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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Marcha contra casamento gay na Argentina

GRUPOS CONTRÁRIOS AO CASAMENTO HOMOSSEXUAL MARCHAM PELAS RUAS DE BUENOS AIRES

A influente Igreja Católica, culto majoritário na Argentina, mobilizou nesta terça-feira (13) seus fiéis em repúdio a um projeto que o Senado votará na quarta-feira para autorizar os casamentos gays; o governo respondeu com um dia de "Barulho pela Igualdade". Um dia antes do debate no Senado, a Igreja fez uma concentração em frente ao Congresso como encerramento de uma ampla campanha contra a iniciativa impulsionada pela consagração por lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, à qual definiu como "um projeto do demônio".

Grupos católicos manifestam-se contra o casamento gay nesta terça-feira (13) em frente ao prédio do Congresso, em Buenos Aires.
Grupos católicos manifestam-se contra o casamento gay nesta terça-feira (13) em frente ao prédio do Congresso, em Buenos Aires. (Foto: AP)

Através do Instituto contra a Discriminação (Inadi), o governo organizou um dia chamado "Barulho pela Igualdade", instando a população a levar instrumentos de percussão para pontos estratégicos de Buenos Aires em apoio ao projeto que, se for aprovado, transformará a Argentina no primeiro país da América Latina a aprovar a lei de casamentos gay. A iniciativa já passou pela Câmara dos Deputados, mas no Senado se antecipa uma votação muito disputada pois não existe uma posição clara dentro de cada bloco legislativo.

O Senado também debaterá um projeto de lei de união civil, que não reconhece direitos como o de adoção, considerado um ponto intermediário de alguns legisladores para evitar que se aprove o casamento gay. A iniciativa para consagrar por lei os casamentos entre homossexuais, cujo alcance será geral, contempla reformar o Código Civil, alterando a fórmula de "marido e mulher" pelo termo "contraentes" e prevê igualar os direitos que os casais heterossuais têm, como a adoção, a herança e benefícios sociais.

O projeto de união civil, no entanto, "impede o acesso de pessoas do mesmo sexo ao direito civil do casamento, que resulta evidentemente discriminatório", segundo o diretor do Inadi, Claudio Morgado. Segundo o funcionário, este texto "desenha uma instituição em separado, com um proeminente recorde dos direitos" para os gays. A forte ofensiva da Igreja contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo abrange a mobilização de estudantes de escolas particulares católicas para a marcha em frente ao Congresso, bem como sanções a clérigos que não compartilharem da postura da hierarquia.

Fonte: G1

NOTA: Por aqui tramita uma PLC que proíbe os homossexuais de adotarem crianças. O que achei curioso, na reportagem do Jornal Hoje (Globo) foi que, para ouvir "os dois lados do debate", a reportagem chamou um político (a favor) e um religioso (bispo católico, que é contra). Por que a reportagem não chamou dois políticos? Simples! Para que a opinião pública de um modo geral confunda "a posição contrária à união homossexual e esta enxurrada de ´direitos especiais´" exclusivamente à opinião de "religiosos"; o que, a princípio, não faz sentido algum, uma vez que o projeto de lei foi proposto por políticos e tramita em um ambiente político. Que fique claro que há políticos que são contrários - no nosso caso - à adoção de crianças pelos homossexuais.

Quanto à situação na Argentina, parabéns a todos estes grupos que, corajosamente, fazem valer o direito que ainda têm de se manifestar contra aquilo que entende ser um retrocesso moral e, portanto, que afeta toda a sociedade!

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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