O governo argentino pediu nesta quinta-feira que o bispo inglês Richard Williamson, que no ano passado deu uma entrevista colocando em dúvida a existência do Holocausto, se retire do país. Num comunicado oficial, o governo diz que o bispo, integrante de uma ala conservadora da Igreja Católica, deve "abandonar o país num prazo máximo de dez dias, sem possibilidade de adiamento, e se não o fizer será decretada sua expulsão do país".
Williamson é bispo da Fraternidade Sacerdotal Pio 10 - fundada em 1969 pelo bispo francês dissidente Marcel Lefebvre -, e até este mês dirigia um seminário e realizava missas na localidade de La Reja, na província de Buenos Aires, onde trabalhava desde 2003.
Para justificar a decisão, o governo argentino argumenta que o bispo mentiu sobre o verdadeiro motivo de sua permanência no país ao ter declarado, quando entrou na Argentina, ser um empregado administrativo de uma Associação Civil e não um sacerdote e diretor de seminário.
"Cabe destacar que o bispo Williamson ganhou notoriedade pública por suas declarações antissemitas", diz um comunicado oficial sobre a questão. "Por essas considerações, somadas à energética condenação do governo argentino a manifestações como estas, que agridem profundamente a sociedade argentina, ao povo judeu e toda a humanidade (...), o governo nacional decide fazer uso dos poderes de que dispõe por lei e exigir que o bispo lefebvrista abandone o país ou se submeta à expulsão.".
Críticas
Em novembro de 2008, ele provocou a ira de líderes judeus no mundo todo quando disse na televisão sueca: "Acredito que não havia câmaras de gás (durante a Segunda Guerra Mundial)". Na ocasião, Williamson também disse acreditar que até "300 mil judeus morreram em campos de concentração nazistas, mas nenhum em câmaras de gás".
Cerca de 6 milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto. As declarações levaram o Papa Bento 16 a pedir que o bispo se retratasse. Ele respondeu, em entrevista à revista alemã Der Spiegel neste mês, que o faria se encontrasse provas. Dois dias mais tarde, ele foi retirado do cargo que ocupava no seminário. Suas declarações provocaram ainda fortes críticas de rabinos de vários países e da chanceler alemã, Angela Merkel.
Fonte: BBCNOTA: Este bispo nazista é um exemplo do fervor ´oculto´ antissemita que predomina, atualmente, sobre vários e diversos círculos intelectuais europeus. Negar o Holocausto é, de certa forma, negar a legitimidade de Israel em responder a ataques que firam sua soberania nacional, pois é como se toda a nação tivesse sido construída sob um embuste. Há muito mais do que ignorância, creio eu, no caso de esclarecido bispo como o inglês Richard Williamson. Com suas declarações ele mancha, inclusive, a luta histórica de seu país contra o avanço violentíssimo dos nazistas. Ele sabe (ou deveria saber) que, se Hitler tivesse dominado a Inglaterra quem iria para os campos de concentração eram os ingleses, dado o ódio que Hitler nutria destes. E aí eu queria ver o bispo polêmico falar se houve ou não Holocausto... Creio, também, que dogmas enraizados eugenísticos estão presentes nas declarações deste bispo católico romano. Este tem sido um dos motivos de várias declarações racistas e antissemitistas, na História. Hoje, encobre-se o fato de que muitos europeus têm nutrido sentimentos eugenísticos, aliás, algo que nunca foi erradicado do mundo ocidental. A Eugenia é um dos legados pragmáticos malditos da teoria da evolução.
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
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