LEO STRAUSS E A CRISE DA MODERNIDADE
João Carlos Espada é diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica e presidente da Churchill Society de Portugal.
Adaptado por Artur Eduardo, é filósofo, teólogo e presidente do CETMA - Centro Teológico e Missiológico Aliança e pastor da Ig. Evangélica Aliança.
"Sustentamos que estas verdades são auto-evidentes, que todos os homens são criados iguais, que eles são dotados pelo seu criador com certos direitos inalienáveis, que entre estes estão o direito à vida, liberdade e busca de felicidade".
Com esta famosa passagem da Declaração de Independência norte-americana, inicia Leo Strauss (1898-1973) a sua obra mais famosa, "Natural Right and History", originalmente publicada em 1950. Afirma em seguida que a nação criada à luz desta declaração, em parte precisamente por ter sido criada à luz desta declaração, tornou-se a mais poderosa ao cimo da terra. E pergunta: "Esta nação, na sua maturidade, ainda acarinha a fé na qual foi concebida e criada? Ainda acredita que estas ‘verdades são auto-evidentes’?"
Relativismo
Vale a pena recordar a resposta de Strauss:
"Há cerca de uma geração, um diplomata americano ainda podia dizer que “a fundação natural e divina dos direitos do homem... é auto-evidente para todos os americanos”. Ao mesmo tempo, um estudioso alemão ainda podia descrever a diferença entre o pensamento alemão e o da Europa Ocidental e Estados Unidos dizendo que o do Ocidente ainda atribuía importância decisiva ao 'direito natural', enquanto na Alemanha os mesmos termos 'direito natural' e 'humanidade', 'tornaram--se hoje quase incompreensíveis... e perderam inteiramente a sua vida e cor original'.
Porque abandonou a ideia de direito natural e através do seu abandono, continuou ele, o pensamento alemão 'criou o sentido histórico' e assim foi conduzido, por fim, a um relativismo total. O que era uma tolerável descrição exata do pensamento alemão há vinte e sete anos pareceria hoje ser verdade para o pensamento ocidental em geral.
Não seria a primeira vez que uma nação, derrotada no campo de batalha e, de certo modo, aniquilada como entidade política, privaria os seus conquistadores do mais sublime fruto da vitória através da imposição sobre eles do jugo do seu próprio pensamento."
Crise de modernidade
Num outro texto célebre, "The Three Waves of Modernity", Strauss volta a colocar enfaticamente o problema do relativismo:
"A crise da modernidade revela-se no fato, ou consiste no fato, de que o homem ocidental moderno não mais sabe o que quer - que ele não mais acredita que pode saber o que é bom e mau, o que é certo e errado. Até há algumas gerações atrás, era geralmente tido por adquirido que o homem pode saber o que é certo e errado, o que é o justo ou o bem ou a melhor ordem da sociedade - numa palavra, que a filosofia política é possível e necessária. No nosso tempo esta fé perdeu o seu poder".
De onde vem esta incapacidade para distinguir entre bem e mal, certo e errado, do homem ocidental moderno?
Segundo Strauss, decorre da ruptura com a filosofia política pré-moderna, ou clássica. Esta ruptura gerou o abandono do direito natural clássico, ou o abandono da ideia de que a distinção entre bem e mal, certo e errado é uma distinção objetiva, que pode ser descoberta, mas não inventada ou criada. Por outras palavras, trata-se de uma distinção que não é arbitrária, que não depende da opinião ou da vontade, ou das preferências de cada um. No reconhecimento desta distinção objetiva entre bem e mal existia um crucial acordo entre a filosofia política clássica e a tradição bíblica judaico-cristã.
Maquiavel e Hobbes
A ruptura com essas tradições clássicas teve lugar gradualmente, ao longo do que Strauss designa por "três vagas da modernidade".
A primeira vaga tem origem em Maquiavel e Hobbes.
Maquiavel começa por introduzir uma inovação ao reclamar para a sua reflexão política um objeto diferente do dos pensadores clássicos. Estes escreviam sobre "como o homem deve viver em vez de como o homem vive de fato. Maquiavel opõe ao idealismo da filosofia política tradicional uma abordagem realista aos assuntos políticos". Com este movimento, Maquiavel inicia duas características definidoras das vagas da modernidade: o abaixamento do nosso olhar e a separação entre fatos e valores. Tendo baixado o olhar, isto é, tendo colocado o objeto da política a um nível mais baixo - não em como devemos viver, mas em como vivemos realmente - Maquiavel vai transformar o problema político num problema técnico: como alcançar e manter o poder.
Hobbes trabalhará sobre este abaixamento do olhar iniciado por Maquiavel. Introduz o instinto de autopreservação como o alicerce, comum a todos os homens, sobre o qual pode ser estabelecida a soberania do Estado. Pode então ser dito, explica Strauss, que a primeira vaga da modernidade, com Maquiavel e Hobbes, opera uma aproximação entre o "ser" e o "dever ser" através de um abaixamento do "dever ser": baixando as exigências acerca de como o homem deve viver ao nível da autopreservação.
Rousseau
Com Rousseau, a segunda vaga da modernidade vai operar uma transformação mais radical: o "dever ser" vai ser reduzido ao "que é", a possibilidade de apelar a uma lei natural mais alta para desafiar as leis positivas originadas na vontade vai desaparecer. Isto é conseguido, em Rousseau, através do conceito de vontade geral. Diz Strauss:
"Todos os membros da sociedade devem ser igual e totalmente sujeitos às leis para as quais todos devem poder ter contribuído; não deve haver qualquer possibilidade de apelo nas leis, as leis positivas, para uma lei mais alta, a lei natural, porque tal apelo poderia pôr em risco o cumprimento das leis. A origem do direito positivo, e de nada que não o direito positivo, é a vontade geral; uma vontade inerente ou imanente numa sociedade propriamente constituída substitui o transcendente direito natural. [...] O conceito de Rousseau de vontade geral que, como tal, não pode errar - que, simplesmente por existir é o que deve ser - mostrou como a barreira entre o ‘é’ e o ‘deve ser’ pode ser ultrapassada."
Historicismo
A terceira vaga da modernidade, representada por Nietzsche, irá radicalizar esta ruptura operada por Rousseau.
Essa radicalização será ainda propiciada pela descoberta do chamado "sentido histórico", de que Hegel foi o mais célebre defensor. Segundo ele, a história tem um sentido, progride de estágios inferiores para estágios superiores de racionalidade, culminando na racionalidade absoluta. Cada estágio produz verdades relativas à fase de desenvolvimento racional em que se encontra, mas todas essas verdades relativas são passos no sentido da verdade absoluta que é atingida com o culminar do desenvolvimento histórico - curiosamente, a fase em que o próprio Hegel viveu.
Como escreve Strauss, "entre Rousseau e Nietzsche teve lugar a descoberta da história; o século entre Rousseau e Nietzsche é a época do sentido histórico".
Nietzsche
O sentido histórico tinha tornado todos os valores e ideais relativos à época histórica em que tinham sido criados, mas integrava-os numa hierarquia de progresso racional.
Nietzsche vem denunciar a impossibilidade de sustentar simultaneamente a ideia de relativismo histórico e de progresso. Se os valores são criados - e não, como na filosofia clássica, descobertos - eles próprios constituem o horizonte cultural de cada época. Não existe nenhum padrão exterior aos horizontes historicamente situados que possa constituir uma escala objetiva pela qual o progresso possa ser medido: ele será sempre medido pela escala relativa a cada época histórica.
Chegamos, assim, ao rtivismo absoluto de que Strauss falara na sua introdução à Natural Right and History: "Enquanto abandonava a ideia de direito natural e através do seu abandono, o pensamento alemão 'criou o sentido histórico' e acabou por ser levado a um relativismo total”. “Sem referências objetivas exteriores à sua vontade, a distinção entre bem e mal, certo e errado ficam ao sabor da vontade. Em Rousseau, tínhamos a vontade geral. Em Nietzsche, temos a vontade de poder: "Seja onde for que encontre vida, encontro vontade de poder".
Representação do "Fausto", de Goethe, um ícone irônico e revelador do espírito moderno!
Raízes pré-modernas
Leo Strauss extrai daqui uma poderosa e desafiante conclusão política: a democracia liberal partilha com o comunismo as raízes na primeira e segunda vagas da modernidade. O fascismo tem as suas raízes na terceira, que, como vimos, é o culminar das duas anteriores. Desta comunhão de raízes, deriva a debilidade da democracia liberal, isto é, o fato de ela própria ser alvo do relativismo. O que parece poder salvar a democracia liberal é que ela, diferentemente do comunismo e do fascismo, possui raízes exteriores às três vagas da modernidade: a democracia liberal possui raízes na tradição pré-moderna, em Atenas e Jerusalém.
Em vez de idolatrar as formas mais modernas ou recentes de pensamento, Strauss convida-nos a redescobrir a sabedoria dos antigos; vai mesmo ao ponto de sugerir que a sustentabilidade da democracia liberal moderna depende da nossa capacidade para pensar a democracia liberal em diálogo - em vez de em ruptura - com a tradição clássica; e Strauss comete ainda a heresia suprema de sugerir que essa tradição clássica não é apenas a da filosofia de Atenas, mas também a da religião revelada de Jerusalém. De certa forma, Strauss vai ainda mais longe, pois sugere que, na tradição política de língua inglesa, a democracia liberal não emergiu como produto inteiramente moderno - o que terá sucedido no continente europeu.
Educação liberal
Retomar o diálogo com a tradição clássica do Ocidente parece ser assim a proposta de Strauss para fazer frente ao relativismo que ameaça o homem moderno ocidental. Esse diálogo constitui o objetivo da educação liberal, no seu sentido original de educação humanista, que Strauss define como "educação para a perfeita gentlemanship, para a excelência humana".
Fonte: MsM
João Carlos Espada é diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica e presidente da Churchill Society de Portugal.
Adaptado por Artur Eduardo, é filósofo, teólogo e presidente do CETMA - Centro Teológico e Missiológico Aliança e pastor da Ig. Evangélica Aliança.
"Sustentamos que estas verdades são auto-evidentes, que todos os homens são criados iguais, que eles são dotados pelo seu criador com certos direitos inalienáveis, que entre estes estão o direito à vida, liberdade e busca de felicidade".
Com esta famosa passagem da Declaração de Independência norte-americana, inicia Leo Strauss (1898-1973) a sua obra mais famosa, "Natural Right and History", originalmente publicada em 1950. Afirma em seguida que a nação criada à luz desta declaração, em parte precisamente por ter sido criada à luz desta declaração, tornou-se a mais poderosa ao cimo da terra. E pergunta: "Esta nação, na sua maturidade, ainda acarinha a fé na qual foi concebida e criada? Ainda acredita que estas ‘verdades são auto-evidentes’?"
Relativismo
Vale a pena recordar a resposta de Strauss:
"Há cerca de uma geração, um diplomata americano ainda podia dizer que “a fundação natural e divina dos direitos do homem... é auto-evidente para todos os americanos”. Ao mesmo tempo, um estudioso alemão ainda podia descrever a diferença entre o pensamento alemão e o da Europa Ocidental e Estados Unidos dizendo que o do Ocidente ainda atribuía importância decisiva ao 'direito natural', enquanto na Alemanha os mesmos termos 'direito natural' e 'humanidade', 'tornaram--se hoje quase incompreensíveis... e perderam inteiramente a sua vida e cor original'.
Porque abandonou a ideia de direito natural e através do seu abandono, continuou ele, o pensamento alemão 'criou o sentido histórico' e assim foi conduzido, por fim, a um relativismo total. O que era uma tolerável descrição exata do pensamento alemão há vinte e sete anos pareceria hoje ser verdade para o pensamento ocidental em geral.
Não seria a primeira vez que uma nação, derrotada no campo de batalha e, de certo modo, aniquilada como entidade política, privaria os seus conquistadores do mais sublime fruto da vitória através da imposição sobre eles do jugo do seu próprio pensamento."
Crise de modernidade
Num outro texto célebre, "The Three Waves of Modernity", Strauss volta a colocar enfaticamente o problema do relativismo:
"A crise da modernidade revela-se no fato, ou consiste no fato, de que o homem ocidental moderno não mais sabe o que quer - que ele não mais acredita que pode saber o que é bom e mau, o que é certo e errado. Até há algumas gerações atrás, era geralmente tido por adquirido que o homem pode saber o que é certo e errado, o que é o justo ou o bem ou a melhor ordem da sociedade - numa palavra, que a filosofia política é possível e necessária. No nosso tempo esta fé perdeu o seu poder".
De onde vem esta incapacidade para distinguir entre bem e mal, certo e errado, do homem ocidental moderno?
Segundo Strauss, decorre da ruptura com a filosofia política pré-moderna, ou clássica. Esta ruptura gerou o abandono do direito natural clássico, ou o abandono da ideia de que a distinção entre bem e mal, certo e errado é uma distinção objetiva, que pode ser descoberta, mas não inventada ou criada. Por outras palavras, trata-se de uma distinção que não é arbitrária, que não depende da opinião ou da vontade, ou das preferências de cada um. No reconhecimento desta distinção objetiva entre bem e mal existia um crucial acordo entre a filosofia política clássica e a tradição bíblica judaico-cristã.
Maquiavel e Hobbes
A ruptura com essas tradições clássicas teve lugar gradualmente, ao longo do que Strauss designa por "três vagas da modernidade".
A primeira vaga tem origem em Maquiavel e Hobbes.
Maquiavel começa por introduzir uma inovação ao reclamar para a sua reflexão política um objeto diferente do dos pensadores clássicos. Estes escreviam sobre "como o homem deve viver em vez de como o homem vive de fato. Maquiavel opõe ao idealismo da filosofia política tradicional uma abordagem realista aos assuntos políticos". Com este movimento, Maquiavel inicia duas características definidoras das vagas da modernidade: o abaixamento do nosso olhar e a separação entre fatos e valores. Tendo baixado o olhar, isto é, tendo colocado o objeto da política a um nível mais baixo - não em como devemos viver, mas em como vivemos realmente - Maquiavel vai transformar o problema político num problema técnico: como alcançar e manter o poder.
Hobbes trabalhará sobre este abaixamento do olhar iniciado por Maquiavel. Introduz o instinto de autopreservação como o alicerce, comum a todos os homens, sobre o qual pode ser estabelecida a soberania do Estado. Pode então ser dito, explica Strauss, que a primeira vaga da modernidade, com Maquiavel e Hobbes, opera uma aproximação entre o "ser" e o "dever ser" através de um abaixamento do "dever ser": baixando as exigências acerca de como o homem deve viver ao nível da autopreservação.
Rousseau
Com Rousseau, a segunda vaga da modernidade vai operar uma transformação mais radical: o "dever ser" vai ser reduzido ao "que é", a possibilidade de apelar a uma lei natural mais alta para desafiar as leis positivas originadas na vontade vai desaparecer. Isto é conseguido, em Rousseau, através do conceito de vontade geral. Diz Strauss:
"Todos os membros da sociedade devem ser igual e totalmente sujeitos às leis para as quais todos devem poder ter contribuído; não deve haver qualquer possibilidade de apelo nas leis, as leis positivas, para uma lei mais alta, a lei natural, porque tal apelo poderia pôr em risco o cumprimento das leis. A origem do direito positivo, e de nada que não o direito positivo, é a vontade geral; uma vontade inerente ou imanente numa sociedade propriamente constituída substitui o transcendente direito natural. [...] O conceito de Rousseau de vontade geral que, como tal, não pode errar - que, simplesmente por existir é o que deve ser - mostrou como a barreira entre o ‘é’ e o ‘deve ser’ pode ser ultrapassada."
Historicismo
A terceira vaga da modernidade, representada por Nietzsche, irá radicalizar esta ruptura operada por Rousseau.
Essa radicalização será ainda propiciada pela descoberta do chamado "sentido histórico", de que Hegel foi o mais célebre defensor. Segundo ele, a história tem um sentido, progride de estágios inferiores para estágios superiores de racionalidade, culminando na racionalidade absoluta. Cada estágio produz verdades relativas à fase de desenvolvimento racional em que se encontra, mas todas essas verdades relativas são passos no sentido da verdade absoluta que é atingida com o culminar do desenvolvimento histórico - curiosamente, a fase em que o próprio Hegel viveu.
Como escreve Strauss, "entre Rousseau e Nietzsche teve lugar a descoberta da história; o século entre Rousseau e Nietzsche é a época do sentido histórico".
Nietzsche
O sentido histórico tinha tornado todos os valores e ideais relativos à época histórica em que tinham sido criados, mas integrava-os numa hierarquia de progresso racional.
Nietzsche vem denunciar a impossibilidade de sustentar simultaneamente a ideia de relativismo histórico e de progresso. Se os valores são criados - e não, como na filosofia clássica, descobertos - eles próprios constituem o horizonte cultural de cada época. Não existe nenhum padrão exterior aos horizontes historicamente situados que possa constituir uma escala objetiva pela qual o progresso possa ser medido: ele será sempre medido pela escala relativa a cada época histórica.
Chegamos, assim, ao rtivismo absoluto de que Strauss falara na sua introdução à Natural Right and History: "Enquanto abandonava a ideia de direito natural e através do seu abandono, o pensamento alemão 'criou o sentido histórico' e acabou por ser levado a um relativismo total”. “Sem referências objetivas exteriores à sua vontade, a distinção entre bem e mal, certo e errado ficam ao sabor da vontade. Em Rousseau, tínhamos a vontade geral. Em Nietzsche, temos a vontade de poder: "Seja onde for que encontre vida, encontro vontade de poder".
Representação do "Fausto", de Goethe, um ícone irônico e revelador do espírito moderno!
Raízes pré-modernas
Leo Strauss extrai daqui uma poderosa e desafiante conclusão política: a democracia liberal partilha com o comunismo as raízes na primeira e segunda vagas da modernidade. O fascismo tem as suas raízes na terceira, que, como vimos, é o culminar das duas anteriores. Desta comunhão de raízes, deriva a debilidade da democracia liberal, isto é, o fato de ela própria ser alvo do relativismo. O que parece poder salvar a democracia liberal é que ela, diferentemente do comunismo e do fascismo, possui raízes exteriores às três vagas da modernidade: a democracia liberal possui raízes na tradição pré-moderna, em Atenas e Jerusalém.
Em vez de idolatrar as formas mais modernas ou recentes de pensamento, Strauss convida-nos a redescobrir a sabedoria dos antigos; vai mesmo ao ponto de sugerir que a sustentabilidade da democracia liberal moderna depende da nossa capacidade para pensar a democracia liberal em diálogo - em vez de em ruptura - com a tradição clássica; e Strauss comete ainda a heresia suprema de sugerir que essa tradição clássica não é apenas a da filosofia de Atenas, mas também a da religião revelada de Jerusalém. De certa forma, Strauss vai ainda mais longe, pois sugere que, na tradição política de língua inglesa, a democracia liberal não emergiu como produto inteiramente moderno - o que terá sucedido no continente europeu.
Educação liberal
Retomar o diálogo com a tradição clássica do Ocidente parece ser assim a proposta de Strauss para fazer frente ao relativismo que ameaça o homem moderno ocidental. Esse diálogo constitui o objetivo da educação liberal, no seu sentido original de educação humanista, que Strauss define como "educação para a perfeita gentlemanship, para a excelência humana".
Fonte: MsM
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