SIGNIFICADO DE CADA EXPRESSÃO FACIAL VARIA DE ACORDO COM A CULTURA
Um estudo publicado nesta segunda-feira (16) sugere que a interpretação das expressões faciais humanas são uma questão cultural, e não são iguais em todo o mundo.
A descoberta traz um argumento importante para a discussão, que ocupa especialistas das áreas das ciências sociais e biológicas desde o século 19.
Os autores concluem que a ideia de que as expressões faciais são universais não passa de um mito.
Essa hipótese diz que, pela origem biológica e evolucionária em comum, todos os seres humanos usam os mesmos movimentos faciais para expressar seis estados de emoção básicos: felicidade, surpresa, medo, nojo, raiva e tristeza.
Para testar a hipótese, a equipe liderada por Rachel Jack, da Universidade de Glasgow, na Escócia, teve uma ideia relativamente simples – consultar pessoas de diferentes etnias e culturas. A questão era fazer isso de forma cientificamente confiável.
A pesquisa envolveu 30 voluntários – 15 brancos de origem europeia e 15 asiáticos do Extremo Oriente – e um programa de animação gráfica em três dimensões. O computador mostrava faces das duas etnias aleatoriamente e os participantes deveriam determinar o que a pessoa retratada estava sentindo – dentre os seis estados básicos –, e em qual intensidade.
Duas diferenças de avaliação levaram os autores à conclusão de que expressões não são universais.
Em primeiro lugar, enquanto os brancos viram uma distinção nítida entre as seis emoções, os asiáticos perceberam uma interseção entre surpresa, medo, nojo e raiva.
Além disso, a região do rosto que expressa os sentimentos é diferente para os dois povos. Os asiáticos viram felicidade, medo, nojo e raiva expressos nos olhos, enquanto os brancos perceberam esses sentimentos com mais intensidade em outras partes.
“Ao refutar a hipótese da universalidade, aceita por muito tempo, nossos dados destacam a forte influência da cultura na moldagem de comportamentos básicos, que eram considerados biologicamente conectados”, afirma o artigo publicado pela “PNAS”, revista da Academia Americana de Ciências.
Fonte: G1
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