O ditador líbio Muammar Kadhafi anunciou que as forças governamentais atacarão na noite desta quinta-feira a cidade de Benghazi, reduto da rebelião situado a mil quilômetros da capital, em uma mensagem transmitida pela emissora estatal de TV. "Vocês são a quinta coluna na cidade", disse se dirigindo aos moradores de Benghazi, considerados por ele seus aliados, e assinalou que se apoiará neles neste dia "em que libertarão a cidade". "A decisão foi tomada. Preparem-se, chegaremos esta noite", disse em um discurso dirigido aos moradores da cidade. "Vamos expulsar os traidores de Benghazi", disse o ditador pelo rádio. Gaddafi prometeu não atacar os rebeldes que largarem as armas.
Já o comando rebelde de Benghazi convocou nesta quinta-feira os insurgentes a guarnecer as baterias de artilharia e mísseis para defender o principal feudo da oposição ao regime de Gaddafi, que anunciou uma ofensiva nesta quinta-feira. "O Estado-Maior do Exército líbio livre chamou os reservistas a assumir rapidamente seus postos de artilharia e mísseis", informou a rádio Benghazi.
Gaddafi também ameaçou o tráfego aéreo e marítimo na bacia do Mediterrâneo caso a Líbia seja atacada. Segundo o Ministro da Defesa líbio, um bombardeio ao país irá expor a região a riscos de curto e longo prazo. Segundo um comunicado divulgado na TV, a Líbia poderá responder a eventuais ataques de forças estrangeiras atingindo alvos civis e estrangeiros. "Qualquer ação militar contra a Líbia irá expor todo o tráfego aéreo e marítimo no mar Mediterrâneo ao perigo e (instalações) civis e militares serão alvo do contra-ataque líbio", disse o comunicado.
"A bacia do Mediterrâneo enfrentará perigo não apenas no curto prazo, mas no longo prazo", afirmou. Os Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU poderão tomar "todas as medidas necessárias" para proteger os civis na Líbia, segundo o projeto de resolução que o conselho votará nesta quinta-feira, e está prevista uma "proibição a todos os voos" sobre o país. O projeto de resolução do Conselho de Segurança "autoriza os Estados-membros (...) a tomar todas as medidas necessárias (...) para proteger os civis e as zonas povoadas de civis sob a ameaça de ataques" das forças do coronel Muammar Gaddagi, incluindo Benghazi - cidade do leste da Líbia em poder dos rebeldes -, destaca o texto.
O projeto de resolução "decide estabelecer uma proibição de todos os voos no espaço aéreo" da Líbia "de forma a ajudar a proteger os civis", completa o texto.
*Com agências internacionais.
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