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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Por falta de ´bons ícones´...

CIDADE ESTADUNIDENSE OVACIONA ENCRUZILHADA ONDE MÚSICO DOS ANOS 20 TERIA VENDIDO A ALMA AO DIABO POR SUCESSO E HABILIDADE INCOMPARÁVEL

Clarksdale é uma cidade do estado norte-americano do Mississipi, próxima à fronteira com o Arkansas e com o Tennessee. Atravessada pelo rio Sunflower, foi fundada em 1848 e esboçou sua entrada no mundo do blues no final do século XIX, recebendo grande fluxo de artistas durante a "Grande Migração" - movimento de saída dos afro-americanos sulistas em direção a norte e oeste dos EUA.

Conforme o lado urbano de Clarksdale se desenvolveu, ela se transformou na residência daqueles que seriam as maiores lendas do blues de todos os tempos. John Lee Hooker, Muddy Waters, Charlie Patton, Bukka White e muitos outros músicos desfilaram seu talento pela cidade durante as primeiras décadas do século XX.

Mas as histórias que fazem a fama local não morreram no passado. Uma estaca, fincada no cruzamento das auto-estradas 61 e 49, mostra que Clarksdale abriga a mítica encruzilhada onde o bluesman Robert Johnson (1911-1938) teria vendido sua alma para o diabo em troca de sucesso e incomparável habilidade musical. Além de placas com os números das rodovias, a estaca ostenta três guitarras cruzadas.

Fonte: Terra


NOTA: A chamada ´grande migração´ disseminou por boa parte do meio-oeste norteamricano a influência de cultos afro e mesoamericanos. Variações do vodu haitiano existiam em comunidades sulistas e, segundo alguns estudiosos, esta afluência de muitos dos adeptos destas práticas, do Sul para o Norte dos EUA, eclodiu com os muitos casos de rituais de magia negra, bruxaria e satanismo nas décadas de 40 e 50, o que inspirou filmes, romances, peças e inúmeros artigos. Um exemplo da forte influência destes cultos afro e suas variantes neste período dos EUA é o filme ´Coração Satânico´, estrelado por Robert De Niro e Mickey Rourke, ambientado na década de 50. A ligação de ícones afroamericanos do blues com religiões afro e variantes americanas não é novidade. Novidade mesmo é esta ovação a pontos míticos dos quais nenhum norteamericano deveria se orgulhar pois, mesmo que Robert Johnson tenha vendido sua alma ao diabo e obtido a ´habilidade incomparável´ que a história afirma ter ele buscado, todo o brio de seu talento vão por água abaixo, pois o que ele tinha não era dele mesmo. Mítica ou não, a história é vergonhosa para os americanos.

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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