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quarta-feira, 4 de junho de 2008

O vislumbre de um novo terror?

APONTADA ATUALMENTE COMO UM DOS PAÍSES MAIS ´SECULARIZADOS´ DO MUNDO, A ALEMANHA VIVE UMA NOVA ONDA DE HORROR PERPETRADA POR NEONAZISTAS



Ataques incendiários e racistas, perpetrados por extremistas de direita, fazem parte do cotidiano de certas regiões da Alemanha. As autoridades temem que o cenário neonazista do país esteja tornando-se cada vez mais violento.

Os incendiários chegaram na noite da véspera do aniversário de Adolf Hitler. Após tentarem queimar uma quiosque de comida asiática na praça em frente à estação de trem de Blankenfelde, uma cidade no Estado alemão oriental de Brandenburgo, eles voltaram a sua atenção para outro quiosque, que vendia doner kebab (churrasco turco, grelhado, vendido em espeto), de propriedade de Haci D., 39. O fogo consumiu rapidamente a parede externa de madeira e tomou conta do quiosque inteiro. Ao raiar do dia, em 20 de abril, Haci D. perdera o seu ganha-pão.

Haci D. tentou várias vezes fazer um seguro para o seu negócio, mas não encontrou uma só companhia que o aceitasse. Seguro contra incêndio para um quiosque turco de doner kebab em Brandenburgo? Haci D. diz que, oficialmente, as companhias de seguro citaram "riscos estruturais" como motivo para rejeitarem o seu pedido.

Atualmente, esses "riscos estruturais" afetam a própria base de uma sociedade na qual a violência extremista de direita tornou-se normal. "O extremismo de direita faz parte do cotidiano, e só atrai atenção quando os crimes são demasiadamente horrendos", diz Wolfgang Thierse, vice-presidente social-democrata da casa baixa do parlamento alemão, o Bundestag.

As estatísticas são alarmantes. Em 2007, 24 ataques incendiários perpetrados por extremistas de direita foram relatados, contra 18 do ano anterior. Os alvos são estrangeiros -incluem mesquitas, automóveis e cafés de imigrantes.

"Esses são crimes que representam uma ameaça à segurança pública, e que podem culminar com o assassinato de pessoas", adverte Heinz Fromm, presidente do serviço de inteligência interna da Alemanha.

A tendência ao aumento desses casos parece continuar neste ano. Os números de março são os maiores em vários anos. Em toda a Alemanha a polícia documentou um total de 1.311 crimes cometidos por extremistas de direita e racistas, o que significa um aumento de 458 casos em relação ao mesmo mês do ano passado. Os incidentes incluem 72 atos violentos, revelou o governo em resposta a um questionamento feito por Petra Pau, a vice-presidente do Bundestag, que pertence ao Partido Esquerda.

Nova tendência de "nacionalistas-anarquistas"
Agentes de inteligência identificaram um novo fenômeno extremista de direita: os chamados nacionalistas-anarquistas. "Há uma probabilidade significativamente maior de que esses indivíduos cometam atos de violência contra rivais políticos e a polícia", afirmam os agentes.

Após as manifestações violentas de rua ocorridas em maio, em Hamburgo, a polícia está bastante consciente da ameaça representada por este novo grupo de brutamontes extremistas. Em Hamburgo, eles participaram da confusão usando os mesmos trajes pretos e exibindo um nível de agressão similar ao dos anarquistas de esquerda. Foi necessário um esforço maciço da polícia para evitar que a situação saísse de controle. De acordo com o ministro do Interior, o democrata-cristão Wolfgang Schäuble, o que ocorreu em Hamburgo comprova que há uma "nova qualidade" de violência.
Neonazistas protestam em Berlim contra o governo alemão em manifestação de 2001
Os nacionalistas-anarquistas contam com 400 membros em suas fileiras, o que representa aproximadamente 10% da comunidade neonazista da Alemanha. Eles formam a linha de frente de um movimento violento mais amplo que ganha terreno no oeste da Alemanha. Esse movimento está estabelecido há muito tempo no leste do país, área na qual ele sente-se intocável e onde, em certos locais, passou a dominar a vida diária.

No ano passado, o maior número de ataques incendiários perpetrados por neonazistas ocorreu no Estado oriental de Brandenburgo, especialmente nas imediações da cidade de Cottbus, onde, somente em outubro de 2007, quatro estabelecimentos comerciais de propriedade de estrangeiros foram atacados. Os investigadores acreditam que uma estrutura organizada esteja por trás da série de ataques aparentemente orquestrados. Mas, embora o risco de tais ataques esteja aumentando, a população presta menos atenção a eles.

"Os extremistas de direita não tornaram-se menos perigosos", afirma Anetta Kahane, da Fundação Amadeu Antonio Contra o Extremismo de Direita. "O que ocorreu foi que a nossa percepção do problema mudou". Kahane percebeu uma crescente "cultura do cansaço e da habituação ao fenômeno". Segundo ela, esta cultura tem possibilitado aos extremistas de direita tornarem-se ostensivamente agressivos.

Frankfurt an der Oder, uma cidade no leste do país, na fronteira com a Polônia, é o local onde a violência de extrema direita transformou-se em um fenômeno diário. Paradoxalmente, o ultra-direitista Partido Democrático Nacional (NPD, na sigla em alemão) não conseguiu obter uma única cadeira nas recentes eleições municipais da cidade. No entanto, a prefeitura e a polícia municipal sabem muito bem que há um grande potencial para a violência da extrema-direita.

O "Sportlerklause", um bar da cidade que exibia eventos esportivos na televisão, e onde reuniam-se os neonazistas que praticam a violência, foi fechado. Na cidade há precisamente aquele tipo de ambiente que preocupa as autoridades: um perigoso cenário formado por hooligans, conjugado ao clube local de futebol, o FFC Viktoria.

A polícia calcula que o grupo tenha 40 ou 50 extremistas de direita propensos à violência. E estes indivíduos já atacaram várias vezes. Antigamente o NPD recrutava os seus guarda-costas entre os torcedores desse time de futebol. Agora, entretanto, o grupo parece estar organizando-se por conta própria. Há até fotografias mostrando torcedores radicais fazendo a saudação a Hitler, e usando roupas com o emblema da SS, que consiste de um caveira e ossos cruzados.

Ataques e intimidação
Poucos dias atrás, homens mascarados atacaram novamente, espancando estudantes em frente a um clube em Frankfurt an der Oder. Os porteiros do clube alertaram a polícia, e conseguiram evitar que o incidente descambasse para algo mais sério do que chutes e socos. Sete suspeitos foram detidos, todos eles membros da comunidade de extrema-direita. Mas, como nenhum deles fez a saudação a Hitler nem gritou slogans como "Fora esquerdistas!", durante o incidente noturno, é improvável que o episódio seja registrado pelas autoridades policiais como um ataque da direita.

Christof Winter, um estudante de 25 anos, documentou incontáveis incidentes, incluindo ataques em plena luz do dia e brigas em discotecas, bem como os onipresentes slogans e símbolos em grafite pintados nos edifícios. Winter conhece muitos dos extremistas de direita pelo nome. Ele prefere locomover-se de bicicleta pela cidade, em vez do usar o bonde. Ele também evita freqüentar as discotecas. Os neonazistas o conhecem, e também vigiam Katja Herrlich, 34, uma advogada que colaborou com Winter na sua pesquisa. Ela diz que já se sentiu ameaçada várias vezes. Katja já está acostumada ao fato de os neonazistas locais dirigirem-se a ela pelo primeiro nome na rua, com frase aparentemente inócuas como, "Oi, Katja". Ela diz que a mensagem que eles desejam transmitir é que sabem onde encontrá-la.

Uwe Adler, 36, da aliança de cidadãos contra o extremismo de direita em Weimar, no Estado oriental da Turíngia, diz que passa por experiências semelhantes. Ele pertence ao comitê municipal de assuntos da juventude, e certa vez viu dois neonazistas conhecidos pelas autoridades locais sentados no fundo da sala durante uma reunião pública. Eles pareciam tomar notas da discussão dos problemas referentes à juventude de Weimar.

"Os extremistas de direita embarcaram em um processo de normalização nas cidade e vilas do país", afirma Adler. Alguns grupos patrocinam campanhas de coleta de lixo nas florestas locais, argumentando que estão "protegendo o meio-ambiente para proteger a pátria".

A extrema-direita está tentando reinventar-se como defensora dos cidadãos comuns. "Consciência social só pode ser consciência nacional", é o novo slogan criado pelos anti-capitalistas de extrema-direita. Ao abordarem questões sociais, os neonazistas tentam fazer com que a violência contra dissidentes e os que "vivem da previdência social" seja socialmente aceitável. "Onde quer que o Estado e a sociedade civil recuem, os extremistas de direita preenchem o vácuo", alerta Anetta Kahane, da Fundação Amadeu Antonio.

Fonte: Uol Notícas

NOTA: Não pense, caro leitor, que o que você está vendo são relatos de ataques isolados de um bando de drogados desocupados.... não é nada disso. O "vazio" existe, nos corações de uma geração sem referência, na Europa da atualidade, mas discordo que tenha sido deixado pelo ´Estado´. O Estado, ao contrário, na Alemanha nazista impetrou um vazio maior ainda nos corações. O que acontece aqui é que a Europa seculariza-se, perde a cada dia a consciência cristã que ele é hoje, uma potência em todos os sentidos. Verdadeiramente vazios, os jovens buscam resposta na anarquia, no "Nacional-Socialismo" (um movimento que, tenho certeza, a maioria deles sequer sabe o que signifca, de fato) etc. A Alemanha, berço da Reforma, é um país entregue a minimalismos, outra vez. E não digo isto por causa dos "skinheads"... digo-o pelas declarações simplistas de autoridades que não conseguem enxergar o porquê do "cansaço" das pessas em lidar com questões como esta. Este "cansaço" e ocaso se dão porque a consciência cristã da Europa, repito, morreu. Os embates com os fervorosos islâmicos tenderão a aumentar. Hitler, lembro-lhes, incendiou o mundo, mas a sua causa foi ´essencialmente´ dogmática, espiritual. Ele era um neo-pagão, que cria, dentre outras coisas, que a terra era oca e havia uma raça de super-humanos vivendo no centro da mesma. Seus dogmas estranhos de superioridade da raça e do sange estão bem documentados em vastas referências bibliográficas e multimídia, cada vez mais acessíveis ao público em geral. Um documentário recente, passado no History Channel, intitulado "Profecias Nazistas" revela bem o lado sombrio da sinistra rede de crenças dos nazistas, repassadas aos oficiais da SS. Todos tinham, segundo este documentário e outro, intitulado "A História Oculta do Terceiro Heich", que ser iniciados em sessões ocultistas baseadas nas antigas crenças pagãs germânicas. Um dos ícones da alemanha nazista de Hitler, segundo vários estudiosos, era Helena Petrovna Blavatsky, a fundadora da "Teosofia", uma corrente esotérica que misturava cabala e crenças pagãs. Os nazistas se opunham aos russos, por os considerarem sub-humanos, mas adotaram uma forma de socialismo radical (não é á toa que o nome do partido nazista é "Nacional-Socialismo"). O crescimento destes movimentos radicais está fundamentalmente ligado a idéias distorcidas de paganismo ou ateísmo (conforme aconteceu com as ditaduras socialistas em todo o mundo, as que mais mataram em toda a História). Ninguém ouve falar de "ditadura cristã", por exemplo, na atualidade. Houve, no passado, muitas mortes em nome do cristianismo (se bem que, repito, em nada se comparam às atrocidades dos regimes socialistas de Stalin, Mao Tsé Tung ou Pol Pot, ou de radicais neopagãos, como os nazistas)... mas, não é à toa que no século XVI houve a Reforma (principiada na própria Alemanha), que culminou com a saída de milhões de cristãos dos tirânicos poderes das autoridades eclesiásticas usurpadoras da época.

Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo

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