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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Antissemitismo?

IDEALIZADORES DA EXPOSIÇÃO "ARTE PROIBIDA" SÃO MULTADOS NA RÚSSIA

Após um longo julgamento que se estendeu por dois anos, os organizadores da exposição “Arte Proibida”, que gerou polêmica em Moscou, foram condenados. Andrei Yerofeev e Yuri Samodurov terão que pagar multas de 150 mil e 200 mil rublos por terem “incitado o ódio religioso”. A pena – que manteve os organizadores da exposição fora da cadeia – foi fruto de uma série de protestos que incluiu ativistas dos direitos humanos, artistas, escritores e historiadores, e diplomatas estrangeiros. O ministro nacional da cultura disse que o caso não deveria ser tratado pela justiça criminal, e até mesmo um porta-voz de Kirill I, patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, declarou que a prisão de Yerofeev e Samodurov seria injusta.

“Para atrair atenção para o problema da censura, Yerofeev colocou todas as obras atrás de uma cortina. Para ver a exposição, as pessoas tinham que subir em um banco e espiar através de um buraco. Somente aqueles que realmente queriam ver as obras de arte o faziam”, declarou o intelectual russo Andrei Zorin, professor da Universidade de Oxford, que acusa o julgamento de ser promovido pelo Conselho Popular, um movimento de radicais religiosos anti-semitas financiado pela Igreja Ortodoxa.

Possivelmente, a Igreja – assim como o Estado russo – percebeu que as conseqüências de uma condenação mais dura a Yerofeev e Samodurov seriam danosas que e exposição em si. Mas as multas impostas trazem uma sensação de alívio e não de satisfação. Alívio, porque os organizadores da exposição – que chocou religiosos radicais pelo uso de imagens religiosas fora de contexto – não serão colocados atrás das grades, apesar de terem sido considerados culpados pelos tribunais.

O intelectual Andrei Zorin diz que a decisão foi fruto de acordos políticos, e não da justiça. Esses acordos são extremamente frágeis: se apóiam no equilíbrio de poderes e não nas regras da lei, e não descartam que a situação se repita em casos futuros. “Estou convencido de que a maioria das pessoas no Kremlin está ciente de que este julgamento foi uma loucura vergonhosa e que a Rússia não precisava de algo assim. No fim foi apenas uma multa, mas uma multa é uma multa e o fato de termos sido condenados é um diagnóstico muito ruim”, declarou Yerofeev, curador da exposição.

Fonte: Opinião e Notícia

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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