Para os que têm dificuldades em estudar aquela matéria difícil, a solução pode estar em algumas idas à academia. Pesquisas apontam que tanto animais quanto pessoas se saem melhor em testes de cognição após várias semanas de exercício. Além disso, a longo prazo corrida e outras exercícios de resistência aumentam o número de neurônios em partes do cérebro ligadas à memória e ao aprendizado.
Ainda não se sabe, no entanto, como exatamente acontece esse processo. Cientistas do Laboratório de Nerociência do National Institute on Aging começaram recentemente a estudar esse mecanismo. Segundo Henriette van Praag, pesquisadora que liderou o estudo, eles estavam interessados especificamente na hipótese de o gatilho do processo estar localizado em outra área que não o cérebro.
Em entrevista ao New York Times, ela explicou que as células musculares respondem ao exercício liberando uma variedade de substâncias que resultam em músculos maiores e mais fortes. Algumas dessas substâncias poderiam entrar na corrente sanguínea e chegar ao cérebro, ela especula.
Para estudar o processo os pesquisadores tiveram que “falsificar” exercícios. Já que os autênticos são tão fisiologicamente complicados que é difícil isolar todos os componentes e verificar seus efeitos, a equipe utilizou drogas que induzem o mesmo efeito em músculos de animais sedentários. Uma das drogas utilizadas foi a Aicar, que aumenta a produção muscular da enzima AMPK, que afeta a energia celular e o metabolismo. Nos experimentos, camundongos sedentários que receberam a droga correram 44% mais em testes de esteira do que os que não a receberam. Já o GW1516, que também induz alterações bioquímicas nas células musculares, aumenta a resistência, essencialmente de animais que já fazem atividades físicas.
Utilizando as duas drogas em camundongos sedentários, os cientistas buscaram descobrir se as mudanças nos músculos iniciaram mudanças no cérebro. Eles concluíram que os animais se saíam melhor em testes de memória e aprendizado do que os animais de controle. Os camundongos que receberam Aicar obtiveram resultados mais acentuados. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Learning and Memory. Devido ao fato de as duas drogas não atravessarem muito a barreira entre sangue e cérebro, Van Praag diz que “podemos ter uma boa confiança de que as mudanças que vemos estão relacionadoas a reação muscular típica de exercícios e não a respostas cerebrais às drogas”.
Fonte: Opinião e Notícia
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