Após um longo julgamento que se estendeu por dois anos, os organizadores da exposição “Arte Proibida”, que gerou polêmica em Moscou, foram condenados. Andrei Yerofeev e Yuri Samodurov terão que pagar multas de 150 mil e 200 mil rublos por terem “incitado o ódio religioso”. A pena – que manteve os organizadores da exposição fora da cadeia – foi fruto de uma série de protestos que incluiu ativistas dos direitos humanos, artistas, escritores e historiadores, e diplomatas estrangeiros. O ministro nacional da cultura disse que o caso não deveria ser tratado pela justiça criminal, e até mesmo um porta-voz de Kirill I, patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, declarou que a prisão de Yerofeev e Samodurov seria injusta.
Possivelmente, a Igreja – assim como o Estado russo – percebeu que as conseqüências de uma condenação mais dura a Yerofeev e Samodurov seriam danosas que e exposição em si. Mas as multas impostas trazem uma sensação de alívio e não de satisfação. Alívio, porque os organizadores da exposição – que chocou religiosos radicais pelo uso de imagens religiosas fora de contexto – não serão colocados atrás das grades, apesar de terem sido considerados culpados pelos tribunais.
O intelectual Andrei Zorin diz que a decisão foi fruto de acordos políticos, e não da justiça. Esses acordos são extremamente frágeis: se apóiam no equilíbrio de poderes e não nas regras da lei, e não descartam que a situação se repita em casos futuros. “Estou convencido de que a maioria das pessoas no Kremlin está ciente de que este julgamento foi uma loucura vergonhosa e que a Rússia não precisava de algo assim. No fim foi apenas uma multa, mas uma multa é uma multa e o fato de termos sido condenados é um diagnóstico muito ruim”, declarou Yerofeev, curador da exposição.
Fonte: Opinião e NotíciaEm Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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