Em edição publicada nesta quinta-feira, a revista britânica The Economist diz que dados recém-divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que a educação brasileira teve “ganhos sólidos” na última década. Ainda assim, a revista afirma que “o progresso recente meramente elevou o nível das escolas de desastroso para muito ruim”. A Economist se referia à divulgação, na última terça-feira, do 4º Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mediu o nível da educação em 65 países. O Brasil ficou na 53º colocação, tendo obtido 412 pontos em leitura, 386 em matemática e 405 pontos em ciência.
O desempenho do país em cada uma das três áreas foi, em média, 20 pontos superior ao registrado no último teste, em 2006. O resultado fez com que a OCDE considerasse que o caso brasileiro revelava “lições encorajadoras”. Em entrevista à Economist, a pesquisadora Barbara Bruns, do Banco Mundial, cita entre os motivos para a melhoria o sistema brasileiro de avaliação escolar, criado há 15 anos. “De um ponto de partida em que não havia nenhuma informação sobre o aprendizado do estudante, as duas (últimas) presidências construíram um dos sistemas de medição de resultados educacionais mais impressionantes do mundo”, disse ela. Apesar do avanço, a revista diz que dois terços dos jovens de 15 anos são incapazes de fazer qualquer coisa além de aritmética básica.
“Mesmo escolas privadas e pagas são medíocres. Seus pupilos vêm das casas mais ricas, mas eles se tornam jovens de 15 anos que não se saem melhor que um adolescente médio da OCDE”, afirma a publicação. Segundo a Economist, uma das razões para a má qualidade do ensino é o desperdício de dinheiro. “Como os professores se aposentam com salários integrais após 25 anos para mulheres e 30 para homens, até a metade dos orçamentos da escola vai para as aposentadorias”, diz a revista.
A publicação afirma ainda que, exceto em poucos locais, professores podem faltar em 40 dos 200 dias escolares sem ter o salário descontado. A Economist diz que o país estabeleceu a meta de alcançar a média da OCDE na próxima década, mas alerta que, “no ritmo atual, chegará só até a metade do caminho”. A solução, aponta a revista, é propagar iniciativas como a da cidade do Rio (que combate a falta de professores dando pagando bônus às escolas que atingirem metas) e a do Estado de São Paulo (que criou plano de carreira a professores que vão bem em testes de conhecimento). “Se o Brasil alcançar a nota, será porque conseguiu espalhar essas práticas inovadoras por todos os cantos”, conclui a revista.
Fonte: BBCNOTA: Apesar de vários setores (da Imprensa ao Governo) do Brasil tentarem minimizar o catastrófico resultado, inflacionando o pífio destaque da subida que nosso país teve, no ranking, nos últimos anos, ainda assim precisamos encarar os fatos: a classificação não justifica os milhões e milhões de reais que foram (supostamente) gastos na educação. Uma revisão geral sócio-cultural, como clamam alguns poucos expoentes da chamada intelectualidade brasileira, faz-se necessária, urgentemente. Penso que seja inadmissível que fiquemos atrás de países como Chile (44º), Uruguai (47º), Trinidad e Tobago (51º) e Colômbia (52º). Outra coisa: falar em dificuldade por causa de "escolas rurais" (como faz o próprio relatório) é uma piada. Veja a China em que posição está, sendo um dos países mair ruralistas do mundo! O problema do Brasil, prezado internauta, é, de fato, o pensamento brasileiro!
Confira a lista oficial do PISA:
Posição | País | Pontos |
---|---|---|
1* | China (Xangai) * | 556 |
2 | Coreia (do Sul) | 539 |
3 | Finlândia | 536 |
4 | China (Hong Kong) ** | 533 |
5 | Cingapura | 526 |
6 | Canadá | 524 |
7 | Nova Zelândia | 521 |
8 | Japão | 520 |
9 | Austrália | 515 |
10 | Holanda | 508 |
11 | Bélgica | 506 |
12 | Noruega | 503 |
13 | Estônia | 501 |
14 | Suíça | 501 |
15 | Polônia | 500 |
16 | Islândia | 500 |
17 | Estados Unidos | 500 |
18 | Liechtenstein | 499 |
19 | Suécia | 497 |
20 | Alemanha | 497 |
21 | Irlanda | 496 |
22 | França | 496 |
23 | Taiwan | 495 |
24 | Dinamarca | 495 |
25 | Reino Unido | 494 |
26 | Hungria | 494 |
27 | Portugal | 489 |
28 | China (Macau)** | 487 |
29 | Itália | 486 |
30 | Letônia | 484 |
31 | Eslovênia | 483 |
32 | Grécia | 483 |
33 | Espanha | 481 |
34 | República Tcheca | 478 |
35 | Eslováquia | 477 |
36 | Croácia | 476 |
37 | Israel | 474 |
38 | Luxemburgo | 472 |
39 | Áustria | 470 |
40 | Lituânia | 468 |
41 | Turquia | 464 |
42 | Emirados Árabes Unidos | 459 |
43 | Rússia | 459 |
44 | Chile | 449 |
45 | Sérvia | 442 |
46 | Bulgária | 429 |
47 | Uruguai | 426 |
48 | México | 425 |
49 | Romênia | 424 |
50 | Tailândia | 421 |
51 | Trinidad e Tobago | 416 |
52 | Colômbia | 413 |
53 | Brasil | 412 |
54 | Montenegro | 408 |
55 | Jordânia | 405 |
56 | Tunísia | 404 |
57 | Indonésia | 402 |
58 | Argentina | 398 |
59 | Casaquistão | 390 |
60 | Albânia | 385 |
61 | Qatar | 372 |
62 | Panamá | 371 |
63 | Peru | 370 |
64 | Azerbaijão | 362 |
65 | Quirguistão | 314 |
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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