Grã-Bretanha. Como se um espelho tivesse sido erguido no centro do Oceano Atlântico, num ponto equidistante entre as costas brasileira e britânica, parlamentares dos dois lados enfrentam constrangimentos semelhantes. E medidas tomadas para resolver tais problemas parecem incapaz de conter a constante perda de credibilidade do Legislativo junto ao eleitorado.

No Brasil, a Presidência da Câmara dos Deputados acaba de limitar a utilização de passagens aéreas pelos representantes do povo, proibindo que o benefício seja passado a parentes e amigos. Mas as irregularidades cometidas até agora foram perdoadas. Já aqui na Grã-Bretanha, os problemas recentes estão concentrados na ajuda fornecida aos membros da Câmara dos Comuns de fora de Londres para que tivessem uma segunda residência que facilitasse sua presença na capital durante a semana. Quando a ministra do Interior,Jacqui Smith, designou a sua casa como "segunda casa" e a casa da irmã, em Londres, como primeira, para garantir o benefício, o esquema foi bombardeado por todos os lados. O fato de o marido da ministra ter visto dois flmes pornôs em casa e colocado a conta nas despesas parlamentares da esposa não ajudou.

Como no Brasil, os parlamentares britânicos e o governo, que aqui é formado totalmente por membros do Legislativo, começaram a se mexer para mudar o sistema e melhorar sua imagem. Mas as emendas tentadas saíram, até agora, muito piores que o soneto. De início, o primeiro-ministro Gordon Brown fez o que sempre se faz nestas terras: passou a uma comissão, o Comitê de Padrões da Câmara dos Comuns, a tarefa de uma solução para o problema. Mas, antes que o comitê terminasse seu trabalho, Brown, de surpresa, apareceu sorridente num vídeo na internet com uma proposta que certamente considerava brilhante: a ajuda de custo para uma segunda casa seria substituída por um adicional no salário pago a cada dia que o parlamentar aparecesse no seu escritório em Westminster.

Não pegou bem. O país inteiro começou a dizer que os parlamentares seriam agora os únicos trabalhadores que, além do salário, ganhariam um extra apenas para dar o ar da graça no emprego. A proposa era para ter sido votada no Parlamento nesta semana, mas Brown, ao perceber que poucos o apoiariam, retirou o projeto. E também o seu time de campo, dizendo que quem cuidaria do assunto seria o tal comitê.

É lógico que temos de lembrar que, considerando-se as realidades brasileira e britânica, se tratam de grandezas bem diferentes. Se passagens aéreas de membros da Câmara dos Comuns tivessem sido usadas por amigos e namoradas de parlamentares ou jogadores de futebol, o regime parlamentar britânico estaria com os dias contados. Mas, proporcionalmente, o descrédito do Parlamento junto ao eleitorado, no Brasil e na Grã-Bretanha, é semelhante. A diferença é como os legisladores dos dois países parecem ver o problema.

Tanto aqui como no Brasil medidas estão sendo tomadas, diante da indignação popular. Mas os deputados brasileiros fizeram questão de reclamar da imprensa, que teria exagerado ao cunhar o termo "farra das passagens". Aqui os parlamentares são mais humildes, dizendo que o eleitorado tem direito de se indignar com qualquer abuso. Mas de uma realidade nenhum deles poderá fugir: em ambos os lados do Atlântico os parlamentares poderão perder seu emprego em breve, já que os dois países terão eleições gerais no ano que vem. Com base nas reações diante da exposição das crises pela imprensa, aparentemente os britânicos têm mais medo do veredicto popular.

Fonte: Blog do Editor

NOTA: Oremos para que este males sejam atenuados, em nome de Jesus Cristo. A corrupção tem um preço altíssimo, que alguém sempre paga. Infelizmente, a grandessíssima maioria será de contribuintes honestos e, em muitos casos, desguarnecidos da mínima assistência do Estado. Até quando?...

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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