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terça-feira, 18 de março de 2008

Guerra entre Globo x Evangélicos é real, e ganha novo capítulo

DECLARAÇÕES DO DIRETOR DA CENTRAL GLOBO DE COMUNICAÇÃO, PUBLICADAS EM REPORTAGEM DA DA FOLHA ON-LINE, MOSTRAM QUE A GUERRA "GLOBO x EVANGÉLICOS" É REAL


Angler - à esq. - ao lado do falecido Cardeal d. Cláudio Hummes, em festividade da Arquidiocese de São Paulo.

A Globo reagiu à reportagem da Record de ontem à noite, na qual a emissora atacou o "preconceito religioso" que a novela "Duas Caras" estaria promovendo (segundo a própria Record). Para o diretor da Central Globo de Comunicação (CGCom), Luis Erlanger, a atitude mostra como a Record é preconceituosa e confunde ficção com realidade.

"Chute na santa, campanha para acabar com as festas de São João etc., isto, sim, é coisa da vida real. O que se passa em "Duas Caras" é só uma ficção", afirmou Erlanger à Folha Online.

"O preconceito é deles (da Universal) que (automaticamente) colocam uma fanática desequilibrada como evangélica, e não o Aguinaldo Silva. Que, aliás, é um defensor de movimentos e de minorias."

A última reportagem de ontem no "Domingo Espetacular", com várias chamadas, criticou a trama de Aguinaldo Silva por ter levado ao ar uma cena na qual a personagem Edivânia (Susana Ribeiro) comandava uma tentativa de linchamento do triângulo amoroso formado pelos personagens Dália (Leona Cavali), Bernardinho (Thiago Mendonça) e Heraldo (Alexandre Slaviero). A Globo foi acusada abertamente de incitar o preconceito contra evangélicos. Há um detalhe: em nenhum momento a novela usou a palavra "evangélico", embora seja óbvio que Edivânia pertença à corrente.

No entanto, a reportagem da Record não citou que a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), dona da emissora, tem histórico de ataques outras religiões, como o candomblé e o espiritismo, além da Igreja Católica.

Um dos principais best-sellers do dono da Record e líder da Iurd, bispo Edir Macedo, é o livro "Orixás, Caboclos e Guias - Deuses ou Demônios?". A obra diz que umbanda, candomblé, quimbanda e kardecismo são os "principais canais de atuação dos demônios, principalmente em nossa pátria".

O livro foi tirado de circulação em 2005 pela Justiça, a pedido da Procuradoria Geral da República, acusado de intolerância para com as religiões afro-descendentes.

Em entrevista à Folha Online, o promotor Almiro Sena Soares Filho, da Promotoria de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa do Ministério Público Estadual da Bahia, afirma que, em Salvador, já houve casos de agressões de fiéis evangélicos a terreiros de candomblé.

Mas, segundo o promotor, os evangélicos também sofrem com a intolerância. "Tem gente que diz que evangélicos são otários e que os pastores são estelionatários. A gravidade é a mesma e esse preconceito é absurdo. Há gente boa e ruim em todas as religiões", afirma.

Para Soares Filho, a única saída para o conflito é a convivência harmoniosa entre as religiões. "Todas as religiões devem ser respeitadas".

A Folha Online procurou a Record, para comentar o caso. No final da tarde desta segunda-feira, a emissora divulgou, em nota, que o programa "Domingo Espetacular" foi imparcial ao narrar os fatos.

Segundo a Record, o "Domingo Espetacular" registrou a maior audiência desde a estréia da atração em abril de 2004. Com pico de 20 pontos, média de 15 e "share" (participação no total de TVs ligadas) de 24%, o programa, apresentado por Paulo Henrique Amorim, Janine Borba e Tina Roma, ficou em segundo lugar no ranking da audiência.

Clique aqui para ver a reportagem do "Domingo Espetacular"

Fonte: Folha On-line

Em Cristo Jesus,

Pr. Artur Eduardo

Um comentário:

Cidadao Consciente disse...

A verdade é que lamentavelmente o motivo da Record estar fazendo isso é sua tentativa de superar a rival, embora muito do ela diz ser a verdade, não a exime de criar um clima com os católicos, ou com os unbandistas, como fazia no fim da década de 80, quando a Record ainda era do Fanini. Embora este já admitia que nenhuma emissora prosperaria sem uma apoio de uma congregação patrocinando-a ou abrindo seu leque de programação com programas mais ousados, não justifica a "linha" da Record, que sempre que pode, invoca ser um instrumento de Deus.

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